sexta-feira, 28 de setembro de 2018

The Towers of Arkhanos


Prestes a entrar em financiamento coletivo internacional via Kickstarter, The Towers of Arkhanos é mais uma criação dos amigos Daniel Alves e Eurico Cunha que desenvolveram o jogo e vão lançar lá fora pela Creative Game Studios e que virá para o Brasil pelas mãos da Conclave Editora.

Nesse jogo, somos as escolas de magia vão a pedido do grande mago Arkhanos às ruinas de Gil-Garoth para dominarem uma enorme quantidade de mana em estado bruto erguendo torres de poder para poder contê-las.

Cada jogador representa uma dessas escolas de magia que vai com seu mestre e alguns aprendizes, trabalhar com quatro tipos de manas (dados) e a cada rodada ir subindo uma das quatro torres para o grã-mestre Arkhanos.

 No início as torres ainda no primeiro andar.

O jogo tem 8 ou 9 rodadas (dependendo do número de jogadores) e a cada rodada são puxadas uma quantidade de dados pelo jogador inicial, esses dados são rolados e à partir desse jogador começa a fase de seleção.

O jogador escolhe um dos dados e aloca em uma das quatro torres juntamente com um dos seus meeples. Essas torres tem suas peculiaridades, a torre central aceita qualquer cor e número de dados, já as três torres que a cercam só usam dados e números específicos, mas dão bônus melhores.

Nas três torres específicas existem três espaços para colocação de dados e meeples, cada um dos espaços dá um bônus diferente, o primeiro te dá 2 pontos de prestígio, outro te dá pontos de prestígio baseado em qual andar está a torre e finalmente um espaço que te dá o direito de colocar um outro meeple em outra torre ou no livro de magias.

 Você sempre aloca um dado, e um meeple conforme as
especificações de cada andar.

Outra forma de colocar meeples no livro é alocando dados na torre central, que por aceitar qualquer cor ou número apresentado é mais fácil de colocar dados e meeples por lá.

O livro de magias serve para alterar a face dos dados que foram jogados, uma vez que você tem um meeple em determinada magia, ao devolve-lo para a sua reserva aquela magia pode ser acessada que como já falei ajudam a mudar as faces a até mesmo a cor dos dados.

Ao completar um andar de alguma das torres, esse é pontuado pela presença de meeples dos jogadores, os aprendizes contam como um e o mestre tem peso dois na hora da contagem.

 Conforme vão subindo as torres, mais pontos de prestígio
podem ser conseguidos.

Quem tiver a maioria, ganha pontos de prestígio, e um novo andar é aberto deixando as torres mais altas até que a rodada final chegue, onde as torres (mesmo não completas) são pontuadas e o jogo termina com a vitória do jogador que tiver mais pontos de prestígio.

The Towers of Arkhanos me fez lembrar do Sagrada, você escolhe dados, aloca, ganha pontos e tals, mais com uma pegada mais family, sem muitas decisões difíceis a serem tomadas, ele é um jogo de oportunidade, você vai sempre tentar ir nos lugares onde vai conseguir mais pontinhos.

Conversando com os autores, eles me disseram que o jogo tem essa pegada mais leve propositadamente, mas que durante a campanha do Kickstarter vão apresentar opções para o jogo ficar mais gamer, então é ficar de olho no que os extras da campanha irão trazer.

No mais The Towers of Arkhanos é mais um jogo gostoso de jogar, fácil de apresentar para jogadores novatos, com um apelo visual grande e que vai agradar aos jogadores mais casuais.

Nos livros de magia, vamos colocando os meeples para
conseguirmos manipular valores e até cor no dados.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Dissecando Pélaghos e Os Incríveis Parques de Miss Liz


Nesses últimos dias recebi em casa dois jogos nacionais que saíram via Financiamento Coletivo, o Pélaghos dos amigos Thiago Mello, Roice Mello e Ney Alencar, o outro foi Os Incríveis Parques de Miss Liz do amigo Diego de Moraes.

