segunda-feira, 27 de março de 2023

Encyclopedia


Em Encyclopedia os jogadores serão naturalistas que através de suas viagens e anotações contribuirão para a mais completa compilação de pesquisa já publicada.

O jogo conta com um enorme tabuleiro central onde termos os animais a serem pesquisados, os continentes a serem visitados, o local onde faremos nossas publicações, entre outros espaços de ação.

Cada jogador recebe ainda um tabuleiro pessoal com espaço para a alocação de dados e também para colocarmos os nossos especialistas conforme formos conseguindo eles e também precisamos deixar espaços para as cartas de animais que vamos pesquisar durante o jogo.


Um tabuleiro imponente onde vamos com os nossos dadinhos.

Uma partida de Encyclopedia dura exatamente 6 rodadas e nelas vamos realizar uma série de ações utilizando 4 dados coloridos que serão comprados durante a partida.

Ao comprar esses dados no início de cada rodada você deve rolá-los e alocá-los no seu tabuleiro pessoal, essa já é uma decisão importante visto que os outros jogadores podem utilizar dados seus só que ao fazerem isso, dependendo de onde eles estejam no seu tabuleiro, você recebe um bônus.

Ao escolher um dado de ação você vai precisar levá-lo ao tabuleiro principal onde temos 6 espaços de ação : A Embaixada que serve para ganhar fichas de expedição, o Banco que serve para ganhar moedas, a Universidade onde contratamos especialistas, a Academia onde encontramos os animais a serem estudados, a Expedição que serve para usar as cartas de animais preparando elas para irmos finalmente no espaço de Publicação onde transformamos esses estudos em pontos.


Quase que linearmente você vai pegar cartas de bichos, estudá-los e fazer sua publicação sobre eles.

A grande sacada aqui no Encyclopedia é perceber essa linearidade das ações, é quase uma receitinha de bolo, você aqui, pra ir ali, pra finalmente transformar tudo em ponto, mas não pense que ao perceber isso seu jogo está ganho porque ele é um jogo de observação e aproveitar as oportunidades.

As cartas de animais tem 4 informações nelas, além do continente de onde elas vem, e você vai precisar se arrumar de forma que na hora que for usar a ação de Publicação, tenha a maior quantidade de determinado tipo, e aqui é o grande "pulo do gato".

E por ser um jogo relativamente curto, se você usar mal as suas ações tem grandes chances de ficar bem para trás na pontuação e não conseguir se recuperar a tempo, então um bom planejamento a médio prazo é essencial.


As publicações são o que vão te dar muitos pontos, então fica ligado em publicar muito de uma vez.

Ao final das 6 rodadas os jogadores ganham pontinhos extras pela quantidade de cartas continentais que conseguiu durante a partida, além de pontinhos de vitória por recursos (dinheiro, selo real e fichas de expedição) e que tiver a maior pontuação ganha.

Encyclopedia é um bom euro médio, com uma duração bastante boa para o que ele se propõe, tem uma apresentação linda e para quem curte esses jogos de cobertor curto é uma opção bem boa. 

segunda-feira, 20 de março de 2023

Knock! Knock! Dungeon


Em Knock! Knock! Dungeon os jogadores precisam entrar sorrateiramente num forte assombrado que foi dominado por criaturas medonhas, para isso precisam ser rápidos mas silenciosos para conseguir derrotar o terrível Cavaleiro Negro.

Nesse novo jogo da linha Pocket da Paper Games os jogadores trabalharão juntos usando cartas para chegar até o Cavaleiro Negro e derrotá-lo, mas vocês terão apenas 6 minutos cravados para conseguirem seu objetivo.

Inicialmente cada jogador receberá uma quantidade de cartas, nelas temos valores nos 4 cantos, esses valores somados nunca poderão ultrapassar 5 pontos, caso isso aconteça os jogadores perdem a partida instantaneamente.


Você precisa baixar cartinhas para manter as salas com o valor abaixo de 5.

Mas como fazer com as cartas que já tem o somatório maior que 5? Bem, essas cartas são as grandes ameaças do jogo, elas entram na partida com contadores de tempo e precisamos fazer com que elas cheguem ao valor abaixo de 5 antes dos contadores de tempo se acabarem, ou todos perdemos.

Para fazer com que os valores desçam até o nível desejado é relativamente simples, o jogador da vez precisa baixar uma carta da mão e cobrir um dos valores nos quatro cantos de alguma carta previamente colocada no forte assombrado, lembrando sempre de no caso de cobrir mais de uma carta você não estourar o valor dela.


