terça-feira, 29 de setembro de 2020

Tabuleiro Virtual : Magic Arena


Um dos maiores fenômenos entre os jogos analógicos de todos os tempos, o Magic : The Gathering foi criado em 1993 pelo designer Richard Garfield e ganhou o mundo recrutando "planeswalkers" de todas as idades.

Durante o final dos anos 90 até 2001/2002 eu joguei Magic, tendo cartinhas de edições que iam da Revised Ed. até a 7th Ed. e participando de (alguns) campeonatos indo mal, pois sou mais jogador casual do que aqueles que pesquisam à fundo (e gastam grana) para construírem decks campeões.

Isso, associado a descoberta dos jogos de tabuleiros modernos, me fez vender tudo que eu tinha de cartinha e nunca mais jogar, nem me interessar, mais pelo Magic.

 O jogo é bem didático, sempre explicando os diversos
poderes das cartas.

Até semana passada quando instalei aqui em casa o Magic Arena, que é a versão digital, muito bem implementada, desse grande sucesso.

No Arena temos logo de cara um tutorial muito bem feito, onde você passa por etapas importantes de aprendizado do jogo, depois de passar por ele começa a parte divertida, que são os desafios das cinco cores do jogo que vão te garantir baralhos para você começar a jogar.

Uma vez que você está familiarizado com os conceitos básicos do aplicativo é que o bicho começa a pegar, pois você vai precisar começar a juntar os recursos básicos do jogo, que são as moedas e as gemas, que servem para comprar boosters e entrar nos torneios.

E é aí que o você tem o flashback do porquê que você, jogador casual, abandonou o jogo físico.

 
Você vai ganhando decks nos desafios, e conforem 
ganha novas cartas, pode ir se aventurando em criar.

Para realizar os desafios diários e ganhar cartinhas, recursos e outros decks, é tranquilo você jogar com baralhos simples ou até se aventurar em criar alguma coisa diferentinha, mas à partir do momento em que você quiser se aventurar nos torneios, você vai precisar acompanhar o "meta" do jogo, e aí amigo, começa o esquema de gastar dinheiro pra conseguir boosters e assim as "wild cards".

Esse é o grande lance do Magic Arena que não existe no mundo físico do jogo, as "wild cards", que são cartas coringa que você pode transformar em qualquer carta dentro do jogo, o que facilita na construção de decks que acompanhem o "meta jogo".

O Magic Arena funcionou pra mim pra matar a saudade de um jogo que é muito bacana, apesar do desequilíbrio entre os jogadores casuais e "cascudos", e o lance dos desafios, de abrir os boosters virtuais, as animações (que são lindas) fazem dele um jogo legal de se ter instalado.

As ilustrações e animações são muito bacanas,
mas também deixam o jogo muito pesado.
 

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

TOP 3 : Jogos bons... mas feios!


Esse mês entrou na lista de jogos do Board Game Arena o excelente Saint Petersburg, mas que apesar de ser um daqueles euros inesquecíveis, é feio de doer, o que resultou numa resenha muito boa do Luis Perdomo, lá na Ludopedia (aqui o link).

Baseado nessa resenha e na minha experiência própria, fui relembrando de outros jogos maravilhosos, mas que as editoras resolveram não investir na parte gráfica, o que na prática pode inclusive afastar novos jogadores.

 Saint Petersburg : Jogaço, com uma arte medonha

Eu, por exemplo, demorei muito tempo para me interessar em jogar o ótimo Ilha dos Dinossauros por achar ele graficamente medonho (acho as escolhas de cores dele, toda errada).

Então vamos aqui elencar três jogos muito feios, mas que são excelentes.


Puerto Rico foi por anos o TOP1 no Board Game Geek, mas seguindo uma tradição da Alea, o bicho é feio demais, aliás, nem sei se dá para considerá-lo feio, pois a arte é praticamente inexistente.

Tanto isso é um defeito a ser considerado, que ele ganhou redesign feito por fã, o artista Mike Doyle, mas também nas edições posteriores, tentaram dar uma "melhorada" colocando arte nos tiles e tals, mas ainda assim, a Alea consegue não ser uma editora que melhora muito graficamente seus jogo, deixando à desejar muito mesmo nessas reedições.


Outra editora, dessa vez autoral, que consegue ter praticamente zero apreço pela parte gráfica, era a extinta Treefrog do grande Martin Wallace.