Os dois foram resenhados enquanto protótipo aqui no blog (os links aqui para o Pélaghos e aqui para o Miss Liz) e nessa postagem vou me ater a produção e ao produto que foi entregue aos financiadores.

PÉLAGHOS

O jogo teve produção 100% nacional feita pelo pessoal da Ludens Spirit que está cada vez melhorando mais em impressão e qualidade dos punchs.

Pélaghos é um jogo com uma quantidade enorme de cartas, e todas elas estão muito bem impressas, e apesar de não ter curtido muito a arte, elas estão com uma diagramação clara e excelente leitura.

Os tiles também estão muito bons, com uma espessura boa, e também muito bem impressos, assim como os player boards que eu achei mais legais do que protótipos.

 Cartas, tokens e tiles muito bem impressos.

Como falei acima, a Ludens está cada vez melhor nos punchs boards. No Pélaghos temos marcadores pequeninos e apesar de termos que destacar vários deles, em nenhum eu tive problema de rebarba.

Para finalizar fiquei surpreso ao receber o jogo com um insert plástico, que mesmo não sendo muito desenhado para o jogo, funciona super bem para acomodar todos os componentes, acho que todos os apoiadores e futuros compradores do jogo vão ficar bastante satisfeitos com o resultado apresentado.

OS INCRÍVEIS PARQUES DE MISS LIZ

Já o Miss Liz, apesar de ter a produção 100% nacional também, teve a parte gráfica toda feita pelas competentes mãos da Copag, enquanto as peças plásticas vieram da Ludes Spirit.

Esse é um jogo com apelo gráfico muito maior, temos a arte sensacional do João "Raulex" que dá vontade de colocar num pôster, e isso foi muito bem reproduzido nos componentes, que estão muito bem impressos e com acabamento impecável.

A iconografia final, e a leitura das cartas e dos componentes está super boa, vale destacar que os player boards estão com uma espessura ótima e mesmo sendo grandões (devem ter uns 28x28) não empenaram.

 Impressão excelente valorizando a arte do jogo.

Duas coisas só valem ser observadas, os punchs da Copag eu achei que ficaram com as bordas levantadinhas, mas depois de soltos você não percebe mais isso, e nas cartas de objetivos a impressão do verso está invertida, é uma coisa que não interfere na jogabilidade mas acho que vale ser avisado.

Agora, o insert do Miss Liz, esse sim vale um comentário, ficou demais, bastante resistente, com espaço para todas os componentes, cabendo as cartas todas do jogo com sleeve, ficou realmente bem bonitão e acho que os apoiadores aqui também vão ficar muito felizes por terem ajudado ao projeto sair do papel.

Enfim, foram dois projetos de sucesso, que chegam ao apoiadores e às lojas com uma qualidade excelente, mostrando duas coisas : que dá sim, para produzir jogos no Brasil e que dá sim, para confiar nos financiamentos nacionais feitos por pessoas sérias.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Diversão Offline : Eventão da Porra!


Acabou mais um fim de semana mágico, e vou aqui fazer um pouco diferente já que as novidades, os estandes e geral do que rolou no Diversão Offline nesses dias 22 e 23 de setembro, você com certeza já viu, pois praticamente TODOS os canais estavam por lá.

Então vou propor algo diferente dessa vez, vou tentar falar mais das pessoas que fazem desse, o evento mais legal de se estar dos últimos tempos.

Desde sexta-feira a movimentação já estava grande, seja com o povo chegando para um pré-evento lá na Game of Boards, ou com o pessoal já a todo o vapor virando a noite no pavilhão arrumando os estandes, por onde você estivesse já dava para reencontrar a galera de fora do Rio ou conhecer pessoas novas que vieram pela primeira vez prestigiar o evento.

 O espaço da Galápagos sempre chamando atenção.

No sábado cheguei mais cedo ao Centro de Convenções Sulamérica a convite do pessoal da Galápagos Jogos que chamou os criadores de conteúdo para jogarem antes as novidades e para poderem conversar com calma com todos.

