quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Not Alone


Lançado durante o Diversão Offline pela Mandala Jogos, em Not Alone exploradores vão a um antigo planeta chamado Artemis mas ao chegarem lá as coisas começam a dar errado, uma Criatura começa uma caçada aos exploradores e enquanto um jogador tenta ganhar matando os exploradores, os outros tentam sobreviver.

O setup inicial é formado por 10 cartas que são locais dentro do planeta Artemis, cada jogador dentre os exploradores começa com 5 desses locais e o jogador que será a Criatura tem um baralho especial com cartas de caçada, além de tokens a serem utilizados nos locais do planeta.

O jogo funciona em uma sucessão de rodadas onde temos 4 fases distintas : Exploração, Caçada, Reconhecimento e Final do Turno.

 A Criatura tenta de todas as formas matar
os exploradores.

Na fase de Exploração, os exploradores escolhem uma das cinco cartas da mão e baixam secretamente, quando todos tiverem baixado a Criatura coloca seus tokens nas 10 cartas dispostas na mesa e aí temos a fase de Reconhecimento.

As 10 localidades simulam partes do planeta Artemis e servem para os jogadores conseguirem mandar sinais para o resgate, pegar cartas além das 5 iniciais entre outras coisas.

Nessa fase os Exploradores abrem suas cartas e vemos para onde cada jogador foi, cada uma das 10 localidades tem um poder especial, e o grande lance do jogo aqui para eles é conseguir avançar a trilha de sobrevivência antes que o planeta consuma os jogadores.

As localidades servem para ajudar aos Exploradores.

Para isso os Exploradores precisam fugir dos tokens da Criatura, a sacada é que como inicialmente os caçados só tem 5 localidades, dá pra ter uma noção de para onde eles vão, e é nisso que o jogador que comanda a Criatura se garante para avançar a sua trilha.

Outra sacada legal do jogo é que a carta que os Exploradores usam não voltam para a mão na mudança de rodadas, e para elas voltarem o jogador pode no início da fase de exploração escolher resistir, gastando 1 ou 2 pontos de vida para voltar 2 ou 4 cartas para a mão, ou desistir, nesse caso ele recupera seus marcadores e suas cartas todas, mas a Criatura ganha um avanço na sua trilha.

O jogo ainda tem as cartas de sobrevivência para dar uma ajuda aos Exploradores e as cartinhas de Caça para ajudar a Criatura, e elas te dizem o momento em que podem entrar em jogo.

Caixa pequena para um jogo rapidinho.

Ao final da rodada avançamos na trilha de resgate e o jogo prossegue até que os exploradores sejam resgatados (andando na trilha de resgate) ou a Criatura consiga fazer com que a trilha de assimilação chegue ao seu final.

Not Alone tem uma vibe que me fez lembrar os filmes do Predador, ele é um card-game light que junta de 2 a 7 jogadores e roda em no máxima uma hora e atende bem ao objetivo que é ser um "hide and seek" rapidinho e divertido.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Uma brasileira em Essen - Por Hellen Valente


Vim contar como foi a 1ª experiência de ir à Essen! A maior feira de jogos de tabuleiro do mundo!

Vou começar pela chegada na Alemanha. Düsseldorf é uma das cidades próximas para ir para Essen. Foi por lá que eu cheguei. De lá pode pegar um trem do Aeroporto para a estação central de Essen. É bem fácil de chegar. Transporte público na Alemanha dá acesso a praticamente a todo lugar.

Como na Alemanha é frio, recomendo andar de casacos bem quentes! Ah e não se preocupe! Ao chegar no Messe Essen (centro de convenções de Essen) pode guardar o casaco por 2€/ dia. Em cada em entrada tem um Guarda volumes/ Casacos. Se tiver a intenção de comprar (muitos) BGs, recomendo que leve uma mala ou um carrinho, que também pode ser armazenado nos mesmos lugares do casaco. Pq carregar BG é pesado!!!

Aquele momento em que você tem certeza
que chegou à feira.

Enfim, depois de se livrar do casaco pode andar a vontade pela feira. É pra ficar louco! São 6 pavilhões para andar! Prepare suas pernas e seus pés! Ah! Vá com roupa confortável e tênis pra aproveitar muuuito!

Recomendo fazer um planejamento do que pretende comprar. E estime gastos extras com BGs. Comprar BG é igual obra, no final sempre gasta mais. Estime de 20-30% a mais. Tem variação de valores, ou jogos que você descobre enquanto conhece a feira, ou recomendações de amigos. Pra ter uma noção, consulte o guia da feira e o site do BGG. Mas saiba que nem sempre será o mesmo preço quando chegar lá! E os TOP10 antes de Essen podem mudar durante a feira! Fique ligado!

