quinta-feira, 30 de junho de 2022

Flamecraft


Em Flamecraft os jogadores serão simpáticos dragões que com suas habilidades ajudam aos cidadãos a produzir coisas em troca de se tornar o dragão com a melhor reputação da cidade.

Neste simpático jogo tem um lindo tabuleiro que forma a cidade com seus prédios, inicialmente temos 6 prédios já disponíveis mas teremos o espaço de até 12 que serão preenchidos durante a partida.

Cada jogador tem seu dragão e cartas com os dragões artesãos (que servem para realizar ações) e com os dragões extravagantes (que são os de poderes especiais).

O lindo tabuleiro em tecido com a cidade e suas lojas.

Na sua rodada o jogador deve pegar o seu dragão, ir a alguma das lojas abertas e então pode realizar uma entre duas ações, que são coletar recursos ou fazer um encantamento.

Ao escolher coletar recursos você vai ver a quantidade de ícones que tem na loja, nas cartas de dragão artesão disponível e também em alguma carta de encantamento que esteja por lá e então pega os recursos referentes e coloca no seu estoque.

Os dragões artesãos servem para trabalhar nas lojas dando recursos e ações.

Você pode então realizar duas ações opcionais, na primeira você baixa um dos dragões artesãos da sua mão em um dos espaços disponíveis da loja e depois pode escolher dar uma esquentada em algum dos dragões da loja onde você está.

Essa esquentada são poderes especiais que ajudam a você a otimizar sua rodada ganhando mais dragões, dando a possibilidade de colocar outro artesão, ganhar mais recursos entre outras coisas e finalmente você pode ativar o poder da loja onde você está.

A outra ação possível é a de encantar a loja, nesse caso você vai escolher uma das cartinhas de encantamento que estão abertas, pagar os recursos necessários, ganha uns pontinhos de reputação e coloca a carta na loja (para futuramente aumentar os recursos de quem passar por lá), depois disso você pode dar uma esquentada (ativar) todos os dragões artesãos da loja.

Você vai até as lojas para coletar recursos ou para encantar e ganhar pontos.

Quando a última carta do deck de artesãos ou do deck de encantamentos é aberta dispara a última rodada da partida, as pontuações de fim de jogo dos dragões extravagantes são computados e quem tiver mais reputação é o vencedor.

Flamecraft é um jogo família bem bonito e simples, com regras tranquilas e fáceis de explicar e aprender ele funciona bem com a mulecada, mas também vai agradar a quem gosta de fazer combinhos para otimizar jogadas.

Os encantamentos ajudam às lojas e dão pontos aos jogadores.
 

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Azul : Pavilhão de Verão / Jardim da Rainha


A série Azul do grande Michael Kiesling acabou por se tornar o Carcassonne do autor, o que não é nenhum demérito, mas faz com que os títulos acabem fugindo um pouco da proposta inicial e eu senti isso nos dois últimos lançamentos da série o que me fez aproveitar as duas experiências recentes e escrever sobre ambos numa tacada só.

O Pavilhão de Verão traz de diferença de componentes as peças em formato de losango e aqui estamos formando padrões florais com as peças, então no tabuleiro dos jogadores temos (no modo básico) 7 flores onde 6 serão com as cores e no centro usaremos uma pétala de cada cor.

A seleção de peças lembra muito seus outros irmãos, você escolhe uma cor na fábrica e traz pra você, aqui temos a cor coringa que pode vir de brinde caso você tenha escolhido uma fábrica onde ela esteja (a cor coringa altera entre as rodadas).

Dessa vez temos losangos que formas "flores" coloridas.

A grande diferença é que no Pavilhão de Verão você reserva as peças ao lado do tabuleiro principal e você só coloca no tabuleiro individual quando tiver com uma quantidade desejada, isto é, nas pétalas existem valores, então quando você quiser colocar uma pétala de valor 6 precisa ter as seis pétalas na reserva, então uma vai para o tabuleiro e as outras para a caixinha.