Já foi uma grata surpresa ver o novo espaço evento aqui no Rio, agora em um andar só ficou tudo ali pertinho e você conseguia não perder ninguém pelo fato de não saber (ou esquecer) que eram em dois andares de evento, então ficou muito mais fácil ver todo mundo.

 Sempre palestras bacanas com o público prestigiando.

E cara, quase todo mundo estava lá, a já citada Galápagos estava com um espaço enorme, onde várias mesas apresentavam suas novidades, dentre os destaques ficam a apresentação do This War of Mine já todo traduzido, um paredão com o Scarabya, além do Reef, Sagrada (já a venda nas lojas do evento) entre outros.

Outras editoras que vieram mais uma vez "brigando" forte foram a Conclave que estava com dois espaços, um dedicado aos jogos família que não parou um instante além do seu espaço principal que contou com os simpáticos Roberto Fraga e Yohan Lemmonier que estavam jogando o Captain Sonar com a galera.

Para vocês terem uma ideia, o Fraga ficou tão feliz em conhecer o público brasileiro que disse ao pessoal da Conclave que "ver o brilho nos olhos dos jogadores brasileiros serviu de refresco na vontade dele de fazer jogos".

O espaço de protótipos da Mansão das Peças sempre lotado.

A Meeple BR também veio forte nos anúncios, e no domingo disponibilizou mesas de jogos que mal foram apresentados lá fora, como o Arquitetos do Reino Ocidental e o Newton, além da ótima notícia de que eles vão começar a publicar jogos nos Estados Unidos, começando pelo Triora, que está com uma produção fora de série (estava lá a versão praticamente final do jogo).

Quem também estava bonita na foto era a Mandala, que preferiu um espaço mais intimista, porém grande, com várias mesas "non-stop" do Projeto Gaia, o Pedro Latro do Tao Long com três mesas também que não pararam, além da novidade Costa Ruana, um dos jogos mais lindos que eu vi nos últimos tempos.

 Muita criança encantada com as apresentações dos jogos.

Quem nos acompanha nas redes sociais, sabe que recentemente tínhamos recebido uma caixa surpresa apenas com a data do Diversão Offline, lá pudemos descobrir que os amigos da Game Maker agora serão uma editora, e seus primeiros lançamentos para 2019 serão os jogos que vieram como teaser, como o Qwix, Cheese e o História de Pescador.

A área de protótipos é sempre uma atração à parte, e dessa vez, ela ficou nas competentes mãos do pessoal da Mansão das Peças, que não fizeram feio, muito pelo contrário, nos dois dias mais de 300 pessoas sentaram nas mesas de protótipos para, na concorrência de jogos consagrados, jogar projetos que ainda estão em desenvolvimento, e isso é muito bacana pra essa galera que está aí batalhando para colocar seus jogos na rua.

 O Roberto Fraga (de azul) e Yohan Lemmonier
(na ponta de óculos) praticamente não
saíram da mesa nos dois dias.

Editoras como Geeks & Orcs, Red Box e Ludeka estavam lá também, como nas outras, com mesas cheias, jogos sendo apresentados, muitas atrações, como sorteios e competições, e apesar da pegada 220v todo mundo sempre super receptivo e no astral lá em cima.

Vale falar aqui também da presença de famílias no evento, pude conhecer a "filhotada" de vários amigos, o meu filhote então, ficou louco com a mesa de Star Wars : Legion que estava montada no espaço da Game of Boards, e você via nos pequenos que todos estavam animadíssimos de estar lá.

 Famílias inteiras interagindo e se divertindo juntas.

Um fato super curioso e que me deixou todo felizinho, foi durante a Batalha 2x2 que aconteceu no estande da Galápagos entre eu e o Coelho vs. Fabrício (After Match) e Fel, uma menininha veio discretamente perto de mim, disse que estava torcendo pelo meu "time" e me emprestou seu prendedor de cabelo da sorte, foi muito fofo.