Acompanhe o BGG e fale com amigos durante sua estada em Essen! Foi importante saber o que acontecia fora da feira e o que rolava no BGG. Eu comprei o Wildlands graças a ver no BGG e descobrir que o jogo tava em 1º no ranking. Um jogo simples e bem dinâmico. É para dar porrada e matar os amigos, coletar pedras e ganhar pontos. Rende disputa e umas risadas!

Simplesmente a maior feira de jogos de tabuleiro do mundo.

Por conta de conversar com amigos no Brasil, me rendeu uma ida ao estande da Splotter pra ver o playtest da expansão do Food Chain Magnate. Lá soube que ainda não definiram o que vai vir na expansão, se novos itens do jogo, novos tiles no mapa ou os 2! É aguardar pra ver!

Outro jogo que comprei sem ter planejado foi o Discover : Lands Unknown. A ideia do jogo é que você tenha um “unique” game. Nunca um será igual ao outro. Depois de algumas pessoas me verem circular com uma sacola que tinha a capa do jogo nela, muitos me perguntaram no corredor se eu havia comprado. Vi no BGG que tava bem cotado. Quando fui a caça do Newton, aproveitei e comprei o Discover ambos na Asmodee. Use seu feeling. Perceba o que acontece ao seu redor.

Converse com pessoas! Comprei o Theotihuacan em alemão (What?) por indicação do cara da editora para ir em outro estande parceiro, pois tinha dado sold out nela. Como não há dependência de língua, comprei e baixei o manual em inglês. Se quer garantir um jogo que deu sold out em inglês, seja corajoso e compre em outra língua. Principalmente se não tiver dependência de língua.

Oportunidade de ver expansões e jogos
ainda no protótipo.

Também conversei com pessoas no meu hotel que me deram suas impressões sobre os jogos que jogaram ou que compraram. Isso ajuda a formar opinião sobre o que você tem intenção de comprar. Eu desisti de comprar o Western Legends por conta das impressões. Reclamaram das mecânicas do jogo, e também desisti de comprar o Endeavor: Age of Sails porque vão lançar em breve no Brasil, questão de espaço na mala e valor. Custava 68€! Ah! E informação fresca! O cara da editora americana do Endeavor falou que só vão chegar 500 cópias no Brasil a princípio. Problemas nos trâmites da importação!

Ao conversar também com outros Brasileiros, descobri um app que indicava onde tinha o jogo com número do pavilhão e rua! Poupou um tempo nas compras! O app é “Event Badger”.

Comprar na hora ou depois?! Perdi a oportunidade de comprar uma expansão para um amigo (o Cacá), porque não comprei na hora que vi. No dia seguinte a expansão Caverna: The Forgotten Folk tinha acabado. E comprar por impulso me garantiu o Carpe Diem, que depois deu sold out. Ou seja, uma hora se perde, outra se ganha.

Mas não se iluda, nem tudo é pechincha na hora de comprar.

Escolha uma estratégia: vá para jogar ou vá para comprar.. Gasta-se tempo jogando ou na fila pra jogar. E comprar também leva tempo, porque muitas das vezes precisa andar os pavilhões a caça (literalmente) do jogo. Garanti minha cópia do Newton fazendo isso. Somente joguei 2 jogos na feira.

Leve dinheiro! Muitos estandes não aceitam cartão! As vezes são empresas de fora da Europa que tem dificuldades para legalizar a autorização para venda em cartão (Ou não querem).

Seja cara de pau! Encontrei o Vital Lacerda (autor do Lisboa e Vinhos) no aeroporto quando ia pegar meu voo, que por sinal ele estava também! Conversamos um bocado na sala de embarque e me contou sobre o novo jogo dele o On Mars, que só é parecido com o Terraforming Mars nas cores! Lembra o tile do TM de cidade? Então o jogo é sobre montar a 1ª cidade em Marte. Durante a feira ele estava no estande explicando o jogo e recendo feedbacks para fazer os ajustes finos. O KS dele está previsto para março de 2019! E o Vital estava escrevendo o Rulebook no aeroporto e ia continuar durante o voo! Contou-me também que está fazendo um filler, chamado Mercado e que a ideia foi tirada do Lisboa. Teve um relançamento dele também durante a feira, o CO², que trata do aquecimento global e mudanças climáticas. Essa nova versão é coop. Falou que não curte fazer expansões e prefere desenvolver novos jogos com temas diferentes e pesados. Aliás, Lisboa ganhou um prêmio em Essen na categoria de jogo pesado! Sinixxxxtro!