Muitos dos seus melhores jogos foram lançados com arte feia ou no melhor dos casos, aceitável, mas a primeira versão do Age of Steam se destaca aqui.

Sério, esse "design" aqui só pode ter sido feito
de má vontade.

Como já falei em outras oportunidades, esse é um jogo fora de série, mas a primeira edição dele parece terem pego o protótipo e lançado.

Tudo é muito feio, o mapa, o tabuleiro de mercado, até os componentes não ajudam muito por aqui, e embalando tudo isso, até a capa não colabora, mas é um jogo maravilhoso.


Agora a empresa campeã em feiura/jogo bom é sem sombra de dúvidas a Splotter Spellen que consegue fazer com que TODOS os seus jogos sejam ótimos, mas feios de fazer vergonha na mesa, e pra mim, dentro de um catálogo medonho, o grande campeão é o Roads & Boats.

Esse é um dos jogos mais feios de todos os tempos, sério, tudo nele é medonho, e apesar disso, é um dos melhores euros pesadões que eu já joguei na vida.

Aqui todas as escolhas gráficas foram erradas, os tiles foram feitos de forma preguiçosa, o marcador de tecnologia é ruim de usar, o fato de precisar meter um acetato por cima dos componentes para que ele seja rabiscado é no mínimo temeroso, o tamanho da caixa é bisonho e para coroar, uma das PIORES capas de jogo já lançadas.

 Todos os componentes do Roads & Boats são feios.

Aí você deve estar se perguntando o que faz alguém querer chegar perto desse jogo, bem, ele é brilhante, toda a "engine" dele o processo de você começar com um pato, um toco de madeira e no final das 4 ou 5 horas de partida estar extraindo petróleo e fazendo dinheiro é bárbaro.

Roads & Boats foi um jogo que por anos esteve fora de catálogo (como boa parte dos jogos da Splotter), mas que eu fiz questão de produzir uma cópia "home-made" melhorando os componentes para que ficassem mais apresentáveis na mesa.

O mínimo esforço foi suficiente para ter componentes
mais apresentáveis para esse JOGAÇO!
 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Tabuleiro Virtual : Le Havre - The Inland Port


Entrou recentemente em promoção na Steam o jogo Le Havre - The Inland Port, que é a versão para duas pessoas de um dos grandes sucessos do meu autor preferido, o Uwe Rosenberg.

Nesse jogo vamos, durante doze rodadas, construir prédios que serão usados pelos jogadores para produzir bens, vendê-los e assim ganhar dinheiro para ao final do jogo quem tiver mais grana ser o vencedor.

A versão física dele utiliza um rondel, que a cada rodada avança fazendo com que os prédios produzam mais, uma vez que você ou o seu oponente utilizam o prédio, ele volta lá para o início do rondel no 0, já essa versão digital, não temos o rondel, mas ele emula bem essa passagem do tempo com uma trilha onde os prédios vão avançando.

 Eu achei o tutorial confuso, apesar de graficamente ser
bem completo.

Você precisa ficar muito ligado nesse avanço, pois se o prédio chegar no último espaço e você não puder usá-lo, você é obrigado a vendê-lo pela metade do preço de compra, o que é ruim, embora às vezes você tenha a necessidade caso fique apertado de dinheiro.

O lance do jogo é você tentar criar a sua "engine" de recursos/pontos usando seus prédios, pois sempre que você precisa usar um prédio do oponente, deve pagar uma moeda à ele, então a sacada é pegar sempre o que for útil para você antes do coleguinha e sempre que possível ainda pegar prédios que te rendam um troquinho ao serem usados por ele.

Outra grande sacada do jogo é o seu mercado, os prédios não dizem se você vai ganhar um ou dois recursos, e sim a quantidade de avanços para os lados e diagonais, então a posição que você está com determinado produto nessa tabela, faz com que você ganhe mais ou não consiga avançar todo o necessário.

 
O grande lance do jogo é o foco nos prédios, 
a cada avanço eles produzem mais.

Além disso, o pagamento também se utiliza desse método, pagando 1 (indo para o lado), 3 (indo para baixo) ou 4 (na diagonal), então você também precisa ficar ligado para fazer a melhor combinação na hora de usar seus recursos para não gastar demais.

