sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Gataria


Nix é uma simpática gatinha que vive com sua dona, a bruxa Petúnia, na torre da cidade mas como Nix está ficando velhinha resolveu fazer uma competição entre os gatos para saber quem merece ser a próxima companheira da bruxinha quando ela partir.

Com essa premissa a Galbs Games está em campanha para o lançamento do Gataria, jogo do Fernando Cunha que já conseguiu seu financiamento e agora está correndo atrás das metas estendidas.

Inicialmente montamos os telhados da cidade onde Nix mora e os gatos vão disputar sua chance de ser o novo pet da bruxa, além disso cada jogador vai receber três marcadores de ação e dois gatos e ainda temos três baralhos que vão ajudar os jogadores (ou atrapalhar os amiguinhos).

Cada jogador começa com 2 gatinhos e três marcadores de ação.

O jogo funciona em várias rodadas, a cada rodada todos escolhem simultaneamente um dos três marcadores de ação, esses marcadores tem uma numeração de 1 a 3 além das três cores do telhado da cidade e ao revelá-los eles são colocados em ordem crescente e a fase de ações é iniciada.

Você precisa andar com seus gatinhos para conseguir petiscos espalhados pelos telhados para com eles comprar a chave que dará acesso à torre da Petúnia e você também entra nos espaços onde estão outros gatos para mostrar sua força.

As demonstrações de força entre os gatos é bem tranquila, quando você ataca um adversário ele tem a opção de sair do jogo naquela rodada ou pagar um petisco para você e recuar para um outro telhado que esteja vazio.

Conforme o jogo avança alguns telhados são quebrados pela Nix.

No caso de algum adversário sair da rodada você recebe um coração como forma de contar suas vitórias e o primeiro gatinho a conseguir três corações vence a partida.

As cartas são compradas com os petiscos que são deixados nos telhados pela Petúnia e a cada final de rodada caso seus gatos estejam em telhados da mesma cor também recebem cartas e elas vão te ajudar a se defender dos ataques ou a potencializar sua rodada.

Mas além dos gatinhos que estão disputando a vaga na torre a Nix está supervisionando diretamente essa competição e sempre um dos jogadores terão o controle dela para poder pegar petiscos e atacar seus adversários, mas como ela já está velhinha e desajeitada a cada vez que ela muda de lugar na cidade acaba quebrando um telhado, deixando o território ainda mais apertado para a disputa.

Outro destaque no jogo é a arte da Marianna Teixeira.

O jogo termina com os três corações de um dos gatinhos ou se um deles conseguir entrar na torre da bruxa Petúnia e aquele gatinho é o grande vencedor e vai suceder Nix.

Gataria é um jogo inteligente, com muita interação e em que você precisa sempre estar de olho nos gatinhos dos outros jogadores para não tomar uma pernada, ele traz uma experiência divertida e garante boas partidas tanto com jogadores iniciantes quanto com os mais cascudos.

A campanha dele está rolando e ainda vai ficar no ar até o dia 6 de dezembro e você pode garantir a sua cópia nesse link.

Quando um dos gatos chegar a torre é um dos finais possíveis da partida.
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Dog's Day



Em Meow City as Máfias dos cachorros são quem comandam o submundo numa disputa de poder, cada grupo tenta praticar os assaltos mais mirabolantes mas cuidado agentes infiltrados podem acabar com seus planos e levar todos para a cadeia.

Com essa divertida premissa Dog's Day do amigo Sergio Halaban chega ao mercado pela Geeks n' Orcs trazendo um jogo bem levinho e divertido para até 6 jogadores.

No setup inicial preparamos o visado Banco de Meaw City, a prisão e os carros fortes que abastecem o banco, cada jogador recebe um baralho com 10 cartas e esse é o seu "time" para realizar os assaltos além do seu quartel general onde guardamos nossos lucros.

A cada rodada você escolhe um dos seus capangas para o assalto.

Cada partida terá exatamente 8 rodadas com quatro fases que são preparar a equipe, o assalto, a reviravolta e um novo dia para roubar.