Você tem formas de ganhar pétalas extras cercando figuras no tabuleiro e com um pouco de planejamento você dificilmente vai perder pontos por peças excedentes.

Achei esse o menos apertado de todos da série, você joga de forma quase displicente com decisões mais intuitivas do que estratégicas, mas ainda assim um bom jogo.

No tabuleiro central peças que você consegue de bônus.
 
Já no Jardim da Rainha o Kiesling parece ter percebido que o jogo anterior estava mais tranquilo e resolveu chutar o balde e fazer o jogo mais burocrático e talvez o mais gamer da série.

Nesse vamos ter grandes peças de jardim para comprarmos e que serão colocadas no tabuleiro de cada jogador e pecinhas hexagonais com cores e desenhos que dessa vez tem interferência direta na partida não sendo mais apenas decoração como nos três anteriores.

Agora temos também um rondel no tabuleiro principal que indica três elementos que pontuarão a cada rodada e além disso temos a primeira mudança real na estrutura de jogo pois na hora da escolha das peças no seu turno você tem disponível grandes placas de jardim e os hexágonos e você pode escolher uma cor ou o desenho para pegar todas as peças não sendo mais as fábricas dos outros três jogos.

O tabuleiro central indica 3 critérios que pontuarão a cada rodada.

Mas precisa ter muito cuidado pois seu espaço no tabuleiro individual é limitado e da mesma forma que o Pavilhão de Verão você não vai colocar as peças recém compradas direto no seu tabuleiro principal, primeiro você vai juntando para quando tiver a quantidade certa (aqui as quantidades dependem do desenho no tile).

Esse lance de peças grandes e peças pequenas já dá uma engrossada na hora de pensar na colocação pois você precisa colocar peças da mesma cor ou desenho sempre adjacentes a peças de igual cor ou desenho e somado as pontuações durante a rodada você acaba ficando meio preso na hora de pensar seu jogo a curto prazo e ao final da partida ainda temos uma pontuação gigante de final de jogo que faz você também se ligar no jogo a longo prazo.

Pra mim o grande problema no Jardim da Rainha é o excesso de informação que ele joga em cima de você, por ter tiles maiores, tiles menores, pontuação por rodada e ainda uma série (muito burocrática diga-se de passagem) de pontuação de final de jogo ele perde o que pra mim é o primordial da série Azul que é diversão e a facilidade de apresentá-lo para qualquer público fazendo dele o "menos bom" da série.

Você coloca peças grandes e peças pequenas tendo que seguir critérios.. tenso!
 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Diversão Offline 2022


No último fim de semana (dias 18 e 19 de junho) aconteceu o Diversão Offline, uma edição que deveria ter acontecido em 2020 mas ficou maturando e encorpando por três anos para chegar em 2022 de um jeito e de uma importância sem igual.

Confesso que por conta da pandemia (que ainda não acabou, continuem se cuidando) ter tirado o evento de cena por esse tempo todo eu estava temeroso sobre como seria essa volta, se o público voltaria como tínhamos deixado em 2019, se quem começou a jogar durante o isolamento ia para conhecer, enfim muitos medos das coisas saírem de uma forma diferente do que gostaríamos, mas nem na expectativa mais otimista eu ia imaginar o que aconteceu nesses dois dias.

A edição de 2022 do Diversão Offline conseguiu bater seu recorde de público colocando mais de 8000 pessoas no Centro de Eventos PRO MAGNO que se mostrou um espaço excelente para as pretensões do DOff pois com uma área que é o dobro que foi o evento de 2019 conseguimos encher o pavilhão.


Um dos maiores estandes da feira, a Conclave não parou um segundo.

Todas as editoras estiveram presentes e é até difícil destacar alguma pois os estandes estiveram bombando o tempo todo, conversei com alguns diretores delas que nos disseram estarem temerosos de colocar muitas mesas e elas ficarem vazias mas que nos confessaram que acabaram tendo que alugar mais mesas pois as que tinham não estavam dando vazão.

