quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Papua


Final do século XIX, os jogadores são grupos de expedições científicas que vão a Papua para conhecer mais sobre sua fauna e sobre tribos indígenas, e aqueles que trouxerem mais informações será o grupo mais conceituado.

Cada jogador recebe um pequeno grupo de trabalhadores, algum dinheiro e comida para chegar até a ilha e descobrir as maravilhas (e os perigos) que os aguardam, além disso cada jogador recebe um tipo de ciência, que é um poder de uso único para o jogo.

A mecânica principal em Papua é a rolagem e alocação de dados, mas eles utilizam uma forma bastante diferente para as localizações no tabuleiro principal. Nele temos seis zonas de ações, essas zonas começam a rodada sem numeração alguma, os jogadores é que vão colocar os valores e sempre uma delas ficará indisponível para ser usada na rodada.

 O valor das zonas de ação é definido pelos jogadores.

Funciona da seguinte forma, o jogador mais atrás na trilha de energia escolhe a zona que ficará de fora na rodada, então o jogador da vez rola a quantidade de dados permitida pelas suas cabanas (inicialmente cinco dados), uma das faces do dado mostra uma catástrofe as outras cinco são numeradas e correspondente a esses valores temos as fichas para colocar nas zonas do tabuleiro.

Então o jogador para alocar um dos dados, caso todas as fichas estejam por fora do tabuleiro central, pode escolher uma delas para colocar, e assim por os dados correspondentes, o jogador não precisa alocar todos os seus dados, mas para cada alocação ele desce uma posição no marcador de energia (podendo gastar recursos para não descer).

Aos amigos avessos à jogos de dados, Papua tem como mitigar a sorte, gastando moedas para mudar os valores que saírem e conforme você vai avançando na zona das cabanas, você além de aumentar o número de dados rolados, também pode escolher a face de alguns deles.

 Explorar, é um dos grandes trunfos para ganhar o jogo.

As zonas são aonde o jogo acontece, temos duas para recursos (dinheiro e peixe), as cabanas (para aumentar trabalhadores e dados), logística (que dão umas fichas bônus), diário de campo (que dão umas cartas com poderes) e a mais importante a zona de expedição.

No início de cada rodada são abertas três cartas de expedição, elas vão constituir um set-collection para a pontuação de final de jogo, e quanto mais cartas diferentes você tiver na sua mão, mais pontos de prestígio você vai receber.

Mas consegui-las não é tão simples, você precisa alocar dados na zona de expedição, e depois há um leilão secreto, usando trabalhadores e dinheiro, para cada uma das três cartas.

 Você vai precisar cuidar para que não te falte trabalhadores,
comida ou dinheiro durante o jogo.

O jogo rola uma rodada atrás da outra até que não se consiga preencher o espaço das cartas de expedição, ou se um dos jogadores chegar a zero na trilha de energia, somam-se pontos de prestígio pelo set-collection de cartas da expedição, somado a quantidade de cartas de diário de bordo conseguidas, mais valores em recursos e trabalhadores e quem tiver o maior somatório é o vencedor.

Papua é um jogo surpreendente, confesso que ele estava totalmente fora do meu radar, mas a Devir gentilmente nos enviou uma cópia e foi uma surpresa e tanto, o lance do valor das zonas de ação mudar a cada rodada e sempre ter uma que não poderá ser usada, é muito criativa e eu não lembro de ter visto ainda em nenhum outro jogo, e aqui funciona super bem.

Para um jogo de caixa pequena, ele realmente foi um achado e chegando ao mercado brazuca ele é uma boa opção de jogo para quem curte dice-placement criativo e diferente.

Papua é um joguinho surpreendente e bem bacana.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

TOP3 : Jogos para 5 jogadores


Aí que a galera já está reunida, a discussão do que jogar está rolando, quatro amigos na mesa, opções é o que não falta, mas eis que chega o quinto elemento, e agora?