Durante a preparação da equipe cada jogador vai selecionar uma das suas 4 cartas da mão e colocar na mesa virada para baixo e uma vez que todos os jogadores façam sua escolha todas as cartas são abertas e vamos começar a resolução do assalto.

Os jogadores tem um time de cartas numeradas com habilidades e a cada rodada vai poder usar uma delas para o assalto, algumas cartas vão agir tanto durante o assalto quanto na reviravolta, outras só em determinados momentos.

Os jogadores ficam de olho grande na grana do carro-forte e do banco.

Quando vamos resolver o assalto primeiro verificamos se tem algum X9 no time de assaltantes, casa haja um só o assalto é frustrado e todos vão para a cadeia, mas se mais de um jogador colocar o X9 na mesa temos um assalto bem sucedido e vamos resolver cada uma das cartas.

Uma vez resolvida a habilidade de cada carta passamos para a reviravolta onde mais efeitos podem ser ativados e tesouros podem ir passando para outras mãos.

Depois na reviravolta um novo carro-forte aparece para reabastecer o banco, os jogadores completam sua mão para 4 cartas e mais uma rodada se inicia, ao final da oitava rodada o jogador mais rico é o vencedor.

Em Dog's Day o Sergio Halaban traz mais uma vez seu predileção por jogos mais descontraídos e com muita interação, a produção da Geeks n' Orcs ficou ótima e pra galera que gosta de furação de olho a parte de ficar roubando dos amiguinhos e observar a hora certa de colocar um X9 vão divertir um bocado.


Vamos resolver o assalto e suas reviravoltas.
 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Colecionando Ouro (Cinco Anos Depois)


Em 2016 eu fiz uma matéria reclamando dos preços dos jogos que estavam chegando a "absurdos" 70 dólares nos KS e na casa do 250 reais nos lançamentos brasileiros (aqui o link), hoje foi lançado no mercado um dos melhores jogos de 4X que eu já joguei, o Clash of Cultures, na bagatela de 1000+ e eu pergunto mais uma vez, como chegamos a isso???

Desde que eu comecei no hobby há mais de 15 anos que eu acompanho o crescimento tanto do mercado quanto do que o público em geral pede que o mercado lhe ofereça.

Em 2004/2005 você tinha jogos como Catan e Puerto Rico dominando o cenário com edições simples, pecinhas de madeira e caixas normais, até mesmo uma das grandes responsáveis pela mudança de paradigmas, a Fantasy Flight, tinha o Warcraft, the Boardgame e o Game of Thrones com pecinhas de madeira.

Na época em que todos se contentavam com pecinhas de madeira.

Então chega a Days of Wonder com seu Ticket to Ride cheio de trenzinhos, seu Shadow Over Camelot com miniaturas "finamente esculpidas" e o mercado começa a querer um pouco mais, eu quero que o meu trigo agora deixe de ser um cubo amarelo e vire um "bart simpson".

A já citada Fantasy Flight vira então e nos oferece a sua singela linha "coffin box" com caixas gigantescas cheia de pecinhas plásticas lindas, mas ainda assim na época custando na faixa dos 50 dólares, que foi o preço que eu paguei no Twilight Imperium 3 quando lançou.

Vivemos em harmonia crescendo o hobby (e nossas coleções) até a chegada do financiamento coletivo do Zombicide em 2013 e abrimos a porteira do inferno dos preços pois à partir desse ponto começamos a ter uma produção em massa dos componentes vindos da China e isso fez com que as editoras começassem a depender não só das suas ideias mirabolantes para os jogos mas também de uma produção que vem de navio e demora meses para chegar ao distribuidor.

Praticamente tudo agora vem assim, e os prazos e preços só aumentam.

Obviamente esses são apenas algumas coisas que influenciaram, temos crises de combustível que impactaram demais nos preços de matérias primas e para nós brasileiros ainda tivemos a desvalorização crescente do nosso real em relação ao dólar e dito isso tudo fica a questão, tá certo cobrar 1000+ por um jogo???