E sendo o centro das atenções cada editora caprichou no seu estande, seja em um espaço mais reduzido ou com um mega espaço, todas elas conseguiram chamar a atenção de alguma forma e fazer com que o público sentasse e jogasse seus produtos.

Outro destaque também foi a quantidade enorme dos autores que estiveram no evento apresentando tanto jogos novos ou lançamentos desses últimos anos que não puderam ter o holofote merecido pela falta de estarmos perto mas que nessa edição foram compensados com muita gente tirando foto, pedindo autógrafos e principalmente comprando seus jogos.

Mais uma vez o salão com palestras necessárias para o hobby e para a vida.

Aliás, quem foi para comprar jogos se deu bem, todas as editoras estavam com promoções algumas bem impressionantes com jogos com mais de 50%/60% de desconto, não era raro você ver pessoas com várias sacolas de jogos andando pelo pavilhão.

Isso foi até algo que nos foi comentado e que acho que a organização poderia pensar para o próximo ano, muita gente sentiu falta de um guarda volumes.

A área de protótipos desse ano, que teve a curadoria da incrível Liga das Mulheres Tabuleiristas, estava com 10 mesas incríveis com jogos que iam de temas e mecânicas leves até os mais elaborados e como é uma das melhores características do evento, o público compareceu em peso para testar esses jogos que com certeza em breve estarão por aí nas lojas.

A área de protótipos bombou o tempo todo!

As palestras também tiveram destaque nos dois dias de evento, temas como educação, inclusão e claro pandemia não podiam deixar de estarem presentes e mesmo com alguns sustos no sábado (por conta técnica) a organização está de parabéns e fez um trabalho de primeira linha.

Mas eu não poderia deixar de falar que esse foi o evento para reencontrar velhos amigos e conhecer uma turma nova que chegou nesse tempo em que estávamos parados e quanta galera gente boa apareceu, fiquei realmente impressionado como o hobby cresceu, expandiu e abraçou todo o país trazendo uma diversidade que a gente precisa tanto nos jogos como na vida.

O Diversão Offline já tinha se consolidado como o maior evento de jogos de tabuleiro do país (quem sabe da América Latina), mas nessa edição de 2022 mostrou que mesmo com um (dolorido) hiato ele é um evento que veio pro protagonismo, para mostrar que é possível sim termos nos jogos de tabuleiro um hobby gigante, que venham os próximos!

Esse foi o evento dos jogos nacionais (aqui o Moises ensinando o Hokusai).
 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Forgotten Waters


Faça parte de uma tripulação de piratas em busca de aventuras e histórias para contar para a posteridade, comandados por um experiente capitão em Forgotten Waters todos trabalham juntos para atingir seus objetivos.

Forgotten Waters é um jogo cooperativo onde cada jogador vai pegar uma ficha de personagem, criar uma historinha para ele e assim que a tripulação é formada procurar um dos vários cenários disponíveis no app do jogo (inicialmente temos cinco disponíveis).

Cada jogador então recebe atribuições dentro do navio, como ser o escrivão ou o atirador, dependendo do número de jogadores você pode acabar ficando com outras atribuições, mas uma vez designada ela não muda durante a aventura.

Você prepara o seu pirata para aventura que está para começar.

O jogo tem várias rodadas e cada uma delas acontece em uma das páginas do livro de locais onde vamos ter três fases distintas para os jogadores.

Na primeira temos um tempo limitado para designar dentro da página de locais aonde os jogadores colocarão seus personagens e essas ações podem ser específicas para determinado personagem ou podem ser usados por muitos jogadores, o importante aqui é tentar alocar todo mundo rapidinho pra não zerar o cronômetro e aumentarmos o nível de insatisfação do grupo.

As entradas do aplicativo estão traduzidas no texto, mas o áudio ficou em inglês.

Uma vez todos alocados vamos para a fase de ações onde resolvemos cada uma das entradas em ordem para que a aventura se desenrole.

