terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020 nos tabuleiros

Uma coisa acho que todos os amigos que passam por aqui vão concordar, 2020 foi um ano horrendo que fez com que todos tivéssemos que nos virar para manter a sanidade (e a saúde), mas ainda assim conseguimos com algum esforço jogar alguma coisinha e vamos dar um panorama do que foi esse cenário doido que vivemos.

Em janeiro rolou o único evento presencial que participamos, o Rio Matsuri foi um festival de cultura japonesa muito bacana que além de vários estandes com comida, artesanato, quadrinhos e bonsais teve um espaço do pessoal da Geek Carioca mostrando jogos de tabuleiro e estivemos lá com os vários amigos fazendo a cobertura.

Parecia ser um ano promissor, entre janeiro e março as jogatinas com os amigos chegou a quase 100 partidas com um monte de novidades tanto nos lançamentos quanto nos protótipos, mas aí o mundo resolveu dar uma cambalhotada e a Covid chegou para transformar tudo e todos.

Saudade de aglomerar com os amigos, né minha filha?

À partir de março o mundo mudou completamente, eventos tradicionais como a GEN.con e a Spiel tiveram que repensar seus formatos e optaram por edições digitais, nós aqui do Brasil tivemos o suporte dos amigos da Business 2 Board que conseguiram levar as editoras e criadores para os dois eventos com algum destaque e visibilidade, o que foi proveitoso para todos e serviu de escola para o que pode vir a ser feito para 2021.

Infelizmente no Brasil o Diversão Offline acabou por ser cancelado e apesar de já ter datas marcadas para o evento presencial no próximo ano, ainda é uma grande incógnita se realmente acontecerá, pois ainda sabemos pouco sobre como o cenário brasileiro da pandemia estará se comportando em maio.

Participando dos painéis online dentro d GON.con

Quem conseguiu se virar bem durante esse período foram as plataformas de jogos digitais, destaco aqui duas que eu tenho usado com frequência, o Tabletopia e o Board Game Arena perceberam a demanda que estava acontecendo e investiram tanto em upgrade de servidores e na diversidade de catálogo, esse esforço foi reconhecido pelo público e pelos organizadores dos eventos, que utilizaram o Tabletopia como plataforma credenciada para os dois maiores eventos de jogos do mundo, os já citados GEN.com e Spiel.

Mas apesar de toda essa confusão ainda conseguimos jogar, e tivemos muitos jogos excelentes, tanto em novidades quanto em antigos jogos que eu ainda não tinha conseguido colocar na mesa.

Dos jogos de autores de fora do país os meus preferidos foram o Paris (da dupla Kramer/Kiesling), o Bonfire (do grande Stefan Feld) e o Rebellion (do Corey Konieczka), os dois primeiros sendo recentemente lançados no Brasil.

Também foi um ano muito bom para os autores nacionais, com campanhas de financiamento bem sucedidas, produções muito bem feitas e acima disso tudo, jogos excelentes para todos os gostos, desde os "filler" até os mais pesadinhos.

Meu TOP3 brazuca ficou com o Comic Hunters (do Robert Coelho), o Paper Dungeons (do querido Leandro Pires) e o Marvel Battlegrounds (da dupla Thiago Castro e Led Bacciotti), mas foram escolhas difíceis pois tivemos realmente um ano de lançamentos muito bons.

E bem, aos trancos e barrancos chegamos até aqui, 2020 mostrou ser um ano que mistura In the Year of the Dragon com Antiquity e a carta do mendigo do Agricola, tudo isso com uma ação por rodada, esperamos que ano que vem seja mais tranquilo, que a vacina chegue para imunizar à todos, e que em breve possamos estar novamente juntos e jogando.

Que em 2021 possamos estar juntos
nas mesas pelo
Brasil novamente...
Saúde e Vacina pra TODES!
 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Claim 2

Um dos primeiros joguinhos da linha pocket da Paper Games, o Claim é um jogo de cartas para duas pessoas com disputas entre cinco facções pela coroa do Rei que acaba de morrer, bem agora chega ao mercado Claim 2.