As cartas de criaturas tem o valor mais alto e você precisa baixar antes de estourar o tempo.

Se a corrida contra o tempo já não fosse dificuldade suficiente, ainda temos cartas que impedem os jogadores de se comunicarem durante a partida para aumentar o nível de estresse do jogo.

A última carta do deck é o terrível Cavaleiro Negro que tem somado 16 pontos que precisam ser baixados para 5 ou menos em até 7 rodadas para que os jogadores consigam derrotar os perigos do forte assombrado e vençam a partida.

Além do jogo basicão a caixinha traz ainda alguns desafios que você vai colocando conforme fica mais familiarizado com o jogo, que por durar apenas 6 minutos precisa desses extras para ter mais apelo depois da primeira vez que você vence o Cavaleiro Negro.


A corrida contra o tempo para derrotar o Cavaleiro Negro é o grande barato do jogo.
 

sexta-feira, 17 de março de 2023

Skymines


Depois de algum tempo fora de catálogo mundo afora volta ao mercado um grande jogo (mas com uma roupa nova), estamos falando do Skymines que nada mais é do que uma nova implementação do Mombasa, um jogaço que chegou com novo tema e algumas novidades.

Agora saímos da sangrenta exploração do continente africano para empresas mineradoras extraindo recursos da lua, o que sem dúvida nenhuma deixa as discussões apenas voltadas para a qualidade do jogo.

O jogo base do Skymines é exatamente igual ao Mombasa com a adição de algumas promos (já resenhamos ele aqui), mas pra quem não conhece basicamente somos investidores trabalhando para que as quatro empresas que estão minerando a lua tenham bastante lucros e com as nossas ações dessas empresas a gente consiga muitas crypmoedas, vamos agora escrever um pouco sobre o que vem de novo nessa caixa que chega pela Galápagos Jogos.


Módulo 1 : As cartas de missão.

Agora o jogo traz além das regras básicas uma "campanha" de quatro cenários que vai introduzindo aos poucos as três novidades que diferenciam essa nova versão em relação ao jogo anterior.

O primeiro módulo introduz as Cartas de Missão que são escolhidas durante o setup do jogo e trazem 6 objetivos a serem executados (em duas cartas de 3 cada), cada jogador tem então uma carta com três marcadores, ao completar a primeira missão de uma das duas cartas você anexa a sua a ela ganhando um marcador de ação única para usar nas ações bônus e ao fechar três missões você abre uma ação bônus de avanço nas empresas onde só você pode ir.


Módulo 2 : O novo mapa do cinturão de asteroides.

O módulo dois introduz o Cinturão, que consiste num novo mapa onde agora além dos postos avançados que já estamos acostumados temos transportadores que são links entre os asteroides do cinturão.

Além disso os asteroides produzem bastante gás Hélio3 (aqui o recurso que substitui os diamantes) então temos bastante espaços de coleta que fazem a ação do cientista de campo bastante valiosa.

O último módulo de jogo novo são cartas de ameaça onde uma é sorteada no setup do jogo e entra no tabuleiro (apenas no lado do cinturão) e fica lá até que alguém a resolva, caso ela não seja resolvida até o final do jogo uma consequência ruim é acionada fazendo os jogadores perderem pontos.


Módulo 3 : A carta de ameaça.

Dos três novos módulos o mapa do cinturão e a as cartas de missão adicionam boas decisões ao jogo, já a carta de ameaça achei que fica jogada por lá e a menos que o jogador que vá ser mais prejudicado tome uma providência dificilmente alguém vai gastar tempo (e energia) para resolvê-la.

No geral Skymines traz de volta ao mercado o que pra mim é o melhor jogo do Alexander Pfister e é uma excelente aquisição para quem não teve a oportunidade de pegar o Mombasa, mas para quem já tem o jogo anterior (se o tema não te incomoda tanto) não vejo razão para a troca.


Mesmo esquema (brilhante) de seleção de ações para o turno.
 

segunda-feira, 13 de março de 2023

Break the Cube


Em Break the Cube os jogadores terão que através de dicas tentar refazer a estrutura formada pelos coleguinhas e ser o primeiro a descobrir exatamente a combinação de peças feita por eles.