Certo não tá, justo não tá, eu tenho pra mim que NENHUM jogo vale mil reais, mas aí o que fazer vou deixar de participar do hobby que eu gosto tanto? 

Não amiguinho, aí que entra a parte mais legal do nosso hobby que é a parte social, pagar mil reais em um jogo eu acho um absurdo (meu teto de gastos hoje é metade disso) mas e seu eu dividir isso com a turma que vai jogar comigo?

 Deixamos de nos contentar com cubos e discos.

Possivelmente para jogar um jogo nessa faixa de preço você já pensou numa turma, então junte essa galera e compre todo mundo junto, se você quer ficar namorando ele na prateleira, combina que a tua parcela é maior e se um dia todos encherem o saco, vendam e partilhem a grana.

Hoje acho que a solução mais viável para preços que realmente estão fugindo da realidade do brasileiro médio assalariado e que tem o privilégio de ter tempo de escolher um hobby como o nosso.

Ainda acho que há no mercado opções de excelentes jogos a preços convidativos, tem uma Black Friday aí batendo a porta e pelo que eu tenho visto de alguns lojistas, tem promoções muito boas para pegar um jogo que já tá fora do hype sem precisar vender um rim, então galera, espero ter ajudado tanto a fazer vocês entenderem o que se passa no mercado quanto o que dá pra ser feito pra ter aquele jogaço que tá chegando mas tá carão.

Ainda podemos ter uma grande coleção, mas agora precisamos de alternativas.
 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Hallertau


Em Hallertau os jogadores são agricultores em uma região na Baviera responsável por criar a lei de pureza da cerveja lá no século XIX, mas estamos falando de Uwe Rosenberg então isso é só pano de fundo para mais um (excelente) jogo de fazendinha.

Nesse temos um tabuleiro central de ações onde ficam também dispostos quatro decks de cartas, cada jogador tem um tabuleiro de estábulo (que serve também como contador de rodadas), um tabuleiro de campo, um tabuleiro do centro comunitário e uma caixinha de joias.

O jogo dura exatamente seis rodadas e em cada uma delas temos 10 fases onde duas delas é onde o jogo realmente acontece.

Uma panorâmica de como fica o jogo na mesa... Imponente!

As primeiras três fases são burocráticas de arrumar o tabuleiro de ações, receber novos trabalhadores e ganhar recursos das cartas de bônus, na fase de ações é que o jogo realmente começa.

Cada jogador tem sempre disponível uma quantidade de trabalhadores para usar na rodada, você pode (e deve) usar sabiamente mas sem precisar se preocupar em guardar para as rodadas posteriores pois sempre chegam mais.

No tabuleiro de ações temos 16 com espaços para usar de 1 a 3 trabalhadores além de 4 espaços onde compramos cartas que só podem entrar um ou dois trabalhadores, o que vale ressaltar aqui é a questão do aproveitamento dos trabalhadores.

No tabuleiro de ações quanto mais cedo você for, melhor.

Você para realizar a ação vai colocar trabalhadores lá e receber o que cada ação vai te dar, mas quanto mais cedo você for menos trabalhadores vai gastar, então pensar bem na melhor forma de fazer a sua rodada funcionar pode te render mais ações e em um jogo de cobertor curto é sempre bom otimizar o máximo que você puder.

Todo jogo gira em torno de conseguir recursos para avançar seu centro comunitário pois ao fazer isso você não só aumenta a quantidade de trabalhadores como também vai te render os maiores pontos de vitória ao final do jogo.

Mas a parada é tensa, pois pra conseguir mover um espaço do centro comunitário antes você precisa andar com os cinco prédios de produção e isso tem custos em recursos e também existem pedras no caminho (literalmente) então para avançar mais de um espaço na rodada você além dos recursos ainda vai precisar rolar essas pedras.

O lance é tentar otimizar para em algum momento avançar mais de um espaço.

A grande reclamação em relação ao Hallertau são as cartinhas, existem quatro baralhos no jogo, o de "portão" que vão te conceder uma troca tipo "se você tiver X recebe Y", as cartas de pasto que cada jogador começa com 6 pra marcar as rodadas mas também podem ser compradas, as de bônus que vão te dar coisas durante a fase de recursos e as de pontos.

