sexta-feira, 2 de julho de 2021

TOP3 : Trilogia Kramer/Kiesling


Parece preguiçoso fazer um TOP3 de uma série de 3 jogos, mas é que sempre que eu posto alguma coisa falando de um dos três títulos SEMPRE alguém pergunta "qual o melhor?".

Pra dar um panorama, os três jogos são quase um manual de como fazer jogos de controle de área além de terem em comum a utilização de pontos de ação durante o turno dos jogadores.

Na sua primeira versão, as caixas e suas "máscaras"
que deram a alcunha à trilogia.

Lançados inicialmente entre 1999 a 2002 eram conhecidos como "trilogia das máscaras" devido às capas das primeiras edições, mass versões que chegaram no Brasil pela Conclave já são suas reedições que ganharam além de uma repaginada gráfica absurdamente boa os três jogos passam agora a serem localizados nas Américas, trazendo para Cuzco o segundo jogo antes chamado Java.

Então para facilitar a vida dos leitores resolvi fazer essa lista elencando a minha ordem de preferência para esses três jogos excelentes da dupla Wolfgang Kramer e Michael Kiesling.

No Mexica temos uma forma interessante de controle de área para os jogadores, aqui vamos usar canais para cercar determinadas áreas do tabuleiro formando distritos que darão pontos aos jogadores.

Mexica é dos três o jogo que fica mais "apertado"
mas deixa um visual lindo no final da partida.

Além dos distritos os jogadores também marcam ponto com os templos e ao diferente dos outros dois jogos da série, aqui você sempre vai realizar as ações com um meeple só no tabuleiro que vai precisar ficar andando pra lá e pra cá para fazer as construções.

Já em Cuzco os autores resolveram subir os Andes trazer seus diversos platôs e aqui os jogadores além do controle territorial plano, também precisam crescer o tabuleiro verticalmente para assim conseguir construir os templos.

Cuzco ganhou uma repaginada e uma mudança
de "CEP" nessa nova versão.

O barato no Cuzco é essa corridinha, pois apenas o meeple na posição mais alta do terreno pode construir o templo nos espaços de cidade, então gastar sabiamente os pontos de ação para conseguir subir o terreno e fazer a construção é primordial.

Mas o melhor de todos para mim é o Tikal, tendo sido o primeiro dos três a ser lançado ele é ainda hoje uma referência em jogos de controle de área, sendo apontando por muitos como o melhor de todos os tempos (eu ainda prefiro o El Grande, mas ele fica em segundo).

No Tikal temos o tabuleiro mais enxuto dos três, são apenas 36 espaços que serão preenchidos com hexágonos que mostram bases onde serão erguidos os templos, ruínas que recebem artefatos, clareiras onde montamos nossos acampamentos e os vulcões que servem de "trigger" de pontuação e atrapalham a vida dos trabalhadores.

Todo turno é pensado de forma milimétrica, pois apesar de ser o jogo com mais pontos de ação disponível e o que tem menos ações à serem feitas, é o que tem a maior sensação de que não temos pontos o suficientes para o que queremos fazer, então é muito comum você pensar e repensar o turno muitas vezes fazendo dele o mais "cabeçudo" dos três.

A produção dada às novas versões fazem
deles "upgrade" quase obrigatório.

Aliás, a sensação de "cobertor curto" é exatamente um dos grandes charmes da trilogia. Todos são jogos onde você tem opções, quer fazer um monte de coisas e acaba esbarrando na falta de pontos de ação, e também não pode começar uma parada pra terminar no outro turno pois periga algum amiguinho aproveitar a oportunidade deixada.

Esses três jogos são obras-primas de mecânicas e desenvolvimento e é impressionante que mesmo com muitas similaridades as suas diferenças façam com que você tenha vontade não só de jogar os três como de tê-los em sua coleção e isso é total mérito dos designers, os grandes Wolfgang Kramer e Michael Kiesling.

O Tikal continua hoje, quase 20 anos depois
uma referência em controle de área.
 

Um comentário:

Arnaldo V. Carvalho disse...

perfeita a análise Cacá! como sempre...