Para isso cada jogador recebe no início da partida um biombo, duas plaquinhas com coordenadas e três peças "tipo tétris" (uma com 4 cubos, um com 3 e um com 2) que serão usadas para montar secretamente o seu projeto e passa para o jogador a esquerda a mesma combinação de peças (na mesma cor) para que o coleguinha tente descobrir seu projeto.

Montar o projeto é bem simples, você não pode deixar peças sem apoio por baixo, nem sair do espaço 3x3 destinado a colocação delas e também tem o limite de 3 cubos de altura tendo essas regras em mente o lance é tentar dificultar ao máximo a vida da pessoa que precisa adivinhar sua estrutura.


Você faz a sua estrutura e torce pra tentar descobrir a do adversário mais rápido.

No turno de Break the Cube você tem três possibilidades de ação, na primeira você vai perguntar ao colega da direita (que é quem você precisa descobrir a estrutura) o que ele consegue ver ao enxergar o projeto por cima nos números de 1 a 9.

Você dá uma dica que é útil mas pode ser bem enganosa uma vez que se uma peça estiver coberta por outra você só vai falar a que você efetivamente estiver enxergando.

A segunda opção de dica é perguntar o que estamos vendo se olharmos de frente para uma das 12 letras que formam o tabuleirinho, nessa opção todos os jogadores responderão, inclusive você.


Enquanto mantém seu projeto escondido, tenta adivinhar o do adversário.

Aqui você tem uma chance de pegar informações mais vantajosas, mas também é obrigado a dar alguma dica para o seu adversário, então fique ligado para tentar ser o menos transparente possível para os outros.

Por último se você achar que já tem a estrutura do coleguinha correta depois das dicas dadas você pode usar a ação de perguntar se você está certo no seu chute. Se estiver correto o jogo acaba e você ganha, caso contrário segue o jogo.

Break the Cube é um jogo bem divertido que requer muita visão espacial e que exige atenção, ele tem vem com um bloquinho para anotar as dicas mas tem a possibilidade de jogar sem ele (que eu acho que deixa o jogo mais tenso), mas por aqui com o bloquinho todos jogamos e curtimos (e a filhota até ganhou uma partida).

segunda-feira, 6 de março de 2023

Os Palácios de Carrara - Segunda Edição


Em Os Palácios de Carrara os jogadores recebem a missão de embelezar 6 cidades da região, para isso construirão prédios utilizando os materiais mais nobres pois de tempos em tempos a família Real vai avaliar o trabalho de todos.

O jogo conta com um grande tabuleiro central onde ficam expostos os prédios a serem construídos e o mercado para a compra dos materiais de construção (com dois lados para uma versão básica e uma mais boladona do jogo) além dos 6 espaços das cidades por onde a família Real vai passar para pontuar os prédios.

Cada jogador por sua vez tem um biombo onde ficam guardados seus florins e os materiais de construção que formos comprando e um tabuleirinho pessoal que simbolizam as 6 cidades do jogo e onde construiremos os prédios durante a partida.


O mercado de blocos vai andando e barateando o preço.

Uma rodada do Carrara é bem simples, você tem 4 opções de ação : comprar materiais de construção, construir um prédio ou um monumento, pontuar ou passar para pegar dois florins (ação desesperada).

O mercado é bem legal, você tem a disposição no início do jogo um bloco de cada um dos 6 tipos disponíveis, na ação de comprar você pode optar por torná-los mais baratos (até grátis) mas ao fazer isso você reabastece o rondel com mais blocos para os outros jogadores.

A construção vai depender de qual cidade escolhida pois existem cidades que aceitam de 1 aos 6 tipos de materiais disponíveis no jogo e ao escolher o prédio no tabuleiro principal você de acordo com o que a cidade aceita, vai gastar os blocos exigidos para fazer a construção.


Os prédios pedem uma quantidade de blocos o tipo a ser usado depende da cidade.

Além dos prédios normais temos também os monumentos, eles são mais caros mas te dão o direito de escolher uns tokens que melhoram na pontuação ou para conseguir mais dinheiro durante as ações de pontuar.

Mas o que você precisa realmente ficar ligado no Carrara é na ação de pontuação, existem apenas 6 marcadores de pontuação por jogador, eles começam em 6 espaços com bônus (3 de pontos e 3 de florins) e ao escolher a ação de pontuação o jogador da vez desencadeia uma decisão difícil entre os outros jogadores.