O Le Havre grandão é um jogo pesadão que dá uma canseira mental, eu realmente fico esgotado jogando ele (tanto que ele não é um dos meus preferidos), mas essa versão para dois arrisco dizer ser melhor que a Agricola : All Creatures Big and Small e a do Caverna : Cave vs. Cave.

O tutorial do Le Havre - The Inland Port é meio confuso, eu precisei baixar o manual e lê-lo para ficar tudo mais claro, mas ele tem gráficos muito claros e não é pesadão, ele é mais uma adaptação de jogos do Uwe feita pela Digidiced, que já tem no seu portfólio o Patchwork e o Agricola e funciona tanto local (contra AI ou pass-and-play) e online e vale o investimento, tanto para os fãs do autor quanto para quem gosta de bons jogos.

O mercado de recursos é muito legal e você precisar ficar
ligado para não desperdiçar produtos.
 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Star Wars : Rebellion

 

O Império Galático domina o universo com sua mão pesada dominando pelo medo que sua frota impõe e a sombra da temível Estrela da Morte, mas existe uma esperança, os Rebeldes estão se espalhando pela galáxia e começam a se tornar uma ameaça real.

Com essa premissa temos Star Wars : Rebellion, baseado na franquia de maior sucesso do cinema mundial, ele é um jogo para duas pessoas onde cada jogador vai defender o seu lado nesse embate galático.

Ao abrir a caixa do jogo você já se impressiona pela sua grandiosidade de elementos, são mais de 150 miniaturas (com TRÊS Estrelas da Morte), um tabuleiro gigante mostrando a galáxia cheia de planetas que permeiam o universo nerd (como Tatooine, Hoth, Dagoban entre outros), heróis serão os "trabalhadores" do jogo, e aqui mais uma vez temos Luke, Leia, Vader e Palpatine.

 Rebellion é um jogo que já impressiona mesmo durante o setup.

Ao escolher um lado o jogador vai receber todos os elementos para o jogo, que são suas minis, os heróis, um monte de cartas e marcadores e temos as peças de ambos distribuídos pelo tabuleiro.

O lance do Rebellion é saber como funciona o jogo para cada um dos lados, enquanto o Império vai tentar procurar pela base Rebelde escondida para destruí-la, os Rebeldes precisam ir aumentando sua influência pela galáxia para que a fagulha da rebelião aumente e finalmente destruam o Imperador Palpatine.

As regras do jogo, embora sejam permeadas de detalhes, não é tão complicada quanto possa parecer. O jogo é basicamente um "woker placement", onde temos três fases distintas.

 Ele é um jogo de "alocação de trabalhadores", que são enviados
em missões e pelo tabuleiro.

Na primeira vamos atribuir os nossos heróis disponíveis secretamente em missóes (cartas), na segunda temos a fase de comando onde alternadamente vamos resolver essas missões, ou nos movimentar pelo tabuleiro com os heróis que não foram usados nas cartas e finalmente a fase de restauração onde gastamos recursos para produção de novas unidades.

Rebellion é um jogo extremamente estratégico, então observar bem o que o outro lado está fazendo é de vital importância, então a ordem das ações, tanto na movimentação quanto na realização das missões, pode ser crucial durante a rodada.

Enquanto temos o Império que se espalha com seu poder de fogo pelos planetas, temos os Rebeldes tentando cumprir missões diplomáticas para tentar cumprir objetivos que aumentem sua influência para tentarem sair vitoriosos.

 Muitas vezes a situação fica tensa pela galáxia.

A partida termina quando uma das duas condições de vitória é alcançada, para os Rebeldes, quando o marcador de rodada se encontrar com o de influência, enquanto que para o Império é necessário encontrar a base Rebelde e destruí-la antes que isso aconteça.

Star Wars : Rebellion é brilhante, um dos melhores (se não o melhor) jogos para duas pessoas que eu já joguei, mas tem o grande "problema" de ser um jogo evento, a partida inicial demorou quase quatro horas, o que para mim num jogo de duas pessoas é muito longo, mesmo que o tema e a partida sejam super empolgantes e imersivas.

Com certeza vai figurar entre os melhores jogos que eu joguei esse ano, e com mais partidas possivelmente entre no meu seleto TOP10, mas acho que o fato dele ser muito longo pode fazer com que o espaço entre uma partida e outra seja grande, mas é um jogo que todo fã da saga e de jogos de tabuleiro precisa jogar.