O lance é que você sempre compra elas fechadas então não consegue se planejar, principalmente nas que ficam no pasto a que você abre na sexta rodada só vai te dar algum benefício se você tiver sorte, mas apesar disso essa situação não me incomodou a ponto de tirar pontos desse jogaço.

O tabuleiro de plantação é muito bem sacado.

O jogo segue nas suas seis rodadas com os jogadores fazendo malabarismos para conseguir extrair o máximo dos seus trabalhadores para conseguir recursos suficientes para pagar os avanços na fase do centro comunitário, ao final delas quem tiver mais pontos é o vencedor.

Hallertau tem praticamente todos os elementos que me fazem ser fã incondicional do Uwe Rosenberg, a questão das cartas apesar das reclamações de alguns amigos não me incomodou mesmo e acho que é contornável (já andamos conversando sobre isso) e pra mim mostra que apesar da falta de criatividade temática ele é um autor extremamente competente e sempre trazendo ótimos jogos.


terça-feira, 16 de novembro de 2021

As Ruínas Perdidas de Arnak


Em As Ruínas Perdidas de Arnak os jogadores são exploradores atrás de valiosos tesouros nessa lendária ilha cheio de maravilhas e claro muitos perigos usando como mecânicas principais a alocação de trabalhadores e o deck building.

Colocamos na mesa um tabuleirão que mostra inicialmente a ilha com apenas 5 espaços para os exploradores e uma grande coluna onde iremos avançar nosso marcador de investigação garantindo ajudantes e pontos e cada jogador recebe o seu acampamento e uma mão inicial de 6 cartas e dois exploradores.

Uma partida de Arnak tem exatamente 5 rodadas e em cada uma delas vamos realizar uma série de ações até que todos os jogadores passem e uma nova rodada seja iniciada.

No seu acampamento ficam recursos, exploradores e os ajudantes.

Cada jogador no seu turno pode realizar uma dentre sete ações possíveis que são escavar um local, descobrir um novo local, vencer um guardião, comprar uma carta, usar uma carta, investigar e finalmente passar.

Ao ir escavar um local você pega o seu explorador e usa um "meio de transporte" para chegar ao local, no jogo temos locais de fácil acesso usando botas mas as vezes precisamos usar barcos e/ou carro (essa é uma das formas de usar as cartas da sua mão) e ao chegar ao local desejado você vai receber os recursos que estão mostrados lá.

Como disse lá no início, o jogo começa com apenas 5 espaços descobertos então durante a partida vocês vai usar a ação de descobrir novos locais para ter acesso a novos lugares para colocar o seu explorador, só que as coisas não são tão simples.

Você precisa escavar e explorar a ilha para conseguir recursos.

Ao descobrir novos lugares vemos que eles estão protegidos por guardiões que precisam ser derrotados para que o espaço fique realmente disponível para ser escavado nas rodadas seguintes e para derrotar esse guardião você vai usar os recursos que são conseguidos durante a partida.

A coluna de investigação é avançada com dois marcadores, um indica o seu estudo e o outro as anotações que são feitas, então com o primeiro marcador você ganha recursos e bônus e já com o segundo (que nunca pode avançar na frente do primeiro) você vai receber ajudantes que vão potencializar a sua rodada.

Mas novos locais são protegidos por guardiões que precisam ser derrotados.

Como todo bom jogo de deck building as cartas aqui são muito importantes, não só para ajudar a chegar aos locais de escavação mas também para trazer benefícios que serão usados quando você baixa essa carta.

O deck inicial tem funções simples mas você pode ir comprando cartas de itens melhores que vão para o se deck e que vão melhorar o seu desempenho durante a rodada e além dos itens temos as cartas de artefatos que são ainda melhores, mas tem custos para serem usadas (depois da primeira vez).