Se você está na pilha descontraída, opções de jogos leves para muitos jogadores, não faltam, mas um joguinho mais pesado, aí a coisa começa a ficar mais tensa, mas ainda assim existem excelentes jogos para essa configuração, e eu vou elencar meus três preferidos.


Um dos grandes jogos de controle territorial com conflito, Small World é um daqueles bons exemplos de jogo bem amarradinho para todas as configurações, muito pelo cuidado dos autores ao lançarem o jogo com vários mapas para todas as configurações possíveis.

E com isso, Small World com cinco jogadores fica muito bom, o jogo escala muito bem, e se você só tiver as raças e poderes da caixa básica (que saiu no Brasil pela Galápagos) esse é uma configuração que vai fazer rodar praticamente todas elas em uma partida.


Já figurando como um dos melhores lançamentos do ano (chegando aqui pela Ludofy), Endeavor : Age of Sail é de longe o melhor jogo no quesito "tempo/benefício" para cinco jogadores, pois mesmo com a mesa cheia o jogo roda numa velocidade muito boa.

Somando isso a um mapa também muito bem dimensionado para essa configuração, temos uma experiência de jogo médio extremamente satisfatória, em partidas de no máximo duas horas (se você tiver numa turma com muito AP*).


Apesar de nunca ter feito uma resenha para ele aqui no blog (só escrevi para a extinta revista Strategos e você pode conferir aqui), ele é um jogo que volta e meia é mencionado aqui no blog, pois até hoje é o meu board-game preferido de todos os tempos.

Ele é um jogo de controle de área, mas a configuração para cinco jogadores é onde ele brilha demais, pois todas as cartas de ação são escolhidas, então os planejamentos precisam ser muito mais bem pensados, e deixar uma cartinha para que o seu adversário a execute pode te custar caro.

Esses três são para mim jogos que vocês devem ter na coleção e que rodam super bem com cinco jogadores, sem precisar apelar para jogos leve ou farra.

 Além de excelente controle de área, ainda roda super bem
com cinco jogadores.

*AP : Analysis-paralysis - Quando um jogador demora muito tempo escolhendo sua jogada.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Dissecando o Gnomopolis


Essa semana recebi a versão final do Gnomopolis, jogo que acompanhei desde os primeiros protótipos, e que já rolou resenha por aqui (em 2016) e que agora recebe um tratamento de primeira linha e merece uma revisitada.

No jogo somos gnomos procurando uma nova capital, e para isso grupos partem para criar novas províncias, trazendo trabalho e prédios novos para todos.

A mecânica principal do jogo é a de "gnome building", ou seja, você vai a cada rodada sortear 3 gnomos do seu copinho para realizar as ações do seu turno, que são construir prédios, e ativar ações.

 Durante a partida, prédios construídos, gnomos descansando.

Temos ainda a ação do tatu, que é uma incursão até as províncias vizinhas para realizar ações dos prédios de lá, e as cartas de mestres, que dão poderes extras para quem as pega, além de garantirem uns pontinhos no final do jogo.

O jogo roda até que uma das condições de fim de jogo seja alcançada, que são o fim do dinheiro da capital antiga, os habitantes de lá forem todos para a capital nova ou o primeiro jogador construir seu sexto prédio.

Quando uma das três condições acontecer, a rodada atual termina, e os jogadores precisam alocar seus gnomos nas cartas para ganhar pontos de vitória, para cada gnomo não alocado você perde pontos, e somado ao dinheiro que você ganhar durante o jogo quem tiver o maior somatório é o vencedor.

A canequinha de onde tiramos nos nossos gnomos.

Gnomopolis flui muito bem, ele é bem gostosinho de fazer funcionar o lance de precisar depois alocar seus gnomos para ganhar ou perder pontos, faz com que você fique ligado o tempo todo em qual gnominho pegar para o seu copo.

A produção da Conclave para esse jogo está fora de série, o insert com espaço para as canequinhas, a impressão das cartas e os gnomeeples estão bons demais, o manual está muito bem feito e a caixa já vem com ele em inglês, uma vez que ele já está prontinho para rodar o mundo.