A Estrela da Morte está desde o início do jogo
lembrando que a coisa pode esquentar.
 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Kingdomino Duel


Terceiro jogo da família Kingdomino, o Kingdomino Duel traz os dadinhos para o jogo, e com eles vamos formar os já tão conhecidos dominós que formam o reino do jogo.

Cada jogador recebe no início da partida uma folha onde vai marcar o seu reino, além disso temos uma folha de "magias" no meio da mesa, essa folha é comum a ambos os jogadores e traz elementos que mudam a dinâmica do jogo.

O jogador da vez então rola os quatro dadinhos do jogo, e começa a escolha dos brasões, sendo que o primeiro jogador escolhe um, o seu adversário pega dois e o da vez fica com o dadinho restante e assim montam seu "dominó" para aquele turno.

 Aqui os dadinhos substituirão os dominós.

A colocação dos dominós é bem semelhante aos Kingdominos anteriores, você pode colocar qualquer face junto ao castelo, ou então colocar o dominó com pelo menos uma das faces iguais a outro previamente desenhado na sua folha.

As coroas aqui são substituídas por cruzes, então quando você pega um brasão com uma ou duas cruzes as marca também na folha, mas aí vem o charme do Kingdomino Duel, quando você desenhar um brasão sem cruz, procura esse brasão na folha central e faz uma marcação lá.

Cada brasão faz parte de uma disputa mágica para liberar um poderzinho especial, mas apenas o primeiro jogador a completar todas as marcações de determinado brasão terá o direito de utilizá-lo, então rola essa corrida pois os poderes são bem interessantes no decorrer da partida ou para a pontuação final.

Conforme você pega uma combinação de dois dados,
precisa marcá-los na sua folha.

Além disso, uma vez por partida cada jogador pode pintar a torre do seu castelo e adicionar uma cruz ao seu dominó daquele turno, o que será importante para a sua pontuação final.

Assim que o primeiro jogador fechar seu território, a partida acaba naquela rodada e contam-se os pontos, multiplicando cruzes pelas áreas conectadas, assim como nos jogos anteriores, e o jogador com a maior pontuação é o vencedor.

Kingdomino Duel chega dando uma renovada de ares num jogo muito gostoso, e tendo mudanças significativas sem perder sua identidade acaba sendo mais um jogo que você pode ter na coleção, mesmo que já tenha os anteriores.

Na folha central temos uma disputa por efeitos bons
durante o jogo ou para a pontuação final.


terça-feira, 15 de setembro de 2020

Chronicles of a Crime


Quando o Kick Starter do Chronicles of Crime apareceu em 2018 eu fiquei super empolgado com a ideia do jogo, uma releitura modernizada dos jogos de detetives mas com um apelo tecnológico que vai desde as pistas sendo coletadas através de QR codes até a vistoria das cenas dos crimes utilizando realidade virtual e o sucesso do projeto lá fora alcançando quase 800k dólares mostra bem que o pessoal comprou a ideia.

Aqui no Brasil precisamos esperar mais um pouco, mas em novembro do ano passado a Galápagos Jogos trouxe para o mercado a caixa básica do jogo e o aplicativo em português para dar apoio nas nossas investigações.

Você prepara o setup, escolhe o caso
e começa a aventura.

O Chronicles of Crime é baseado em casos, você escolhe um dos casos no aplicativo, prepara todo o setup do jogo, com um tabuleiro central onde vamos colocando as pistas que vão aparecendo, as cartas de locais, o baralho de suspeitos e pessoas à serem interrogados e, caso você tenha, um óculos de VR (eu peguei o de papelão da Google pra brincar).

O jogo em si tem poucas regras, tudo vai mais da dedução e coleta de dados. Você vai precisar escanear o QR code dos locais, pessoas e pistas e através desses elementos tentar resolver o que o caso propõe.

O tutorial ajuda bastante para pegarmos a manha do jogo, com um caso simples e rapidinho de resolver, mas é só um aperitivo, quando você pegar casos mais complexos e aí que o jogo realmente mostra todo o seu potencial.


Conforme você vai jogando, lugares e pessoas
vão aparecer para serem investigadas.

Por ser um jogo que usa o aplicativo o tempo todo, ele pode se dar ao luxo de "temporizar" a partida, então tem casos onde se você demorar muito tempo, novos elementos entram em cena, através de um chamado da Scotland Yard, ou aparecendo novas pessoas durante seu caminho.