Em cada rodada em Arnak você sente que o jogo vai ganhando forma, as primeiras são rápidas e parece que você tem pouquíssimas opções de ação (e é bem por aí), mas conforme o jogo vai se aproximando do final você vai conseguindo transformar uma ação em outra e seu jogo vai ficando cada vez com mais opções, mesmo que as vezes não sejam suficientes para as suas pretensões.

Você precisa prestar bastante atenção na coluna de investigação.

Ao final da quinta rodada então o jogo acaba e vamos somar pontos de diversas formas, pela coluna de investigação, pelas peças de tesouro, ídolos, monstros derrotados e cartas e o jogador com o maior somatório é o vencedor.

As Ruínas Perdidas de Arnak é até o momento o meu jogo preferido de 2021, tem muitos caminhos que precisam ser percorridos e você não pode deixar de dar atenção a eles ou certamente fará uma pontuação abaixo dos coleguinhas mais atentos, além disso ele tem uma produção maravilhosa e o reflexo desse sucesso é que ele está sendo um sucesso de vendas na Devir.

Como em todo bom deck building as cartas são importantíssimas.
 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Color Fox


Segundo jogo que falamos dessa linha Matchbox da Paper Games (o anterior foi o SixStix) em Color Fox temos um jogo de colocação de cartas na mesa tentando formar os palitos para conseguirmos juntar as cores sem repetições, mas claro que os amiguinhos não vão permitir isso.

O jogo é formado por um baralho de 55 cartas sempre mostrando 4 palitos que podem ter de 2 a 4 cores diferentes dentre 6 possíveis, além disso temos o estoque com os palitinhos que vamos ganhando durante a partida e são a forma de pontuar ao final do jogo.

Cada jogador receberá 3 cartas (4 se forem apenas 2 jogadores) e com essa mão de jogo temos por objetivo baixar cartas no nosso turno para completar os palitos da mesma cor.

Você tem sempre três cartas e precisa tentar maximizar as junções.

Se ao baixar uma carta você conseguir completar um palito você recebe aquela cor que foi completada, mas o grande barato do Color Fox é quando você consegue completar mais de um palito na sua rodada.

Você vai conseguir fazer isso colocando a sua carta adjacente a mais de uma que já esteja na mesa, então você recebe um palito de cada cor completa mas tem o direito de fazer trocas com os outros amiguinhos.

Sabendo que quanto mais cores diferentes melhor será sua pontuação, então o lance aqui é você trocar com os outros jogadores palitos que atrapalhem a pontuação deles e favoreçam a sua fazendo com que eles precisem correr atrás do prejuízo nas próximas rodadas.

Ficar ligado nas oportunidades de conseguir mais de um palito é o ideal.

O jogo termina quando algum jogador precisar receber um palito de determinada cor e o estoque estiver terminado então os jogadores separam seus palitinhos em grupos de diferentes cores e seguindo a tabelinha do manual quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

Diferente do SixStix que tem um lance "psicotécnico" mais presente aqui no Color Fox temos um jogo de marcação maior e a colocação das cartas na mesa precisam ser mais cuidadosas para não prepararmos um bote que seja prejudicial para nós mesmos mais tarde.

A série entrega nesses dois joguinhos experiências muito agradáveis para se jogar tanto com novatos quanto com jogadores mais cascudos em partidas de jogos light, até agora super aprovada a série Matchbox. 

No final é juntar seus palitinhos e quanto maior a quantidade diferentes, mais pontos.
 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Cascadia


Cascadia é um jogue de colocação de tiles onde os jogadores vão precisar montar o melhor meio ambiente de forma a conseguir boas pontuações com os animais e com a maior extensão de cada um dos habitats do jogo.

No setup inicial separamos uma forma de pontuação para cada um dos 5 animais do jogo, além disso embaralhamos os tiles de habitat e colocamos as fichas com os bichos em um saquinho para que sejam sorteados durante a partida.

Cada jogador começa com um tile inicial de 3 hexágonos que abrangem todos os 5 tipos de habitat do jogo, em cada tile além da informação do habitat também temos ícones de um a três animais que poderão ser alocados ali durante a partida.