Muito legal acompanhar o trabalho de pessoas queridas, e ver o Gnomopolis dos amigos Igor Knop e Patrick Matheus ganhar vida de uma forma tão cuidadosa deixa a gente bem feliz.

Esse insert ficou SHOW!

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Twilight Struggle


Lançado originalmente em 2005 pela GMT, editora americana especializada em wargames, e chegando ao Brasil em 2016 pelas mãos da Devir Brasil, Twilight Struggle é um jogo para 2 onde cada um lidera as duas maiores potências mundiais durante a Guerra Fria que assombrou o mundo desde o final da Segunda Guerra Mundial e se estendeu até 1989.

O jogo é dividido em três períodos históricos, o início das hostilidades entre EUA e URSS, o meio da Guerra Fria, e o final dela, com cartas super representativas e muito bem contextualizadas, o lance do jogo é tentar fazer com que seu país controle os países pelo Globo.

Cada jogador tem uma mão de cartas para usar, você pode usá-las de algumas formas, usando o valor delas como pontos de influência, usando o texto que geralmente afeta o tabuleiro, ou usando seus valores para tentar trocar pontos de influência do seu adversário para você, seja através de golpes ou de realinhamentos políticos.

 No mundo, URSS e EUA lutam pela soberania.

O grande barato das cartas é que elas podem ser americanas, russas ou neutras, o que isso implica? Quando um jogador russo joga uma carta de alinhamento americano ele pode usar os valores, mas o texto da carta irá se aplicar, e geralmente o texto beneficia o alinhamento da carta, então jogar uma carta fora do seu alinhamento tem que ser muito bem pensada.

Além disso, temos as tensões crescentes entre os dois países aqui medida pela trilha de DEFCON, que começa em 5 mas a cada golpe ou conflitos gerados pelas cartas, vai baixando e se chegar ao símbolo do cogumelo nuclear, faz com que o jogo acabe, dando a vitória ao jogador adversário ao que estava com a iniciativa quando a bomba explodiu.

 As cartas são a alma do jogo, e saber usá-las
é o que faz desse um jogo brilhante.

Outra coisa legal do jogo é a corrida espacial, uma trilha que você pode usar uma vez por rodada e é uma forma de baixar cartas de alinhamentos diferentes ao seu sem fazer o texto delas funcionar, e além disso te dá uns pontinhos e algumas vantagens durante a partida.

O jogo tem também cartas de pontuação representando os continentes, então você precisa sempre tentar se manter bem nos continentes para não dar a oportunidade ao oponente abrir uma pontuação muito grande, pois o primeiro jogador que chegar aos 20 pontos ganha automaticamente a partida, só que a tabela de pontos é muito cruel, pois não é simplesmente ganhar pontos, você vai tirando do adversário no processo, tornando essa tarefa dos 20 pontos bem difícil.

O jogo completo tem 10 rodadas, no início da guerra são três usando o baralho inicial, pro meio da guerra são mais quatro adicionado mais cartas localizadas, e finalizando a guerra com mais três rodadas, em que não havendo acontecido as outras condições de fim de jogo o jogador mais avançado na trilha de vitória é o vencedor.

 A corrida espacial é sempre uma boa opção para
se desfazer de cartas e aumentar uns pontinhos.

Pra mim, mecanicamente o jogo é perfeito, mas o grande destaque dele vem das cartas, que simulam eventos e pessoas que foram importantes durante os 45 anos desse período histórico, e que ao serem usadas no jogo fazem super sentido, como diminuir a influência na Polônia com a eleição de João Paulo II entre outras.

Twilight Struggle é um jogo excepcional, principalmente se você for interessado em história também, mas não é um jogo para todos não, uma partida pode facilmente chegar a mais de três horas, e estamos falando de uma experiência para apenas dois jogadores, mas que se você entrar no mundinho, vai ficar extremamente satisfeito com o jogo e ficar apaixonado (como eu fiquei).