Mas o grande barato aqui é você tentar juntar as peças do quebra-cabeça proposto pelo caso e ao final responder corretamente ao questionário final e ver se você se saiu bem na investigação ou não.

O grande diferencial é a investigação nos locais através da realidade virtual, aqui você pode usar o óculos ou não, mas fazendo com o "gadget" a experiência é muito mais legal, mesmo com meu celular de tela pequena e o óculos de papelão é impressionante você ficar olhando para todas as direções atrás de pistas para tentar resolver os casos.


A investigação dos locais, via realidade virtual,
é um dos destaques do jogo. Foto KS.

O jogo base vem com quatro casos (sendo que um dele se desdobra em 3), mas você vai querer mais rapidinho, e aí entra outra coisa bem legal, apesar de termos casos sendo vendidos separadamente (no app tem mais 5 casos extras), existe uma forma da comunidade criar novos casos, e no Board Game Geek já temos mais de 20 casos criados por fãs (aqui a geek list com eles).

Mas cuidado, ele é um jogo que requer atenção aos detalhes, a experiência pode ser muito ruim se você estiver em um ambiente com muita gente ou com uma turma dispersa, ele é um jogo para se jogar em casa, focado na brincadeira, dessa forma você vai extrair ao máximo tudo que ele te proporciona.

Chronicles of Crime tem o feeling do antigo Scotland Yeard, mais moderno e encorpado, e você entra no mundinho legal anotando pistas, discutindo opções com as pessoas jogando com você, correndo contra o tempo para tentar resolver o caso com a maior pontuação possível.


Conforme o jogo vai se aproximando do
final, a mesa (no meu caso a cama) fica cheia.
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Novidades Brazucas à Caminho!


Nesse tempo que tenho ficado em casa, tive a oportunidade de jogar um monte de jogos ainda em estágios de preparação para se tornarem produtos prontos para chegarem as prateleiras dos jogadores brasileiros.

Alguns eu acompanho desde o "berço" outros só vim a conhecer agora já quase prontos, mas vou deixar aqui as minhas impressões e espero que mais pra frente todos ganhem postagens exclusivas de lançamento com o jogo já sendo produzido e disponível em todas as ludotecas.


Durante a GenCON Online tive a oportunidade de jogar o Persona Non Grata com o grande Sergio Halaban, que além de ser um dos autores mais antigos no Brasil sempre produzindo é certamente um dos mais gente fina.

Esse é um jogo de cartas que onde os jogadores são bichinhos tentando hackar um sistema, nós vamos usar um sistema de draft para tentar recolher chaves que nos darão pontos ao final do jogo.

Ele tem um sistema de draft junto a escolha de ações escondidas muito promissor, e eu gostei muito de como ele se desenvolve (apesar de não ter conseguido terminar a partida) e já está assinado com a Dijon Jogos.



Outro que eu joguei na GenCON Online foi o Camisa 12, esse eu conheço desde os primeiros rabiscos e já joguei um monte de vezes.

Nele duas torcidas rivais participam de um clássico enchendo o estádio e com isso empurrando o seu time para a vitória.


O jogo se utiliza de um rondel para escolha de tiles, além de cartas de objetivos secretos que podem ser usadas para aquela virada de jogo sensacional aos 47 do segundo tempo.

O Camisa 12 tá prontinho, pra mim é um dos meus jogos preferidos do Rodrigo e eu espero que saia logo com a qualidade que a Dijon Jogos vem produzindo (e o jogo merece).


Outro do amigo Rodrigo Rego mas dessa vez como co-autor outro grande amigo de jogatina, o Leandro Pires, Salon de Paris é um jogo de colocação de tiles tipo tétris, onde estamos em exposições para conseguir as melhores obras no meio de um pandemônio de artistas querendo um lugar ao sol.

O grande lance do jogo vem do leilão para a escolha das peças e a colocação delas no seu tabuleiro pessoal ou em um salão de exposição comum, onde em ambos os casos você pode valorizar ou depreciar determinado tipo de obra e ganhar também pontos e ajuda na hora do leilão.

Esse tá ainda na fase de mudanças e arrumações, mas é bastante promissor, ainda mais se ganhar uma arte caprichada, pode vir a ser um daqueles jogos que você quer na coleção pela beleza dos componentes (além de ser um jogo muito gostoso).


Pindorama é uma criação do Eduardo Andrade e trata da colonização das Américas desde a chegada dos Europeus em 1492 até a industrialização no início do século XIX.