O lance é ficar ligado no buzz das redes para pegar
as oportunidade como Wildlands.

E a última novidade: Vital me contou que o designer do Terraforming Mars tá preparando mais uma expansão!! Aí genteemmmm, assim o coração não aguenta (E o bolso também!).

Pra fechar a experiência em Essen, o clima na cidade durante o evento é boardgames. Vários nerds e loucos cheios de caixas pra cima e pra baixo, em sacolas, carrinhos, malas e as vezes até debaixo do braço! E claro! Ver gente virando noite jogando o que comprou, durante a feira...

Enfim, sair da zona de conforto é ótimo para conhecer e explorar o mundo. E o dos boardgames então é fantástico! Comprar jogos e se rever como criança, aquela que deseja muito um brinquedo..... Ver pessoas do mundo todo com o mesmo hobby que você, com gostos parecidos, outras vezes não, te dá uma bagagem que nenhum dinheiro paga isso.

Agradeço também ao Cacá pelo convite e o espaço que ele me concedeu para falar um pouco da experiência de ir à Essen!!

 Um agradecimento especial a Hellen Valente que
gentilmente escreveu a postagem (aqui com o Vital Lacerda).

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Dissecando : Star Wars - Legion



Lançado esse ano lá fora e alguns meses depois no Brasil pela Galápagos Jogos, Star Wars : Legion é um jogo de miniaturas colecionável onde os jogadores montam times para confrontarem Rebeldes e as forças do Império e hoje vamos falar um pouco dele.

A caixa básica vem com 33 miniaturas desmontadas e sem pintura, que, diferente da caixa básica do X-Wing por exemplo que vem só com 3 navinhas, te dá um panorama muito legal de como é o jogo, o que esperar de vários tipos de unidades diferentes e coisas do gênero.

Como fã de Star Wars e de jogos de tabuleiro, é uma felicidade você abrir a caixa com tanta coisa legal junta, e apesar do preço salgado, a qualidade do material apresentado é fora de série.

Você abre a caixa e parece um desastre.

A parte de montar as miniaturas, confesso que inicialmente parece divertida, mas depois das primeiras 10/15 você já começa a ficar mais ansioso, afinal eu queria era jogar, e não montar (caso contrário tinha comprado um Revell).

Mas explica-se, o público que a Fantasy Flight quis atender com o Legion, é a galera que vem dos wargames de miniaturas, como o Warhammer 40k por exemplo, e é um público que curte todo esse processo de montagem e pintura e que transforma o jogo em obras de arte.

O mais legal inclusive, é ter um guia de pintura e de criação de cenário no manual do jogo, então ele realmente te incentiva a absorver toda a experiência.

 Aos pouco tudo vai ficando pronto para jogar.

Falando do jogo, um dos jogadores assume as tropas Rebeldes, capitaneada pelo Luke Skywalker enquanto o outro jogador fica no comando Imperial liderados por ninguém menos que Lorde Darth Vader.

Você precisa para jogar a partida introdutória um espaço plano de 90x90cm, o resto todo do material está na caixa : dados, tokens, cartas e até mesmo obstáculos.

Os jogadores então preparam suas unidades, que são conjuntos de miniaturas que vão se mover pelo tabuleiro para realizar as ações, além disso temos as cartas de comando, que serão essenciais para o desenvolvimento das rodadas.

 Aquele joguinho bom pra jogar com o filhote.

Cada unidade tem uma carta de referência, nelas estão descritas as quantidades de miniaturas a serem utilizadas, além de armas e distância de acerto, quantidades de dados de ataque e de defesa, qual régua para usar no movimento e algum poder especial que seja atribuído a ela, além de uma ficha de ação para ser usada durante o jogo.

Num primeiro momento você pode até ficar assustado com a quantidade de informação, mas o jogo é super simples.

A primeira coisa a ser feita é selecionar uma carta de comando para a rodada, essa carta define qual jogador terá a iniciativa e quantas unidades o comandante de campo poderá ordenar colocando suas fichas abertas no tabuleiro.

 Nos ataques corpo-a-corpo a coisa pode esquentar.

Uma vez dadas as ordens começa a fase de ativações, nela os jogadores vão se alternando dando ordens às unidades em campo e existem basicamente duas formas de dar essas ordens.

Você pode acionar uma das unidades previamente escolhidas pelo comandantes durante a fase de comando, ou sorteia as fichas das unidades que ficaram de fora, nesse segundo caso tendo uma ativação mais aleatória, mas no calor da batalha não é sempre que os comandantes conseguem segurar o ímpeto dos seus comandados.

Ao ativar a unidade ela tem duas ações a serem feitas dentro de quatro possíveis, que são mover (a única que pode ser feita mais de uma vez), atacar, mirar e esquivar.