Você prepara as cartas de pontuação
e tem sempre abertos combos de tiles e fichas.

Na sua vez você vai comprar um "combo" dentre quatro que ficam expostos na mesa, esse combo é formado por um hexágono e uma ficha de animal, uma vez comprado você precisará colocá-los no seu meio ambiente e aqui começa as sacadinhas do Cascadia.

Você não tem limitações para colocar os tiles a única regra é de estarem adjacentes a algum previamente colocado em jogo, mas o lance é tentar ficar de olho em crescer os habitats pois ao final do jogo o jogador com maior área em cada um deles ganha pontinhos.

A ficha de animal você pode colocar em qualquer lugar do seu meio ambiente que tenha o ícone igual, lembrando que só pode haver uma ficha por hexágono e obviamente tentando garantir que a colocação siga os critérios das cartas de pontuação.

O lance é tentar posicionar os tiles
da melhor forma para pontuar.

Cada animal vai pontuar de uma forma diferente, estando sozinho, cercado por animais diferentes, em linha, então a sacada é tentar colocar tiles e fichas já pensando em ambas as pontuações.

Para mitigar um pouco esse lance do combo, existem tiles onde só tem um ícone de animal, ao colocar uma ficha nesses tiles você ganha um marcador de pinhão, você pode gastá-lo para ao invés de comprar o combo pronto pegar um tile e uma ficha que não estejam casados.

O jogo segue por 20 rodadas, ao final delas pontua-se cada uma das cartas de bichos e o controle de área de cada um dos habitats e o jogador com a maior pontuação é o vencedor.

Depois das 20 rodadas você vai pontuar
por várias coisas, então fique ligado.

Ao jogar o Cascadia é difícil não compará-lo com o Planet, eles tem pegadas bem similares, mas enquanto o um é mais família com uma pegada de visão espacial muito maior (até por conta do planetinha em 3D) o outro é mais elaborado com você pensando no jogo para o final e não na pontuação imediata.

Eu curti o Cascadia, um jogo leve mas que entrega decisões interessantes e acho que se alguma editora trouxer ele para o Brasil tem chances de fazer sucesso como jogo de entrada. 

A produção final do jogo está bonitinha. Foto BGG.
 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Project L


Fechando a nossa semana "tipo tétris" vamos de um abstratão lindo que chegou recentemente ao mercado, estamos falando do Project L um lindo jogo criado por um trio de designers (Michal Mikeš, Jan Soukal e Adam Spanel) e que fez um sucesso considerável no kickstarter levando mais de 400k euros.

No jogo temos vários tiles de quebra-cabeças para serem resolvidos com os poliminós do jogo, mas aqui eles tem 4 níveis de valor e vocês já vão entender o porque, além disso temos os tiles com fundo branco e preto esses últimos sendo os que dão mais pontos e definem também o disparo de fim de jogo.

Basicamente durante cada turno os jogadores vão ter direito a três ações entre cinco possíveis que são pegar um poliminó, pegar um tile de quebra-cabeça, fazer um upgrade dos seus poliminós, reciclar o mercado de tiles ou fazendo uma fase master.

Você pega as pecinhas e os tiles para
montar os quebra-cabeças.

Cada jogador só tem direito a ficar segurando e montando até quatro tiles de quebra-cabeça, então a grande sacada do Project L é você tentar otimizar as suas jogadas e aqui entra a fase master que te permite colocar um poliminó em cada tile.

Uma vez que você termina um tile ele fica guardado lá na sua pilha para pontuar no final, mas além disso as peças usadas continuam em sua posse para futuras montagens e geralmente os tiles também vão te dar novas peças aumentando assim o seu estoque.

Então esse é um jogo de criar maquininhas e de velocidade para conseguir de forma mais hábil que seus adversários ir montando os quebra-cabeças preferencialmente já pensando em partir para os que valem mais pontos ao final da partida.

Quanto mais peças precisar, mais pontos vão
lhe render ao final da partida.