Cada jogador é um grupo ameríndio tentando sobreviver à chegada dos brancos, e nesse processo temos também a chegada dos negros escravizados que dividem esses espaços.


O Eduardo fez uma pesquisa muito grande, e você tem momentos chave da história do nosso povo que influenciam diretamente no decorrer do jogo que mecanicamente trabalha com o conceito de controle de área.

Apesar de parecer difícil num primeiro momento, quando você joga ele é muito fluido e mesmo ainda não estando 100% finalizado, tem tudo para ser um dos grandes jogos nacionais em termos de estratégia, fiquem bem ligados nesse aqui.


Terminando meu passeio pelos protótipos temos o Front, um jogo de cartas para duas pessoas com temática da Segunda Guerra Mundial feito pelo Alexander e que impressiona pelo design gráfico e pelo cuidado na pesquisa histórica.

Mas isso aliado a uma mecânica inteligente de escolha simultânea de tropas, faz com que o jogo seja muito bacana e estratégico.

Ele funciona como uma "melhor de três" conflitos, em cada um deles temos condições adversas, a entrada de personagens com efeitos especiais e muita observação de situação para que os conflitos sejam resolvidos de forma favorável para o seu lado.


Por enquanto é isso, e pensar que eu ainda estou super enrolado postergando partida de jogos como Rio 1808 do Butilheiro, o Bom do Videogame dos amigos Patrick e André, mais uma novidade da Bucaneiros, o Opentop do Éderson e novidades do Quilombolas do Valter.

Esse está sendo um ano produtivo para os criadores, uma pena que as jogatinas tenham que ser virtuais, mas pelo menos dá pra jogar coisas que dificilmente eu teria acesso mais fácil, mas acho legal que as editoras (principalmente as maiores) comecem a olhar para os autores nacionais com mais carinho, tem saído uma leva de jogos muito interessante que não podem ficar só no protótipo.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Ludoteca Básica : Jaipur


Finalmente chegando ao Brasil pela Galápagos Jogos, em Jaipur dois jogadores competem pela preferência do Marajá, e para isso precisam ser os melhores comerciantes e ganharem os Selos de Excelência para terem tal privilégio.

Criado por Sébastien Pauchon (mesmo autor do ótimo Jamaica), aqui temos um jogo de cartas onde existem seis tipos de especiarias para serem comercializadas, e os camelos que servem como coringa mas também são um bem valioso.

Cada jogador recebe inicialmente uma mão com 5 cartas, os camelos que vierem nessa mão inicial são separados e você fica apenas com as especiarias, além disso é feito um mercado no centro da mesa, com cinco cartas abertas e com tokens que são o dinheiro e a forma de ao final da rodada você conquistar o Selo de Excelência.

O mercado onde tentamos pegar os melhores itens
antes do outro comerciante.

Na rodada o jogador pode fazer apenas uma entre quatro ações : comprar uma carta do mercado (que é reposta automaticamente), comprar todos os camelos do mercado, trocar especiarias e camelos por outras especiarias do mercado ou vender seus produtos.

O lance aqui é você conseguir maximizar suas vendas tentando vender a maior quantidade antes do seu oponente, pois quanto mais cedo, maiores os valores de venda.

Outra coisa interessante do Jaipur é o gerenciamento dos camelos. A sua mão pode ter no máximo sete cartas, mas como os camelos ficam à parte, eles são uma excelente forma de trocar, e ainda valem cinco pontos ao final para quem tiver a maior cáfila.

 Os tokens que são a parte mais importante do jogo,
conseguir os melhores é primordial.


O jogo alterna entre os dois comerciantes até que três cores de tokens acabe ou não se consiga mais colocar novas cartas no mercado, encerrando assim a rodada automaticamente.

O jogador com a maior quantidade de camelos ganha token de pontuação, somam-se todos os pontos em tokens e quem tiver a maior pontuação recebe um Selo de Excelência, quem conseguir recebe o segundo selo é o vencedor.

Jaipur é daqueles jogos elegantes, com regras simples mas com uma curva estratégica super alta, quanto mais você jogar, mais vai se apaixonar por ele, e isso vem de um cara que a primeira vez que jogou não deu nada pelo jogo, mas agora depois de mais de 10 partidas já o considera Ludoteca Básica.


O jogador com a maior quantidade de camelos,

recebe um bônus importante ao final da rodada.