Conforme a coisa esquenta entre os países, a chance
de uma guerra nuclear vai aumentando.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Dissecando o Grasse e o Overdrive


Ambos financiados através de financiamento coletivo e entregues com sucesso em 2018, Overdrive e Grasse são dois projetos dos amigos Bianca Melyna e Moisés Pacheco, da Moby Studios e os jogos saíram respectivamente em parceria com a Sherlock SA e a Luden Spirit.

Eu tive acesso ao jogos finalizados e vou dar uma geral sobre a produção de cada um deles, já que ambos já foram resenhados, ainda como protótipos e vocês podem conferir mais sobre o funcionamento deles nos links aqui do Overdrive, e aqui para o Grasse.


Uma parceria com a Sherlock SA, o jogo conseguiu além do financiamento desbloquear dois extras e como quase bateu a terceira meta, que seriam as cartinhas de Distorção, as editoras deram essa lambuja para os apoiadores e o produto final veio com elas.

Produzido no Brasil pela Ludens Spirit tudo tá muito no produto, a impressão está muito bacana, a caixa está ótima.

Esses dadinhos ficaram show!

Mas o destaque ficam para os dadinhos que ficaram excelentes, única parte do jogo que foi feita fora do Brasil, eles são gravados e estão realmente impecáveis.

Uma reclamação recorrente em produtos nacionais geralmente são as cartinhas, mas aqui temos gramatura e impressões sem deixar críticas, assim como o tabuleiro central e as bandas, que apesar não serem cartonadas, são bem rígidas e também com impressão super boa.


Essa campanha foi um show, batendo quase 95 mil Reais desbloqueou todos os extras previstos, com sobra e entregou o produto no prazo combinado com uma qualidade de deixar qualquer um de queixo caído, principalmente nas miniaturas dos frascos de perfume.

O tabuleiro maior está lindo, a impressão está perfeita e isso ajuda ainda mais a destacar o excelente trabalho do ilustrador Orly Wanders que fez um trabalho de primeira em todo o projeto gráfico do Grasse.

Todo produzido também pela Ludens Spirit, vale ressaltar que o material de resina deles está a cada projeto melhor, e como já destaquei falando do Overdrive, as cartas estão ótimas com impressão e gramatura excelentes.

 Cartas com gramatura e impressão excelentes.

Os extras também deixaram o jogo ainda mais bacana, joguei com os compradores VIP's e as cartas de evento e dão uma mexida legal no decorrer da partida, além disso os tabuleirinhos extras para as cartinhas são bem úteis, embora eu preferisse eles cartonados, achando que a impressão tipo "mouse-pad" ficou inferior ao do tabuleiro principal.

Outra coisa que me deixou em dúvida sobre o resultado final, foi o insert de espuma, que para os frascos dos perfumes ficou show, mas acho que para o resto da caixa ficou "molenga" demais e acredito que algo mais rígido resolvesse melhor.

Sério cara, olha esses frasquinhos!

Mas o produto final ficou excelente e mais uma vez destaco os frasquinhos dos perfumes, diferentes para cada fragrância e que realmente complementam demais um jogo que já era super temático.

Parabéns a todos os envolvidos nos dois projetos, pois conseguiram entregar dois produtos de altíssima qualidade mostrando que dá sim para criar, produzir e entregar jogos de qualidade 100% nacionais.

A arte do Orly Wanders só abrilhanta mais o ótimo jogo.

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A Tale of Pirates


A Tale of Pirates, é um jogo cooperativo para até quatro marujos, que chegou ao Brasil pelas mãos da Bucaneiros Jogos e tem uma série de 10 cenários que vão sendo desbloqueados a cada sucesso na campanha, e que trazem novos desafios a cada partida.

Ao abrir a caixa do jogo você se tem a primeira diversão, que é montar Ellen, um grande navio em 3D com espaços onde os jogadores irão para realizar as ações da rodada.