A premissa continua a mesma, mas agora temos novas facções entrando nessa disputa, e o mais legal, você pode juntar as duas caixinhas e fazer um jogo para até 4 jogadores.

Na regra para o jogo de duas pessoas os jogadores tem duas fases, na primeira usam as cartas para conseguirem membros das facções para o seu lado, para isso o jogador da vez baixa uma carta, o outro precisa baixar uma da mesma facção para disputar, e quem tiver o maior valor, leva a carta da mesa enquanto o outro sorteia uma carta para as suas fileiras.

As facções desse segundo lançamento e a facção
extra dos Elfos Negros.

Na segunda parte do jogo, os jogadores vão disputar quem tem o controle das facções, e quem nessa segunda fase, conseguir o controle de três das cinco é o vencedor.

Mas o grande barato da série Claim é que as facções são totalmente assimétricas, cada uma tem um poderzinho especial que vai dar uma modificada no jogo enquanto ele se desenrola.

Você usa cartas para conseguir ter a maioria
de pelo menos 3 das 5 facções do jogo.

Já na partida até 4 jogadores, você vai fazer um mix das facções das duas caixinhas, mantendo duas que interagem entre si (Cavaleiros e Goblins na primeira caixinha e Gnomos e Gigantes na segunda) e colocando mais três variadas, mantendo 5 facções no total.

Mas durante a primeira fase do jogo ao invés de abrirmos uma carta para ser disputada, temos duas abertas que vão uma para o primeiro colocado da disputa e a segunda para o próximo, enquanto os outros levam cartas do topo do baralho.

Isso dá uma dose interessante de estratégia, com duas cartas abertas você escolhe melhor as disputas onde entrar com as suas melhores cartas para tentar depois levar as votações da segunda etapa.

Agora o jogo que antes era 2p pode chegar
até a 4 jogadores.

Outra coisa legal, é que a Paper Games trouxe duas facções bônus para o Brasil, os Elfos Negros e os Fantasmas, dando um mix ainda maior nas suas partidas.

A dupla Claim e Claim 2 são joguinhos muito bacanas, rapidinhos, com arte irada e preço super justo, são excelentes dicas de presentinho de natal pra turma que curte jogos bacanas.

Duas facções extras que você pode pegar
para aumentar ainda mais a jogabilidade.
 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Paris


Criado por duas das maiores mentes dos jogos de tabuleiro, os grandes Wolfgang Kramer e Michael Kiesling, em Paris somos investidores imobiliários no início do século XX pegando carona nas transformações que fizeram da "cidade luz" uma das mais belas do mundo.

Logo de cara já temos um tabuleiro central que faz jus ao tema, é LINDO, dividido em seis distritos e com uma miniaturinha em 3D do Arco do Triunfo, nesse tabuleiro temos também uma trilha de bônus e a trilha de pontuação.

Cada jogador vai receber um "screen" para guardarmos as nossas chaves e moedas, além disso preparamos pilhas de edifícios que irão para o tabuleiro central e são o coração do jogo.

Você usa suas chaves para conseguir dinheiro nos
Bancos para depois comprar os edifícios.

A partida de Paris se desenvolve durante muitas rodadas, o jogador da vez executa os seguintes passos : pega um dos edifícios e coloca no distrito correspondente, depois disso ele pode realizar uma ação que é colocar uma das suas chaves no Arco do Triunfo ou em um dos Bancos existentes nos distritos ou pegar uma dessas chaves previamente colocadas e comprar um dos edifícios.

O lance com os edifícios é que em cada distrito existem seis deles com preços que variam de 1 a 8, em cada um inicialmente existem tiles que o primeiro comprador dele leva, além de poderem te dar tiles bônus ou pontos.

Ao ir comprando os edifícios, você aumenta
sua influência e isso pode lhe render pontos.

Mas quanto maior a sua soma de valores em edifícios, maior o seu controle naquele distrito, e isso é o controle de área que a gente espera em qualquer jogo dessa dupla, pois uma vez que é colocada a quarta chave em algum dos distritos o jogador que colocou essa chave, pega uma das plaquinhas de pontuação para colocar em qualquer distrito do tabuleiro, e à partir daquele momento, o distrito passa a ter uma pontuação de final de jogo baseado nessa soma de prédios.