Aquele que escolheu a ação de pontuar, pega seu marcador de um dos 6 espaços de bônus e coloca nos espaços ou do tabuleiro principal (que fica travado para o resto do jogo) ou no seu tabuleiro pessoal, só que os outros jogadores para aproveitarem daquele bônus precisarão também gastar a ação da rodada com pontuação ou então movem seu marcador para um espaço sem bônus para pontuar mais pra frente.


Conforme você vai construindo na hora da pontuação seus ganhos serão melhores.

O jogo precisa de dois gatilhos para terminar, terminar o estoque de reposição de prédios à serem construídos e o primeiro jogador gastar todos os seus marcadores de pontuação. Quem fechou o jogo ganha uns pontinhos extras, somam-se os florins excedentes para mais uns pontinhos e quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

O modo avançado traz ainda novos componentes e novas formas de pontuação além da mexida no mercado (com eu falei rapidinho lá no início da resenha) e dá uma renovada depois que você joga algumas partidas da versão básica.

Os Palácios de Carrara é um bom jogo de observar o que os amiguinhos estão fazendo, pegar os tokens de bônus é importante pra caramba e serão decisivos e claro ter sempre opções de pontuação pra quando alguém puxar a ação com bônus.


Deixar passar as pontuações com bônus ou não é uma decisão difícil a ser tomada.
 

sexta-feira, 3 de março de 2023

Comparando o AGRICOLA

 

Chegando mais uma vez ao mercado brasileiro agora pela Galápagos Jogos, o Agricola é um jogo que envelheceu super bem depois de 15 anos de bons serviços prestados às jogatinas e essa caixa que recebemos é da edição revisada e como já tínhamos a primeira versão lá de 2008 resolvemos fazer umas comparações para você que está em dúvida sobre o que tem de diferente nelas.

Já deixo claro que a versão nacional mais recente anterior a essa (lançada pela Devir) é EXATAMENTE igual a da Galápagos, então caso você já tenha ela, não se preocupe que você já está com tudo certinho para futuras expansões que cheguem.

Se você tem as versões anteriores a Revisada aí você precisa fica mais ligado, logo de cara temos uma redução absurda de componentes, as cartas passam de 360 para 120 e além disso no processo de renovação uma das famílias foi tirada do jogo, agora o Agricola comporta de 1 a 4 jogadores (não mais 5 como da primeira versão).


A primeira tiragem usava cubos e discos para os animais e recursos.

A minha cópia de 2008 também vinha com cubos e discos para representar os animais da fazenda e os recursos, tanto que eu comprei os "animeeples" separadamente, já na versão revisada já temos as "comdeeples" e os "bicheeples" além dos seus fazendeiros parecerem realmente pessoínhas e não mais discos grandões.

Graficamente houve pouca mudança, o artista Klemens Franz só deu uma rebuscada nas artes de 2008, tanto na capa quanto nos componentes dentro do jogo.

Agora a mudança mais significativa a meu ver são as descrições das cartas, o Uwe Rosenberg tentou para essa versão revisada sintetizar ao máximo os textos escolhendo muitas vezes iconizar o efeito das cartas (principalmente as de melhorias) deixando o jogo assim com mais facilidade de entendimento.


As artes ganharam um "upgrade" e os textos sofreram uma enxugada para facilitar a compreensão.

Lendo as regras (ainda não joguei a versão revisada) me pareceu não haver nenhuma mudança em relação ao jogo clássico de 2008, o que realmente foi mexido foi na quantidade de cartas onde se escolheu deixar cartas mais fáceis de se trabalhar no jogo e com a diminuição delas fica melhor você conhecer e saber o que fazer com elas conforme você joga.

O que eu tiro de conclusão comparando as duas caixas é que se você por acaso tem alguma das versões anteriores (seja a primeirona ou a da Devir) não há necessidade de você pegar essa nova versão da Galápagos, mas se você não tem nenhum Agricola ainda VOCÊ ESTÁ FALHANDO MISERAVELMENTE ENQUANTO BOARDGAMER!!!!!!!! 😁

Sem brincadeiras agora, esse é um jogo que você precisa ter na coleção (confira aqui o nosso Ludoteca Básica sobre ele), é fácil o melhor jogo de alocação de trabalhadores e consegue balancear bem diversão e aquela tensão da necessidade de alimentar seus trabalhadores e conseguir montar sua engrenagem de pontos para o final do jogo, ele é brilhante e mesmo depois de 15 anos ainda é peça fundamental em qualquer coleção.


Comparando as pilhas de cartas dá pra notar a diferença, são menos 240 no total.