A fase de fim de rodada também nos leva a algum texto do aplicativo que vai nos indicar o próximo caminho a seguir e a próxima página do livro de locais a ser acessada.

Todos os textos do aplicativo foram traduzidos, mas infelizmente os áudios não o que é uma perda significativa em relação ao jogo em inglês, pois as passagens geralmente são muito grandes e as vezes só dar o play é bastante útil, até porque o trabalho da Plaid Hat foi muito legal e as passagens tem interpretações divertidas de ouvir.

Cada página de local traz informações para a aventura.

Além das resoluções do cenário, cada jogador também tenta completar a sua "constelação" de objetivos pessoais, quanto mais estrelas você alcançar mais lendário será o seu pirata ao final da aventura.

O jogo vai rodando dessa forma, até que todos os jogadores perca (via motim, furo no casco ou insatisfação) ou o objetivos do cenário seja alcançado.

Forgotten Waters tem uma pegada de "livro jogo de tabuleiro" e pela total dependência do aplicativo a localização dele poderia ter sido mais caprichada até porque o jogo tem ideias muito legais mas a leitura pode ir tornando a experiência maçante e isso é amenizado com as entradas em áudio que estando só em inglês afastam um pouco a mulecada que eu acho que são um alvo certeiro para esse jogo.

Quantos caminhos seu barco percorrerá para se tornar uma lenda dos mares?
 

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Destemidos : Normandia


Destemidos : Normandia vai levar os jogadores a 1944 onde as tropas aliadas chegam à costa da França para o que seria o momento em que o Eixo começaria a perder forças e os rumos da Segunda Guerra começariam a mudar.

O jogo vem com um livreto com 12 cenários que cobrem de junho a agosto de 1944 e tem diversos níveis de dificuldade e utilização dos vários tipos de peças do jogo.

A preparação dos cenários conta com a montagem do tabuleiro modular conforme a ilustração no livro de cenários, ali também é indicada a forma com que o baralho dos jogadores e a área suprimentos é arrumada além do posicionamento inicial das tropas.

As cartas são quem guiam as suas ações no jogo.

As regras para o Destemidos é bem simples, no início da rodada os jogadores compram 4 cartas do seu baralho, escolhem uma delas para servir na definição de iniciativa e depois tenta usar da melhor forma as cartas restantes.

Os jogadores tem como objetivo conseguir capturar os pontos de vitória que estão espalhados pelo tabuleiro e para isso precisam primeiro ser descobertos pelos esclarecedores e depois controlados pelos fuzileiros.

O combate no Destemidos é baseado na defesa das fichas, distância entre os combatentes e algum bônus dado pelo terreno, uma vez definido esse valor o atacante rola uma quantidade de dados e caso consiga um valor igual ou maior o defensor precisa tirar do seu deck a carta referente aquela ficha se por acaso você não tiver mais cartas daquele tipo a ficha é retirada do mapa.

Você precisa chegar nos terrenos e controlá-los para conseguir os pontos.

O jogo tem uma forma interessante de montagem de deck, você começa com algumas cartas e pode ir reforçando durante a partida e isso é imprescindível para que você consiga realizar mais ações com determinadas fichas de tropas no tabuleiro e também para evitar que elas sejam tiradas de jogo.

Uma partida termina assim que um dos dois lados consegue a quantidade de fichas de vitória exigidas pelo cenário e assim é declarado o vencedor.

Destemidos : Normandia é um jogo de muita observação de tabuleiro, pois se você não marcar as fichas inimigas em cima você pode perder feio, ele é muito tático e por ter regras bem tranquilas de ensinar é bem acessível tanto para jogadores novatos quanto mais cascudos.

É impossível não compararmos ele ao Memoir '44 principalmente por ambos se utilizarem das cartas como forma de fazerem o jogo rodar, mas tirando essa semelhança (e o tema obviamente) são dois jogos bastante distintos e ambos tem lugar na prateleira dos fãs do tema.


São 12 cenários que vão adicionando novas dificuldades a cada partida.