Além disso, é necessário baixar um aplicativo que vai te contar a historinha dos cenários, dizer qual o setup, marcar o tempo das rodadas e te dizer a pontuação final caso você tem sucesso.

 Ellen e seus espaços para agirmos durante a rodada.

As regras do jogo são super simples, você escolhe o cenário a ser jogado, coloca no aplicativo que vai te indicar o setup para a primeira rodada, te dizer o objetivo dele e marcar o seu tempo de jogo.

Cada jogador controla uma ampulheta (o seu pirata) e o jogo funciona em tempo real da seguinte forma: o jogador pega a sua (e somente a sua) ampulheta e coloca no espaço do navio que deseja realizar a ação, assim que areia toda escorrer ele a realiza, para depois ter o direito de pegar novamente a sua ampulheta e colocar em outro espaço.

Os espaços do navio são os mais variados, você pode aumentar ou diminuir a velocidade, mudar o rumo, colocar munição e atirar nos navios inimigos, subir na vigia para descobrir os próximos obstáculos e ainda consertar os eventuais danos causados à Ellen.

 As cartas são a forma do jogo atrapalhar
nossos marujos.

O jogo enquanto isso tenta te prejudicar em forma de cartas postas ao redor do navio, no primeiro cenário temos recifes de corais que tiram pontos de vida, fragatas inimigas prontas para nos atirar e as Passagens, que precisamos entrar para conseguir cumprir o objetivo do Capítulo 1.

Mas o tempo corre contra os jogadores. O aplicativo vai mostrando uma ampulheta virtual que vai nos indicando o final da rodada, quando falta apenas um minuto a música começa a ficar mais tensa, e ao final da rodada, todas as cartas são abertas, as fragatas que ainda não foram derrotadas atiram contra nós e se sobrevivermos teremos outra rodada para tentar chegar ao nosso objetivo.


Se cumprirmos os objetivos, passamos para o
próximo Capítulo do jogo.

Ao final da última rodada o aplicativo pergunta se tivemos sucesso ou não em nossa empreitada, em caso positivo marcamos com quantas vidas e quantas rolhas (danos) terminamos e somos premiados com 1 a 3 estrelas, e um novo Capítulo é desbloqueado pelo aplicativo.

A Tale of Pirates, é diversão para a família toda, o jogo flui super bem, é engraçado, mais ainda assim, estratégico, pois pensar bem as ações vão te fazer demorar mais ou menos nelas, além disso a produção do jogo é caprichadíssima, e a localização do aplicativo tá muito bem feita, é o tipo de jogo que ao terminar um cenário, você já quer partir logo para o próximo para ver o que o jogo vai te trazer de novidade.

E o aplicativo, nos pontua pelo nosso desempenho.

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ticket to Ride : New York


A essa altura você já deve ter jogado ou no mínimo ouvido falar do Ticket to Ride, caso contrário, ele é simplesmente um dos jogos modernos mais vendidos de todos os tempos e já foi matéria aqui do site como uma das nossas indicações a Ludoteca Básica.

Em 2018, o autor Alan Moon lançou uma nova versão para o jogo (e a Galápagos Jogos trouxe para o Brasil), o Ticket to Ride : New York traz os táxis da "cidade que nunca dorme" e uma velocidade de jogo tão frenética que as partidas vão durar no máximo uns 20 minutos.

 Mapa apertadinho e os taxis rodando.

Pouco se mudou em relação as regras básicas, os jogadores continuam podendo fazer apenas uma entre três ações possíveis, que são comprar cartas para rotas, baixar cartas da mesma cor para fechar as rotas ou pegar novos tickets de objetivos para a pontuação no fim do jogo.

A grande sacada aqui é que fecham-se as rotas muito mais rápido, com trechos de no máximo quatro espaços, com isso você precisa ter muito mais atenção para não precisar dar voltas desnecessariamente e não perder trechos importantes para a concorrência.

Os objetivos são mais fáceis de visualizar.