 A caixa básica já traz umas miniaturas iradas!

Para se mover Star Wars : Legion usa um sistema de réguas muito semelhante aos jogos como X-Wing e o HeroClix por exemplo, a diferença aqui que a régua pode variar de direção podendo ter angulações durante o movimento.

Vale aqui um parêntese pra explicar a formação das unidades com mais de uma miniatura, pois nesse caso você terá sempre um líder da unidade, é a partir dessa miniatura que as medições são realizadas e depois de movimentar o líder, todas as outras miniaturas referentes aquela unidade vão ficar "orbitando" esse líder dentro de uma distância permitida.

A ação de ataque também não tem muita elaboração, você determina se a figura está dentro do seu campo de visão (para ataques à distância) ou se as bases estão se tocando (para ataques corpo-a-corpo), rola os dados de ataque e para cada acerto o defensor tem direito de jogar dados de defesa.

 É impressionante o trabalho que a galera faz nos cenários.

Casa hajam casualidades, o jogador defensor vai diminuindo miniaturas (ou dando dano) da unidade até que ela seja totalmente eliminada do jogo.

Aqui outra característica dos jogos de miniatura é aplicado, os cenários são parte importante dentro do jogo, oferecendo cobertura às miniaturas de forma muito orgânica, é muito legal você visualmente perceber se uma unidade vai receber todo o dano de ataque por estar atrás ou na frente de um obstáculo.

Quando todas as unidades de ambos os jogadores é acionada a rodada acaba, e novamente os jogadores precisam escolher novas cartas de comando para uma nova rodada até que uma das condições de fim de jogo seja alcançada, que são ao final de seis rodadas com a vitória do jogador que tiver o maior valor de unidades em campo ou se um jogador for totalmente eliminado do jogo.

 A criançada ficou impressionada durante o Diversão Offline.

Star Wars : Legion, como todo bom jogo colecionável, oferece uma quantidade gigante de possibilidades, já temos eventos voltados pra ele nas lojas (como na Game of Boards), já temos várias expansões disponíveis no mercado, com a Galápagos fazendo um trabalho excelente trazendo as expansões praticamente ao mesmo tempo que lá fora e grupos dedicados a pintura e montagem de cenário.

Por ter o apelo de uma das maiores franquias do mundo e ser um jogo super acessível em matéria de regras, ele agrada ao jogador mais velho, mas também a mulecada, durante o Diversão Offline dava para ver os olhinhos deles ao passarem pelo cenário montado e mesmo que o preço possa ser uma barreira, ele garante uma diversão muito legal e (pra mim que sou fã) valeu cada centavo.

http://www.gameofboards.com.br/

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Altiplano


Ambientado nos planaltos sul-americanos, ali na divisa entre Peru e Bolívia, em Altiplano os jogadores precisam de recursos para prosperar, mas com uma produção que tende a se esgotar rápido, é bom você traçar a melhor forma de otimizar o seu trabalho para se aproveitar desses recursos melhor do que seus vizinhos.

O "tabuleiro" em Altiplano lembra muito a formação do Luna, nós temos sete espaços distintos de produção, cada jogador começa com um tabuleiro individual, um depósito e um caixote, além de uma quantidade de recursos iniciais que vão para o seu saquinho serão sorteados rodada à rodada.

O jogo não tem uma quantidade de rodadas definida, ele vai se desenvolver até que a trilha de extensões não possa ser renovada ou até que um dos espaços de produção esteja vazio, e cada rodada tem 4 fases distintas.

As ações só podem ser realizadas, onde o seu meeple está.

Na primeira fase compramos os recursos no nosso saquinho, que funciona como um "deck-building" mas com tokens. Então nessa fase compramos uma quantidade definida pela nossa posição na trilha do milho e deixamos separadas.

A segunda fase é justamente a de planejamento, onde alocamos os recursos sorteados nos espaços do nosso board pessoal, cada espaço vai dar acesso a ações nos espaços do "tabuleiro" central.

Essa alocação pode ser para resolução na mesma rodada, ou você pode deixar a ação meio preparada para rodadas futuras, e uma vez que todos os jogadores terminem de alocar seus recursos começa a terceira fase, a fase de ações.

Nessa fase, ao contrário das outras duas que são simultâneas, à partir do jogador inicial cada um vai realizar uma ação de cada vez no seu tabuleiro, passar para o outro jogador, e assim rodando até que todos tenham terminado suas ações ou passem.

 Você precisa preparar a ação para poder realizá-la.

As ações dos jogadores tem um limitador muito importante e que precisa ser bem observado, que é o seu peão que fica rodando pelos locais de recurso.