Além dos edifícios, ainda temos os monumentos que podem ser adicionados aos distritos, e tem cotações mais altas para o controle de área, além de darem pontos bastante bons durante a partida e os tiles bônus que ajudam (muito) durante o jogo, pois com uma ação por rodada, o jogo é muito de cobertor curto.

A trilha de bônus te garante tiles que ajudam
muito no decorrer da partida.

A partida se desenrola até que as pilhas de edifícios acaba, então os jogadores começam a pegar os tiles de bandeira que vão indicar o momento em que o jogo acaba, pois quando ela se acaba, cada jogador terá mais um turno e se dá o início da contagem de pontos.

Todos os distritos com placas de pontos são avaliados, os tiles de final do jogo garantem mais alguns pontinhos o jogador mais à frente na trilha de pontuação é o vencedor.

Paris é tudo que se espera da dupla Kramer/Kiesling, um jogo enxuto em regras e brilhante no seus desenvolvimento, é impressionante como esses dois fazem jogos tão bons e esse acabou sendo meu jogo preferido em 2020 e para os brasileiros, ele já está em pré-venda nas lojas sendo trazido pela Grok Editora, então garanta o seu que vale MUITO à pena.

Além de excelente, é um jogo com uma produção
absurdamente linda.
 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

The Few and Cursed


Baseado no quadrinho homônimo criado pelo brasileiro Felipe Cagno, em The Few and Cursed o planeta perdeu praticamente toda sua água, que passa a ter um valor incomensurável e com a humanidade perecendo, os poucos que restam vivem com tecnologia remanescente do velho oeste, além de terem que lidar com criaturas nada amigáveis.

Os jogadores aqui lutam por fama no meio desse caos, eles atravessam o deserto onde um dia foi o Oceano Pacífico atrás de recompensas pela captura de foras da lei procurados tentando evitar também que a cidade de San Andreas seja invadida por monstros.

Toda a mecânica do jogo baseia-se em deck-building, assim que começa a partida cada jogador vai escolher um dos quatro personagens disponíveis e utilizar seu deck inicial, o tabuleiro é montado mostrando as várias localizações onde você poderá ir.

A partir de San Andreas os jogadores rodam
o mapa atrás de fama.

Você terá também trabalhos, que são pequenos objetivos pessoais, que vai resolvendo durante a partida e lhe dará pontos de fama.

Uma rodada de Few and Cursed é formada por várias fases, a primeira é a Fase de Improviso, onde os jogadores compram cartas de um deck comum e colocam na sua mão já podendo utilizá-la na rodada que está sendo começada, diferente da maioria dos deck-buildings onde as cartas compradas vão para o descarte para serem utilizadas posteriormente.

Depois tem a Fase de Encontros, que dependendo do local onde seu personagem está, são abertas cartas que podem lhe trazer vantagens ou não, e aqui tem uma pegada do tipo dos livros-jogos muito legal contando historinhas e te levando a decidir caminhos diferentes.

O jogo é todo baseado nas cartas e no que fazer
com elas na sua rodada.

A terceira fase é onde praticamente o jogo acontece, na Fase de Ação, os jogadores vão usar as suas cartas para andar pelo mapa, enfrentar os inimigos, realizar um novo encontro, acampar, entre outras coisas, mas cada jogador tem direito a apenas uma ação, então precisa se programar bem.

Os personagens tem três atributos na sua ficha, que são a sua quantidade de vida, seu cartucho de balas e seu nível de maldição, as cartas farão quase sempre referência a esses atributos, além de aparecerem também ícones de dinheiro, fama e movimento.

Você pode para realizar as ações jogar quantas cartas quiser da sua mão, e usar os ícones todos que forem aparecendo para conseguir ter êxito na sua rodada.

A ideia das cartas de encontros é muito bacana.

Mas precisa ficar ligado em duas coisas, a primeira é o nível de maldição, que se chegar ao limite faz com que seu personagem fique amaldiçoado, mudando o poder especial dele e fazendo com que você comece a perder pontos de vida.