Com um mapinha mais apertado também fica mais fácil visualizar como fechar seus tickets de forma efetiva, podendo pegar logo novos objetivos.

Uma adição feita os Ticket to Ride : New York são os pontos turísticos, que dão pontinhos ao final da partida para quem cumpriu aqueles trechos e são pontinhos importantes para o final da partida.

Legal ver que um jogo que está chegando aos seus 15 anos de sucesso ainda consegue dar uma renovada mexendo tão pouco em sua estrutura, e esse Ticket to Ride : New York é uma boa para quem curte a franquia e quer ter uma experiência rapidinha do jogo.

Pontos turísticos dão uns pontinhos extras no final.

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Atlandice


Em Atlandice, recém lançado pela Meeple BR no Brasil, os jogadores são cidadãos de Atlântida tentando recuperar o máximo de riquezas atlantes enquanto o derradeiro cataclismo vai levando a cidade para o fundo do oceano.

O jogo tem um tabuleiro com um grande relógio central que marca os últimos momentos de Atlântida, além de cinco regiões numeradas onde temos riquezas específicas, como livros, joias, ferramentas entre outros e o mercado negro onde se encontra de tudo um pouco.

O jogador inicial rola uma quantidade de dados, e os coloca nas regiões do tabuleiro com a mesma numeração, inicialmente o número seis vai para o mercado negro, mas conforme o jogo avança e outras regiões vão afundando, outros números também serão alocados ali.

 Os dados indicam as localidades que você pode ir naquela rodada.

Na sua vez, o jogador escolhe um dos dados alocados, pega um dos itens da região escolhida e executa a ação referente àquela região.

Cada região tem três tiles diferentes, cada um com uma ação diferente, e essas ações servem para bagunçar um pouco as localidades ou fazem com que você pegue mais recursos.

A sacada do jogo, é juntar as recursos para fazer pontos, pois sempre que uma das regiões fica zerada de recursos, aquele nível sai do jogo e o de item é pontuado.

 O mercado negro é uma boa forma de conseguir
recursos diferentes.

Depois de todos os jogadores terem pego dois dados, sempre sobra um dadinho no tabuleiro, em cada região tem uma quantidade (de 1 a 3) para o avanço do relógio que indica o final do jogo, então o valor onde ficou esse último dado é avançado e se houver algum símbolo ele é resolvido (geralmente mais uma forma de pontuação).

O jogo termina quando o relógio atinge o símbolo da Atlântida submersa, faz-se mais uma pontuação referente aos recursos que os jogadores ainda tem e contam-se os pontos já obtidos e quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

 Ao zerar uma região, ela pontua e quem tiver mais itens
referentes a ela, leva o tile que vale 3 pontos.

Atlandice é um "family game" muito rapidinho e gostoso de jogar, o grande barato dele é saber o momento de usar o poder de alguma localidade para zerar uma região e pontuar enquanto você está bem naquele recurso, ou fechar a rodada de forma que o relógio ande para uma casa que seja favorável a você.

Ele é levinho e divertido, não traz nada de muito inovador, mas é uma opção legal de jogo rápido para esfriar os neurônios para algo mais pesado ou para jogar em eventos.

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Endeavor : Age of Sail


Relançado numa campanha de sucesso no Kickstarter ano passado, Endeavor : Age of Sail é a versão revisada, com mais elementos e com uma produção caprichadíssima do jogo homônimo de 2009.

Nele os jogadores são Impérios que durante a Era das Navegações partem ao redor do globo para conquistar novas terras e acumular glória para sua nação.

O jogo usa um mapa (lindo) representando a Europa, único continente aberto no início da partida, e mais outros seis territórios, representando América, África, extremo Oriente entre outros.

 O lindo mapa com a Europa em destaque e novos mundos
à serem descobertos.

Cada jogador começa com um tabuleiro individual onde marcamos os nossos avanços em indústria, cultura, riqueza e influência, e além disso, colocamos os prédios que vamos adquirindo durante a partida.