Cada jogador começa com uma carroça que lhe dá direito a movimentar esse peão uma vez para outras localidades, mas com o decorrer do jogo é de suma importância que você consiga aumentar a sua movimentação, pois você só pode realizar ações nos locais onde seu peão está, mesmo que você tenha colocar tokens no seu tabuleiro.

Temos uma série de ações que podem ser realizadas, mas basicamente vamos conseguir mais tokens, que vão para a nossa caixinha e posteriormente para o saquinho de sorteio e as ações que vão lhe garantir pontos ao final do jogo.

Altiplano tem o marcador de primeiro jogador
mais simpático do mercado.

Você também pode conseguir novas carroças para melhorar sua movimentação, conseguir extensões do seu tabuleiro pessoal, que vão te dar ações exclusivas e geralmente mais fortes que as normais, negociar seus produtos para conseguir recursos mais valiosos, enfim, muita coisa a ser analisada e pensada durante a partida.

A última fase é praticamente uma fase de manutenção, onde o jogador inicial é passado adiante, a trilha de extensões é renovada assim como a carroça dos jogadores e uma nova rodada começa até que uma das condições de final de jogo seja alcançada e o jogo parta para a pontuação final que é feita com a ajuda de um bloquinho pois tem muita coisinha que dá ponto e no final o jogador com mais pontos é o vencedor.

Altiplano lembra muito o Orléans (ambos lançados no Brasil pela Meeple BR), mas com algumas melhorias de mecânica como o descarte de recursos para posterior preenchimento do saquinho e a dinâmica da escolha das ações, sendo um euro muito bacana e gostoso de ser jogado, te deixando com aquele gostinho de "nova partida" depois de terminar.

 Você vai se desfazendo de recursos importantes, para que
eles se tornem pontos no seu depósito.

https://www.clubebg.com.br/

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Ice Cool


 Lançado em 2016 e vencedor de vários prêmios infantis nos anos seguintes, incluindo o Kinner Spiel des Jahres, Ice Cool é um simpático e divertido jogo onde somos pinguins que estão matando aula e ainda tentam descolar um lanchinho pela escola, mas para isso precisam se esquivar do monitor dos corredores.

Utilizando uma inteligente maneira de fazer da caixa a área do jogo, temos cinco salas onde os pinguins precisam, através de petelecos, pegar os peixes da sua cor e evitar que o monitor da escola esbarre com você pelo caminho.

As regras são super simples, na sua jogada você precisa petelecar o seu pinguim na direção que você deseja ir, por ter um pesinho na sua base abaulada, o manual ensina três formas de conseguirmos dar petelecos cheio de efeitos.

O monitor fica sempre de olho nos outros pinguins.

Os peixinhos que precisamos pegar ficam acima das portas de cada seção do tabuleiro, e para conseguirmos pegá-los precisamos passar totalmente por essa passagem sem esbarrar em nada, ao fazermos isso recolhemos um dos nossos três peixinhos e uma cartinha de pontuação fechada.

Uma forma de dar uma esticada no seu turno para tentar pegar mais peixes ou ficar mais longe do monitor é mostrando duas cartinhas de um ponto, isso te permite dar mais uma petelecada no mesmo turno.

Quando os matadores de aula terminam sua rodada, o monitor tem direito ao seu peteleco, e se por acaso ele encostar em algum dos outros pinguins, esse precisa lhe entregar a sua carteirinha de identificação.

Ao passar pelas portinhas você pega o peixe da sua cor.

Quando o primeiro pinguin consegue pegar seus três peixinhos ou se o monitor pega a carteirinha de todo mundo a rodada acaba, o monitor ganha uma carta de ponto para cada carteirinha na mão dele e os pinguins que não perderam a sua também podem pegar uma cartinha de ponto.

O jogo continua rodando até que cada um dos jogadores tenha sido o monitor uma vez e ao acabar a última rodada contam-se os pontos das cartinhas de peixinhos para saber quem é o vencedor.

Ice Cool é divertidíssimo, tem um apelo visual absurdo e apesar de ser um jogo voltado para a mulecada roda muito bem entre os marmanjos que ficam tentando dar petelecos cheio de efeitos as vezes conseguindo mas na maioria das vezes falhando bisonhamente e garantindo ótimas gargalhadas.

Mas se você der mole, perde a sua carteirinha.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Medici


Lançado em 1995 e chegando agora no Brasil numa versão lindona da Papergames, Medici é um jogo de leilão criado pelo mestre no assunto, Reiner Knizia, e faz parte de uma trilogia de jogos com essa mecânica lançados na mesma época (os outros dois são o Arte Moderna e o RA).