A outra é com a quantidade de cartas que você gasta versus a quantidade que tem para comprar, pois como o jogo tem muito essa pegada de exploração do mapa, é necessário que você se programe para ter sempre cartas para repor sua mão, se em algum momento você precisar repor e não tiver cartas, ganha uma passagem direta de volta a San Andreas.

Você pode usar isso a seu favor, até porque apenas em San Andreas você consegue comprar novos itens ou melhorias nos seus atributos, mas é muito frustrante você estar longe no mapa e por ter se programado mal precisar começar sua jornada toda novamente.

O tabuleiro é grandão e você pode explorar ele bem
atrás das recompensas.

Depois da Fase de Ação, os jogadores descartam quantas cartas quiserem da mão (ou guardam para a rodada seguinte) e repõe para 4, se algum dos quatro monstros do jogo estiverem no tabuleiro eles se movem em direção a San Andreas e uma nova rodada se inicia.

O jogo pode acabar de algumas formas : com a morte de três dos quatro monstros, se um deles chegar a San Andreas ou se as cartas de artefatos especiais forem todas compradas e quando um desses disparos de final de jogo for dado, contam-se pontos de cartas compradas e trabalhos com pontos de final de jogo e o jogador com mais fama é o vencedor.

The Few and Cursed traz vários elementos de jogos que eu gosto muito, como o Clank! e o Thunderstone, mas com uma personalidade bem única e um tema bastante bacana de "velho oeste apocalíptico" e com o único problema de ter um manual bastante confuso, ele deixou uma impressão bastante positiva em mim e vontade de jogar mais vezes.

Servindo como "trigger" de fim de jogo,
os monstros também dão muita fama.
 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

King of Tokyo : Dark Edition


Lançado originalmente em 2011 e alcançando um sucesso enorme tanto de vendas quanto de crítica, o King of Tokyo é um daqueles jogos que viraram referência dentro das coleções, sendo um jogo perfeito para apresentar novas ideias de mecânicas a novos jogadores.

Em 2014 teve um spin off com o King of New York, que manteve a mesma pegada, mas adicionou mais elementos, 2015 ganhou uma segunda edição e agora em 2020 chega ao mercado brasileiro a sua Dark Edition, que é uma roupagem mais "adulta" para o jogo, mas não somente isso.

O jogo nessa nova versão está lindão.

Primeiro falando um pouco da produção, essa nova versão do King of Tokyo, traz praticamente todos os elementos das suas versões anteriores, como os monstrões, dados, os marcadores de energia, cartas de poder, enfim, está tudo aqui também, mas com arte renovada e um cuidado de elementos muito legal.

Por exemplo, agora os cubos de energia viraram pequenos raios, os dados tem uma textura diferente, a capa contém um verniz localizado em alguns elementos deixando o resto fosco, e a arte toda trabalhada em tons de cinza e cores fortes em neón deixam ele com um visual lindão.

Em matéria de mecânicas você continua com a rolagem de dados para realizar as ações que darão dano nos seus inimigos, pontos para você ou energia para compra de cartas, mas agora temos a adição da trilha de vilania.

A trilha de vilania é uma adição
interessante ao jogo.

Essa trilha serve como paralelo às cartas de power up, mas ao contrário de termos um deck para cada monstrinho, com essa trilha ao alcançar os níveis 3, 6 e 10 você ganha um poder único para ajudar na tarefa de se tornar o rei de Tóquio, e para conseguir esses avanços você vai precisar de combinações nos dados, dando mais possibilidades às rolagens.

No final o King of Tokyo : Dark Edition entra como uma versão deluxe do jogo, para quem é fanzão dele vale à pena, no caso de você ter as versões antigas, só se você quiser pelo visual, que repito é lindão, mas o jogo em si muda muito pouco para que você precise trocar.

Todos os elementos ganharam upgrades
visuais bem interessantes.
 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Dissecando : Paper Dungeons


É muito legal quando você recebe um jogo de algum amigo, ainda mais se você viu ele praticamente desde os primeiros esboços, e esse é o caso do Paper Dungeons do parceiro de almoço, Leando Pires e que está chegando pela Meeple BR no mercado.