O jogo tem exatamente sete rodadas, a cada rodada temos uma série de turnos onde realizamos as mais diversas ações, mas o que vai fazer o jogo rodar para o jogador realmente são as suas escolhas de prédios.

No início de cada rodada os jogadores escolhem um novo prédio e o colocam na sua área de beira-mar do tabuleiro, esses prédios são determinantes para dizer qual tipo de ação você pode realizar na rodada, se por exemplo, você não tiver um prédio de Navegar, não vai conseguir se expandir no tabuleiro, então precisa sempre ficar muito ligado nas suas escolhas.

 Os prédios e as quatro trilhas que você precisa
ficar ligado o tempo todo.

Depois de construir vem as fases de crescimento, onde recrutamos mais pessoas para trabalharem para nós, a fase de salário, onde pagamos aos trabalhadores para que retornem dos prédios e a fase de ações.

Vale ressaltar que as trilhas de avanço dos tabuleiros individuais, são super importantes para que você consiga mais gente para trabalhar, pegar prédios melhores, consiga pagar mais aos trabalhadores, então é outro ponto a ficar prestando atenção no jogo todo.

Agora, a fase de ações é que realmente fazem o jogo andar. Temos cinco ações possíveis no jogo : navegar, ocupar, atacar, pagar ou comprar, e como disse anteriormente, você só consegue realizar uma ação se tiver um prédio dela.

 Conforme o jogo vai chegando perto do final, os novos
continentes vão sendo ocupados.

Então na sua vez você pega um trabalhador, coloca em um prédio desocupado e realiza aquela determinada ação, isso faz com que o jogo cresça a cada rodada, pois no início teremos apenas um prédio disponível e na última rodada serão oito, então Endeavor tem essa pegada de ir crescendo.

Navegar é a ação que vai abrir novos territórios. Em cada um dos seis fechados existe uma trilha que vai sendo preenchida com peças dos jogadores, essas peças são a presença daquela nação e servem além de abrir o território para a ação de Ocupação, também faz com que o jogador possa Comprar cartas que vão ajudar nas quatro trilhas importantes do jogo.

Atacar é uma ação custosa, você acaba gastando três dos seus trabalhadores nela, mas é uma ação que pode te garantir bons pontos de glória no final do jogo, e como já frisei, é importante ter pelo menos um prédio dessa ação para não virar saco de pancada.

 Quanto mais prédios, mais gente você precisa por para trabalhar
e mais dinheiro você precisa para pagar os salários.

A ação de Comprar cartas também é muito interessante, pois ela te ajuda a aumentar seus níveis nas trilhas do tabuleiro individual, existem as cartas normais, mas existem as cartas de escravos, e um lance muito legal do Endeavor é que a carta de escravo, apesar de ter dar mais benefícios do que as normais, são uma mancha na sua nação, você precisa chegar a um nível muito alto Influência para conseguir se livrar delas, mas se algum jogador libertar os escravos antes que isso aconteça, elas viram pontos de glória negativos para o fim do jogo.

Quando os jogadores não tiverem mais ações para fazer na rodada, eles passam e quando todos tiverem passado existe uma fase de descarte de cartas e uma nova rodada começa até que o jogo termine ao final da sétima rodada.

 As cartas te garantem avanços e pontos, mas você é limitado
então precisa ficar ligado aqui também.

Contam-se os pontos baseados nas trilhas, nas suas ocupações e cartas compradas, população extra e quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

Além de ter essa repaginação do jogo de 2009, Endeavor : Age of Sail traz também novas formas de jogo, como a versão para 2, as façanhas, um mapa mais equilibrado para menos jogadores (que era uma reclamação constante da versão anterior).

Pra mim, Endeavor continua sendo um dos melhores jogos para 5 jogadores, a produção que chegou ao Brasil pelas mãos da Ludofy está de cair o queixo e apesar do preço um pouco salgado, vale o investimento pela qualidade apresentada.

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