Nele cada jogador é uma casa de comércio que precisa ir ao mercado comprar bens para exportá-los pelo Mediterrâneo em seu navio e assim conseguir ser a casa com mais Florins ao final de 3 dias.

Cada jogador começa com um navio com 5 compartimentos e uma quantidade de Florins definida pelo número de jogadores, as rodadas (dias) são super simples de explicar.

 O jogador vai abrindo as cartas do lote a ser leiloado.

O jogador da vez abre de uma a três cartas de produtos, existem 5 tipos de produtos no jogo (tecidos, peles, grãos, especiarias e tinturas) com cartas que variam de 0 a 5, além de apenas uma carta de ouro com valor 10.

Ao definir se o lote terá de uma a três cartas, então o jogador à esquerda do jogador da vez começa a dar um lance por ele, esse jogador precisa pagar o mínimo de um Florin ou passar, o leilão passa por todos os jogadores até chegar ao jogador da vez que é quem dá o último lance ou passa.

Uma vez definido o ganhador do leilão (caso haja) aquele jogador paga a sua quantidade de Florins ofertada e coloca os bens no seu navio ocupando a quantidade de espaços necessários.

 As cartas são colocadas no seu navio para serem pontuadas.

Como cada jogador só tem cinco espaços disponíveis no navio, os leilões depois de algum tempo, precisam ter a quantidade máxima para que todos possam participar, então com o desenvolver do dia, as vezes acontecem leilões de 2 ou 1 carta só.

O dia termina quando todos os jogadores, exceto um, completa seu navio, aquele último jogador então completa seu navio com as cartas do topo do baralho e caso não hajam mais ele viaja com espaço sobrando, e aí acontece a pontuação de final de dia.

A primeira pontuação é referente aos valores de cada navio, somam-se todas as cartas em cada navio e o primeiro colocado ganha uma pontuação e dependendo da quantidade de jogadores, outros jogadores também recebem pontos.

 Cada produto é pontuado também isoladamente.

Depois da pontuação do navio temos a pontuação do mercado, cada produto é pontuado isoladamente, mas dessa vez pela quantidade de cartas, as pontuações são ganhas, caso o jogador atinja os bônus de cada produto também os recebe e um novo dia começa novamente enchendo os navios (que são zerados depois da pontuação) e  ao final de três dias (com três pontuações) o jogador com mais Florins é o vencedor.

Medici é um daqueles jogos clássicos que envelheceram bem ganhando versões novas mais lindonas, ele é basicamente um jogo de leilão e observação, você não pode ser olho grande e tentar pontuar em todos os produtos, mas precisa marcar os outros jogadores também.

É um excelente exemplo de jogo com regras enxutas, decisões inteligentes e que você termina a partida pensando na melhor forma de ganhar da próxima vez que for jogar.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Scarabya


Sucesso durante a GenCON desse e do Diversão Offline com a versão gigante no estande da Galápagos Jogos, o Scarabya é o mais recente jogo da aclamada dupla Bruno Cathala e Ludovic Maublanc (mesma dupla do ótimo Cyclades).

Nesse jogo somos exploradores que cercam áreas em escavações para conseguirem pegar tesouros, no final de 12 rodadas quem tiver mais tesouros é o vencedor.

No setup cada jogador recebe quatro tiles que devem formar a sua área a ser escavada, e 12 tiles bem no estilo "Tétris", e a cada rodada uma carta é aberta e o tile correspondente precisa ser colocado no tabuleiro seguindo umas regrinhas.

 Você puxa a carta e coloca a peça do mesmo formato no tabuleiro.

Se por acaso ao colocar o tile você cerca um espaço de até 4 quadrados, você pontua os escaravelhos que foram cercados dando a cada um o valor da quantidade de quadrados (ex. se seu espaço de três quadrados cercados tinham 2 escaravelhos, cada um valerá 3 pontos).

A paradinha aqui do jogo é que o primeiro tile necessariamente precisa ser colocado em um dos quatro quadrados centrais e os tiles seguintes precisam estar conectados a ele, além disso temos bloqueadores naturais para a colocação dos tiles que tem formatos bem chatinhos de encaixar.

 Conforme vai cercando as áreas, vai pontuando os escaravelhos.

Scarabya é um jogo bem levinho, não leva mais de 40 minutos e vem na onda dos "jogos Tétris", o diferencial aqui é o lance de todo mundo colocar a mesma peça tentando não copiar o desenho do amiguinho para conseguir pontuar melhor que ele.

Eu curti, dá pra jogar com a família na boa e ele encaixa bem na linha de jogos leves da Galápagos Jogos, que está trazendo ele para o Brasil.