Em 2018 o Leandro embarcou na onda dos roll and write e me mostrou o que seria a versão de "rabiscar" do Rock'n'Roll Manager, a ideia central do jogo é que você iria rolar os dados e marcando na planilha para melhorar sua banda e de três em três rodadas haveriam os festivais.

Pois bem, pouco tempo depois saindo das bandas para grupos de aventureiros, o jogo começa a tomar uma cara muito própria com a adição da masmorra, monstros e das cartinhas de bônus e objetivos e assim nascia o Paper Dungeons (que deveria ter se chamado Dungeons & Drawnings) usando praticamente os mesmos mecanismos dos primeiros esboços, mas agora com uma identidade própria.

Versão de 2018 ainda com tema de rock
e já em 2019 com a masmorra.

Como dito anteriormente, no jogo somos grupos de aventureiros que entram em masmorras para conseguir tesouros, mas como é de costume, essas riquezas não são fáceis de conseguir então a cada avanço você vai topar com criaturas, armadilhas e os vilões mais bombadões que vão exigir que seu grupo esteja bem forte, ou sofrerão as consequências.

As regras do Paper Dungeons são de boas, sorteia-se uma carta de masmorra para todos os jogadores marcarem na sua folha as paredes e a localização dos três vilões que são também sorteados no início do jogo, depois disso cada jogador vai receber cartas de objetivos secretos e bônus, além disso três objetivos comuns a todos são deixados na mesa e a partida pode começar.

Os vilões, com ilustrações muito bacanas
são os "chefões" que devem ser derrotados.

O jogo terá exatamente 8 rodadas em que os jogadores vão ganhando experiência no seu grupo, pegando itens e explorando a masmorra enfrentando criaturas e coletando gemas para ao final da terceira, da sexta e da última rodadas enfrentarem os grandes vilões.

A cada rodada, um dos jogadores pegam os seis dados e rolam uma vez para servir à todos os jogadores, logo de cara podem acontecer problemas, pois a cada caveirinha que aparecer, os jogadores já tomam dano e já diminui a quantidade de dados que poderão ser usados.

Depois disso cada jogador pode escolher três faces para usar na sua planilha e aqui temos três dados pretos e três dados brancos com faces dos quatro personagens do jogo (mago, guerreiro, rogue e clérigo) além de faces especiais, o trevo que serve como coringa e as botinhas que servem para andar muito na masmorra.

A cada rolada, os jogadores escolhem três faces
para marcar na sua folha de aventura.

Com a seleção que você fez é possível marcar na sua planilha de muitas formas : aumentando atributos do seu grupo, transformando em poções (que vão evitar danos), usando para criar itens mágicos e andando na masmorra.

Aqui tá o grande diferencial do Paper Dungeons, a parte de andar na masmorra é muito divertida e crucial para suas pretenções de ganhar o jogo, a cada movimento dentro dela, você vai passando pelas criaturas menores, pegando itens e gemas e se aproximando dos vilões, para as fases de pontuação.

Nessas três fases de confrontamento com os vilões, os jogadores vão somar as forças do seu grupo de heróis para confrontar o vilão da vez, dependendo da sua força, ganham pontuações e o grupo que tirou mais pontos do vilão ganha presentinhos, mas isso só acontece se você passar pelo lugar da masmorra onde ele está, caso contrário só penalidade.

Passear pela masmorra é a parte do jogo
mais legal e importante.

O jogo segue até o enfrentamento do terceiro vilão, depois da oitava rodada, então os jogadores vão somar todos os pontinhos ganhos durante a partida e quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

O Leandro é um cara que lapida muitos seus jogos (e pra gente que tá perto, sofre com isso), mas geralmente o resultado disso são jogos consistentes, criativos e de qualidade, e o Paper Dungeons não foge a essa "fórmula", ele conseguiu novamente fazer um jogo gostoso com o tema muito bem aplicado às mecânicas e que se destaca dentro até da enxurrada de "roll and write" do mercado, deixando ele e o Cartógrafos ali no topo dos jogos da categoria lançados no Brasil.