O jogo termina na rodada que a pilha de tiles de fundo preto se esgota, então os jogadores podem tentar completar os tiles que ainda não foram finalizados (perdendo uns pontinhos no processo) e quem tiver mais pontos é o vencedor.

Vale ressaltar aqui que as regras que chegaram ao Brasil não são as finalizadas, existem algumas diferenças em relação a regra final do KS, mas na Ludopedia você encontra o manual final e do que eu vi de diferença a única coisa que eu acho que faz falta a perda de pontos por tiles incompletos que eu acho que é uma boa adição mesmo ao fim do jogo.

Project L tem uma sacada muito legal que é esse lance da maquininha de ir conseguindo novas pecinhas para completar os tiles, além disso o jogo é uma lindeza só, o design gráfico dele é impecável e dá gosto de ver, para que curte os joguinhos "tipo tétris" mais abstratos eu acho uma excelente pedida.

A sacada é que mesmo que não ganhe pontos
os tiles vão te dar novas peças.
 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

TOP3 : Jogos Tipo "Tétris"


Eu sou fã dos jogos com peças "tipo tétris" desde antes mesmo de conhecer o Tétris, jogos como Contra-Ataque (82) já usavam os poliminós e segundo uma rápida pesquisa no Board Game Geek o primeiro a usar essas peças com formatos diferentes foi o Pentominoes (53).

Mas o curioso é que de uns anos para cá muitos jogos tem usado o artifício dos poliminós em seus componentes e em especial o Uwe Rosenberg, parece que ficou apaixonado por eles e lançou um monte de jogos com pecinhas "tipo tétris", alguns excelentes outros nem tanto.

Fato é que eu me incluo nessa turma que quando vê um jogo com os poliminós fica instigado a testar e por isso resolvi dedicar essa semana à eles, na segunda-feira falei do New York Zoo e hoje tem o TOP3 (sexta-feira tem mais).

Criado pela dupla Wolfgang Kramer e Richard Ulrich o Princes of Florence é um jogo que usa os poliminós para os prédios que são comprados durante o jogo e formam a composição do seu território.

Esse é um euro bem bacana e muito punitivo que usa bem as pecinhas "tipo tétris" mas que tem muita coisa além envolvida.

Os prédios do Florence, servem para pontuação.

O melhor colocado na lista do BGG em Um Banquete a Odin do já citado Uwe Rosenberg, aqui os poliminós servem para irmos marcando no nosso tabuleiro a progressão de conquistas dos nossos vikings durante a partida.

A forma com que o Uwe usou as peças no seu jogo é brilhante e somado a alocação de trabalhadores e todo o entorno do jogo que é excelente fazem com que o Odin seja uma daquelas experiências que todo fã de jogos pesados deve ter.

Em Odin as peças dão pontos, mas também
marcam o avanço no jogo.

Mas pra mim até hoje o melhor jogo com peças "tipo tétris" é o Antiquity, uma criação da dupla   Jeroen Doumen e Joris Wiersinga, que além de designers são responsáveis pela editora Splotter Spellen.

Os poliminós em Antiquity são os prédios que serão usados para a alocação dos nosso trabalhadores e também responsáveis por ações dentro do jogo e dos três jogos citados é o que tem o espaço mais apertado para a construção deles, forçando geralmente ao jogador fundar uma nova cidade para poder expandir seus prédios.

Os prédios do Antiquity servem para alocação
dos trabalhadores e ações dentro do jogo.

Esse é um daqueles jogos que quem não conhece, precisa conhecer, é um dos meus TOP5 da vida e apesar de ser um dos jogos mais cruéis que eu já joguei, ainda assim tô sempre com vontade de jogá-lo.

Como menção honrosa eu coloco o Cartógrafos do amigo Jordy Adan, que usa os poliminós de uma forma diferente, uma vez que você precisa desenhá-los no seu tabuleiro para assim conseguir cumprir as pontuações mostradas no jogo e hoje é com certeza o jogo nacional (merecidamente) mais bem cotado no BGG.

O representante brazuca é o Cartógrafos, um dos
melhores "roll and write" do mercado.