Durante o Diversão Offline, uma versão gigante do jogo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Newton


Durante o século XVIII a busca por conhecimento era acirrada, pesquisas eram realizadas em todos os campos, e estudantes ambiciosos como nós iam atrás de toda a fonte de sabedoria possível para quem sabe se tornar um grande Mestre.

Em Newton tomamos o lugar desses alunos atrás de conhecimento, e para isso o jogo conta com tabuleiros, cartas e tokens num jogo bastante bacana que vamos explicar um pouco agora.

Inicialmente temos um grande tabuleiro central dividido entre o mapa da Europa, a trilha de trabalho e a árvore de tecnologia, além disso cada jogador tem a sua mesa de estudos, composta por uma biblioteca e a escrivaninha onde vamos colocar as ações a serem realizadas em cada rodada.

 Ao baixar uma carta de ação, tente potencializá-la ao máximo.

Cada jogador começa com uma mão de seis cartas, com os tipos básicos de ação (trabalho, tecnologia, viagem, lições e estudo) e um coringa, além de 4 Mestres que você vai liberar durante o jogo.

O jogo se passa durante 6 rodadas e cada uma dessas rodadas tem 2 fases distintas : a fase de ação e a fase de final de rodada.

Durante a fase de ação, cada jogador vai realizar uma ação de uma de suas cartas, para isso ele coloca a carta desejada na sua escrivaninha, e ativa a ação desejada e a grande sacada no Newton, é que você pode potencializar a sua jogada.

 Um mapa cheio de conhecimento a ser descoberto.

Cada jogador começa com um ícone de ação fixo no seu tabuleiro de estudo, a cada vez que você baixar uma carta com aquele símbolo, a ação vai somando aos ícones já existentes na escrivaninha, assim se você baixa uma carta de viagem, casa já tenham outros ícones aparentes, você vai poder andar mais casas pelo tabuleiro da Europa.

Newton é daquele tipo de euro cheio de "mini-games", então aqui você tem a parte de trabalho que vai te dar dinheiro para conseguir viajar mais longe no tabuleiro, que vai te ajudar a liberar as cartas de Mestres e cubos que são importantes para pontos que também são ganhos ao completar prateleiras com a ação de estudo e por aí vai.

 A árvore de teconlogia onde você precisa escolher
bem o caminho à seguir.

Mas uma das ações mais importantes, é que tem um forte apelo temático, é a ação de lição, nela você vai pegando novas cartas de ação para a sua mão, e o jogador tem que ficar muito ligado nisso, pois todo final de rodada uma das cartas da sua mão vira um ícone travado na sua escrivaninha, e isso tem um lado bom (como já expliquei sobre a potencialização das ações), mas também um lado ruim pois conforme você vai pegando cartas novas, essas dão bônus a serem disparados no momento em que elas são ativadas, então quando elas ficam travadas esse bônus some.

Ao final da sexta rodada os jogadores recebem pontos por alguns tiles em que eles puseram cubos durante a partida, que somados a pontuação durante o jogo vão dizer quem foi o estudante mais dedicado.

Newton me surpreendeu, é daqueles jogos que a partida termina e você logo quer jogar outra, tem um fator de rejogabilidade absurdo (os tokens no mapa são todos aleatórios a cada partida) e a questão da preparação da mão, a escolha das ações a cada turno, as opções de como e onde investir, fazem dele um jogaço que a Meeple BR está trazendo para o Brasil em breve!

Você vai travando as cartas durante a partida
e no final sua escrivaninha é só conhecimento.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Semana das Crianças - Parte 3


Fechando a nossa semana especial pelo Dia das Crianças, vamos dar mais uma geral pelas editoras brasileiras que ainda tem títulos pontuais voltados para os pequenos.

Uma que, até me contradizendo um pouco, tem um catálogo bem vasto para os pequenos é a Mandala Jogos. Com mais títulos voltados para público jovem como o Dwar7s : Outono, Quartz e King's Gold eles estão começando a olhar os menores trouxeram recentemente para o Brasil o Dr. Eureka, um título bastante divertido do grande Roberto Fraga (do Fila Filó e do Captain Sonar).

Outra que traz no catálogo boas opções para a família toda é a Papergames. Jogos como Avenue, Kingdomino e Bonhnanza são opções certeiras que agradam aos pais e aos filhotes à partir dos 8 ou 9 anos.


A RedBox traz também boas opções como Frogriders, Boss Monster e o recentemente lançado Big Book of Madness (esses dois últimos pros mais grandinhos).