Os atributos do grupo e os itens vão
mostrar a força na hora dos enfrentamentos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Kardnarök


Prestes a chegar ao Catarse para financiamento coletivo pela On the Table, em Kardnarök, do amigo Alexander Francisco, somos reis/rainhas de que em meio a chegada iminente do Ragnarök, lutam entre si por poder para no fim ser o soberano de Midgard!

No início de cada partida, os jogadores escolhem seus reinos, recebem heróis que ajudarão nas batalhas junto aos guerreiros e as cartas de Nornas, além disso colocamos ao centro da mesa o marcador de poder dos reinos em disputa e as cartas de Ragnarök, que são eventos que mudam durante as rodadas.

Ao receber todos os elementos, você vai escolher um herói e dois guerreiros para a sua batalha, todos os outros reinos farão o mesmo, então cada reino terá a oportunidade de desafiar outro pela glória.

Você prepara o seu reino com um herói e outros
guerreiros para tentar vencer as batalhas que virão.

O reino ativo escolhe seu adversário, então inicialmente fazem rituais de combate, pedindo ajuda aos deuses. Esses rituais darão benefícios durante o combate e logo depois começa a peleja propriamente dita.

O jogo usa cartas para definir tudo, uma vez que a fase dos rituais passa, os jogadores começam a usar cartas da mão, aqui temos a participação das Nornas, que serão utilizadas tanto no pré-combate quanto durante a luta.

Uma vez resolvida essa fase, conta-se a força dos reinos, caso ainda haja a possibilidade, os jogadores pode pedir ajuda aos aldeões e posteriormente inclusive para outros reinos, que podem se interessar em participar da luta para também ganhar moedas que lhes darão pontos ao final do jogo.

Conforme rolam as batalhas, você usa cartas e até
mesmo pede ajuda à outros jogadores.

O legal aqui é que os marcadores vão andando na trilha, e a cada carta ou movimento você fica lá observando quem sairá vencedor, e todos participam, dando ao jogo uma dinâmica bem bacana até mesmo para quem está de fora da batalha.

Uma vez resolvida a batalha, o reino vencedor leva para si o marcador de prata do adversário caído, já o reino derrotado, aumenta suas defesas passivas, deixando ele menos interessante para futuros ataques.

Quando todos os reinos batalharem uma vez a primeira rodada se encerra, uma nova carta de Ragnarök é aberta e novamente todos batalham mais uma vez, quando essa segunda rodada se encerrar o reino com mais pontos em moedas é o vencedor e terá o direito de governar em Midgard.

A arte e os QR Codes com informações sobre os
personagens é um atrativo à mais ao jogo.

Uma das coisas que eu gosto muito nos jogos do Alexander é o cuidado que ele tem com pesquisa e arte, e aqui isso realmente ganha um novo patamar, com as cartas tendo QR Codes onde você pode saber mais sobre cada personagem.

Some isso a um jogo de combate muito inteligente e bacana e você tem aqui em Kardnarök uma ótima diversão para os fãs da mitologia nórdica e também para fãs de bons jogos de carta.

No final de muita peleja, o reino vencedor fica com o
trono de Midgard!
 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Nova Luna


Um dos candidatos ao Spiel des Jahres desse ano, Nova Luna é um abstrato de colocação de tiles do grande Uwe Rosenberg em parceria com outro grande designer, o Corné van Moorsel, onde os jogadores compram tiles de um mercado central e vão colocando montando um mosaico de cores, e cumprindo os objetivos dos tiles.

O mercado central é formado por 11 espaços, nele são colocados tiles coloridos que tem um valor e de zero a três objetivos para serem cumpridos pelo jogador.

Na sua vez você pega a lua, anda de um a três espaços e pega o tile, o valor mostrado nesse tile vai indicar quantas casas você anda na trilha de turno, isso lembra muito o Patchwork, pois quanto mais você andar nessa trilha, mais tempo fica pra jogar, pois o jogador da vez é sempre o último nessa trilha.