Nas palestras, a galera também compareceu, e cara, a conversa sobre Jogos analógicos e as diferentes necessidades especiais, foi de uma emoção que dava pra sentir na pele, sério mesmo, só quem estava presente para ver.

E foi isso, dois dias inesquecíveis, que só fizeram a gente perceber que o Diversão Offline é um evento necessário, não só pelo desenvolvimento do hobby, mas pelo aspecto de juntar a galera, tava todo mundo trocando ideia, depois tomando cerveja e jogando conversa fora, foi ótimo rever a turma que eu conheci pessoalmente na edição de São Paulo e conhecer gente nova e agora é contar os dias para março, enquanto isso, vamos jogando que tem muita coisa nova para apresentar para vocês.

A Batalha dos Boards 2x2 que a Galápagos proporcionou,
foi um show à parte.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Blokus


Lançado em 2000, Blokus foi um dos primeiros jogos que eu conheci quando comecei no mundo dos jogos de tabuleiro modernos, e deve ser um dos mais antigos na minha coleção.

Nele os jogadores tem 21 peças de tamanhos e formatos diferentes para colocar num tabuleiro, a cada turno você precisa colocar uma das suas peças obedecendo algumas regrinhas : essa peça precisa estar em contato com outra sua pela quina dela e nunca pode encostar uma face dela em outra peça sua.

O jogo termina quando os jogadores não tiverem condições mais de colocar peças ou se tiverem colocado todas as suas peças, nesse caso se a última peça colocada for a de um quadradinho só, ganha um bônus de 20 pontos, caso contrário o bônus da última peça é de 15 pontos, os jogadores que não conseguiram colocar todas as peças, perdem pontos pela quantidade de quadradinhos em cada uma das peças não colocadas.

 Blokus 3D : O spinoff mais legal da franquia.

Blokus é um daqueles abstratos raiz, não tem tema atrelado nem historinha, é só pegar peça e colocar no tabuleiro, mas o jogo é muito estratégico, você conseguir colocar peças de forma a obstruir os adversários ou de forma a conseguir invadir os espaços deixados por eles é fundamental para poder por todas as suas peças no tabuleiro.

O sucesso do jogo foi tão grande que lhe rendeu uma franquia, com a versão Duo (que dá pra jogar na boa com o jogo grande, só limitando o espaço no tabuleiro), a versão 3D (que na verdade é o Rumis com a marca Blokus) e a versão Trigon que usa peças triangulares, e que na minha opinião é bem mais desafiador por visualmente ser bem difícil de enxergar onde as peças se encaixam melhor.

O grande lance é tentar utilizar os espaços deixados
pelos outros jogadores para avançar.

Se você procurar, também encontra versões digitais dele, como o Blokus - Attack, Block & Defend (para iOS) ou uma versão mais simples pra Android.

Além disso ele é um jogo que funciona bem com crianças, novatos e se você põe uma mesa de jogadores cascudos, vai ter uma super experiência com um jogo que leva no máximo meia hora.

Com essa avalanche de jogos com pecinhas "tipo Tétris" é legal conhecer um um dos primeiros a utilizar esses formatos em seus componentes, uma pena que não tem previsão de chegada dele no Brasil, mas com certeza iria fazer sucesso nas mesas, mas se você tiver como importá-lo, ele é um jogo que merece entrar na sua coleção.

Blokus Trigon : Essa versão pra mim é bem difícil
de visualizar onde vão as peças.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Está chegando o Diversão Offline RJ


No próximo fim de semana acontece o maior evento de jogos de mesa do Brasil, o Diversão Offline, que desde 2015 vem crescendo em espaço, em expositores e em público, ficando cada vez maior para os organizadores a responsabilidade de tornar o evento mais atrativo e significativo.

O maior desafio dessa edição carioca é logo de cara ter como parâmetro o sucesso que foi a sua edição em março que aconteceu pela primeira vez em São Paulo e levou aos salões do Centro de Eventos São Luis mais de cinco mil pessoas.