Além disso ela lança regularmente o Old Dragon, um RPG a moda antiga que tem regras tranquilas para tentar trazer a mulecada para o maravilhoso mundo dos jogos de interpretação e que também podem ser fisgados pelo excelente Hora da Aventura RPG lançado no Brasil pela RetroPunk que também tem o divertido SK8 (um dos prediletos do meu pequeno).

Mas ainda não tivemos um boom de autores trabalhando para essa fatia de mercado, são poucos os jogos de autores nacionais lançados para a galerinha à partir dos 6/7 anos (ou menos).

 Dr. Eureka : Experiência tátil e lógica.

Nesse ponto uma editora que saltou na frente foi a Geeks n'Orcs que já conta no seu catálogo jogos família muito acessíveis a todas as idades como o divertido Piratas! e o Melvin vs. Kronk, ambos de autoria do Renato Simões (sendo o Piratas! em parceria com o Pedro Sales).

Além deles, uma editora que parece estar sendo formada para essa galerinha é a Curió Jogos que lançou recentemente o Macacos me Mordam da Isabel Butcher e que acerta em cheio na facilidade de regras e apelo gráfico para trazer a galerinha para a mesa.


Mas seria um injustiça (e uma ingratidão) tremenda terminar de falar dos jogos para a criançada sem citar as empresas que sempre estiveram na nossa vida praticamente desde o berço que são a Estrela e a Grow.

Apesar hoje estarem mais voltadas aos brinquedos a Estrela ainda tem no seu catálogo clássicos atemporais, quem nunca brincou de Cai-Não-Cai que atire a primeira pedra.

Já a Grow apesar de estar trazendo jogos modernos, ainda tem nas suas prateleiras alguns dos jogos que estiveram na mesa de gerações e gerações, como Super Trunfo e o tão famigerado (quanto adorado) WAR.

Na verdade é que hoje temos, como mostrei durante essa semana, uma gama enorme de jogos para todas as idades, para todos os níveis de complexidade, e para os gostos, tanto para quem joga junto quanto para deixar os pequenos jogando sozinho com os amigos sem precisar importar nada, pois agora o mercado nacional está muito bem servido.

Boss Monster : Boa diversão um contra o outro.

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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Semana das Crianças - Parte 2


Dando continuidade ao nosso especial da Semana da Criança, vamos falar de duas editoras que tem investido bem em jogos para os pequenos e para a mulecada mais crescida, que são a Galápagos Jogos e a Conclave Editora.

Com 15 anos no mercado, a Conclave Editora, veio do RPG para os tabuleiros e está cada vez mais se firmando como uma das grandes editoras do mercado, com jogos que agradam a todos os gostos, dos mais leves (como o Get Bit!) aos mais hard (como Tikal) eles tem muitas opções para a galerinha.

Uma iniciativa muito bacana da editora durante a edição carioca do Diversão Offline foi inclusive separar um espaço totalmente dedicado aos "family game".

 Honshú : Joguinho que agrada a todas as idades.

Outro grande trunfo foi a parceria firmada com a Haba, a maior editora de jogos infantis da europa, famosa por títulos inteligentes e com produção super caprichada já podemos ter no mercado brazuca dois jogos deles, o Animal Upon Animal e o recém lançado Rhino Hero.

Outros títulos que indicamos para os pequenos e médios da editora são Ultimate Warriorz, Flamme Rouge, Magic Maze e Survive entre outros.

Já a Galápagos Jogos praticamente nasceu junto ao novo "boom" dos tabuleiros modernos e sempre teve no seu catálogo "family games" e ainda que não tenha muita opção para os mais pequeninos, investe cada vez mais em opções para a criançada à partir dos 10 anos.

Desde que foi fundada, jogos como o Convocados já pensavam na diversão mais família e voltada para um público mais descontraído, e isso só se acentuou com o tempo.

Seu maior sucesso, o Zombicide, é um daqueles jogos em que o apelo visual e regras fáceis fazem com que a mulecada chegue na mesa e não queira sair, lá em casa ele é um dos prediletos até hoje.

Potion Explosion : Até os menores ajudam
a catar as bolinhas.

Com isso, pudemos ver que na esteira dos seus lançamentos para o próximo ano tivemos vários anúncios de jogos mais voltados para a diversão entre pais e as crianças, Scarabya, Reef, o divertido Gizmos são bons exemplos do que vem por aí.

Deles além dos títulos já mencionados podemos indicar o Potion Explosion, Takenoko, Star Wars : X-Wing e Legion e o divertido Dobble, mas vale dar uma conferida no catálogo deles inteiro.

Sexta-feira terminamos essa nossa semana de indicações para os pequenos.

Zombicide : Amor a primeira rolagem de dados.

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