Você compra um tile no mercado central,
e adiciona ao seus tentando cumprir os objetivos.

O grande lance aqui em Nova Luna é essa colocação de tiles para cumprir os objetivos, em cada objetivo temos que fazer uma cadeia de adjacência com as cores pedidas, então se um tile pede que você esteja adjacente a outro tile azul, ao cumprir essa exigência você coloca um dos seus marcadores e fica mais perto da vitória.

Pra mim a genialidade desse jogo está no aproveitamento da colocação dos tiles em cadeia, pois uma vez que você consiga colocar mais de um tile da mesma cor adjacente, ele começa a contar como uma grande cadeia, então você pode posteriormente já comprar um tile praticamente resolvido.

Cada tile tem a quantidade de casa que você anda,
e os objetivos de cores à serem cumpridos.

O jogo prossegue até que o primeiro jogador consiga colocar todos os seus marcadores nos objetivos dos tiles, o jogo também acaba se algum jogador precisar comprar um tile e não conseguir, e aí quem tiver menos marcadores sobrando no seu estoque é o vencedor.

O Uwe aqui com o Corné, fazem essa dobradinha que pega muito bem o que cada um tem de melhor em designer de jogos, as sacadas de aproveitar bem os tiles que já estão no tabuleiro, como no Factory Fun, com a questão do tiles que te fazem ficar mais pra trás mas te dão mais possibilidades como tem no Patchwork.

Por enquanto ninguém falou nada de trazê-lo para o Brasil, mas fica a torcida, pois é um jogo muito bacana e que tem muito o perfil do público brasileiro.


A grande sacana, é tentar criar as cadeias de cores para
 
conseguir colocar tiles já praticamente cumpridos.
 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Welcome Back to the Dungeon

 
Welcome Back to the Dungeon
segue a linha do seu antecessor (o Welcome to the Dungeon) onde os jogadores vão se desafiando rodada à rodada colocando monstros e tirando equipamentos do herói, até que um deles entre na masmorra e tente sair vivo com seus prêmios.

A mecânica principal do jogo é o "push your luck", então como setup inicial escolhemos um dos quatro heróis disponíveis, pegamos todos os seus equipamentos e deixamos tudo preparado.

O jogo funciona da seguinte forma, existe um baralho onde temos os monstros que vão povoar a masmorra, na vez do jogador ele pode pegar uma carta ou passar o turno.

Você vai adicionando monstros,
enquanto tira equipamento.

Ao escolher comprar uma carta, o jogador pode adicioná-la a masmorra ou então colocar a carta e um equipamento do herói na sua frente, e nesse caso nem o monstro nem o equipamento farão parte da aventura.

Quando todos os jogadores, menos um, passarem ou quando o baralho de monstros se exaurir, então o jogador que restou vai enfrentar a masmorra com o equipamento que sobrou e tentar sua sorte.

A fase da masmorra pode ser bem cruel, pois vamos abrindo carta por carta, se você tiver algum equipamento que consiga dar dano ao monstro, beleza, você derrotou ele e continua, caso contrário, desconta seus pontos de vida para continuar a aventura.

Os monstros vão te tirando dano, ou sucumbindo
pelos equipamentos que sobram.

Uma vez que todos os monstros são derrotados e você ainda tem algum ponto de vida, você recebe uma carta de sucesso, caso você não tenha sucesso na sua empreitada, você vira seu guia do jogador para o lado vermelho, caso já esteja no lado vermelho, você é eliminado do jogo.

Você vai fazendo essas rodadas de cartas e de entrar na dungeon até que partida de termina quando apenas um dos jogadores não é eliminado ou quando o primeiro jogador conseguir duas cartas de sucesso.

Welcome Back to the Dungeon é um jogo de farra rapidinho, com essa pegada de ir tirando os equipamentos do herói mas tomando o cuidado de não ser você a vítima, então você tem que pesar muito as decisões de se vai passar ou colocar monstro, ele acaba sendo um jogo bem divertido, e se sua mesa for fã de RPG fica melhor ainda devido ao tema.

Se você conseguir terminar a masmorra vivo,
ganha uma carta de sucesso.