Mas logo de cara algumas modificações foram feitas, teremos um espaço como o de São Paulo, onde todos os expositores estarão juntos, nada de separar o evento em dois andares, isso com certeza vai ajudar na circulação da galera e fazer com que ninguém perca nada do evento.

 O grande desafio é superar o sucesso do evento em São Paulo.

Como já é de costume, teremos presença internacional, e nessa edição a Conclave estará trazendo o premiado Roberto Fraga (que ganhou o Kinderspiele des Jahres pelo Fila Filó) e o Yohan Lemmonier, ambos estarão apresentando (e jogando) o Capitão Sonar que é um dos lançamentos mais recentes da editora.

Além disso teremos a presença do youtuber Didi Braguinha e do parceirão Jack Explicador, ambos jogando e conversando com todos que passarem pelo espaço da Galápagos Jogos, que promete além dessas atrações, divulgar uma lista grande dos seus próximos lançamentos.

Galápagos investindo em levar o público ao seu espaço.

Ainda sobre a Galápagos, a grande sacada deles para esse fim de semana será o pós-DOff de sábado. A editora, juntamente com a loja Game of Boards, vão realizar um happy-hour chamado Arkham Horro Files, inspirado nas obras do grande H.P. Lovecraft onde teremos mesas do Mansions of Madness, Eldritch Horror e do Elder Sign, além de surpresas que a editora vai apresentar.

Além deles a Meeple Br promete muita coisa nova sendo apresentada, e como em São Paulo teremos "lives" entrevistando e conversando com os canais, e logicamente estaremos mais uma vez com os caras para tentar trazer em primeira mão o que for apresentado por eles.

Outra área que promete fazer bonito, como sempre, é o espaço dedicado aos protótipos. Geralmente apadrinhada pelo Catarse, nessa edição carioca quem vai capitanear o espaço é o pessoal da Mansão das Peças que vai fazer do evento mais uma edição do Mansão Convida, com mais gente envolvida serão 18 jogos sendo apresentados com autores não só do Rio, mas vindos de Brasília e São Paulo.

 Como costume, presença internacional entre os convidados.

Na área de palestras, teremos papos sobre RPG, utilização de jogos analógicos no aprendizado das crianças, criação e condução de eventos, o vício dos jogos e a forma de levar jogos para pessoas com necessidades especiais. Vale a pena conferir.

Como sempre, a expectativa está lá no alto, conhecendo a galera da Geek Carioca, sei que eles estão se dedicando, mais uma vez, de corpo e alma para que essa edição seja melhor que as anteriores, e a participação do público é essencial para isso se torne realidade, então, se você ainda não tem programação para o fim de semana, sai de casa, e vá até o Centro de Convenções SulAmérica (ali no Estácio, pertinho do metrô) e divirta-se.

As palestras sempre atraem muito público e são
a cada edição mais interessantes.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

New York 1901


Em 1901, na cidade de Nova Iorque os avanços tecnológicos estão permitindo que arranha céus cada vez maiores sejam erguidos, e que os proprietários daqueles terrenos fiquem cada vez mais ricos, e seus tio lhe deixou como herança um lote na baixa Manhattan e cabe a você entrar nesse mundo dos empreendedores.

Em New York 1901 os jogadores são esses empreendedores que rodada a rodada precisam comprar lotes e construir prédios cada vez mais modernos para pontuarem.

Cada jogador começa inicialmente com um lote em um dos cinco bairros do tabuleiro, além de um conjunto de 18 prédios com formatos variados e separados por três categorias (bronze, prata e ouro) e três cartas de ação, cada uma com um poder único para usar durante a partida.

 Ao pegar um lote, você pode colocar
um dos seus trabalhadores nele.

Além disso são abertas cartas de lotes para serem compradas durante as rodadas, também são selecionadas três ruas que darão pontos ao empreendedor com mais prédios ao longo dela, e também uma carta de desafio para garantir uns pontinhos extras.

O jogador na sua vez tem duas opções de jogada, na primeira ele compra um lote do mercado aberto e tem a opção de colocar um dos seus trabalhadores lá guardando o espaço ou construir um prédio direto.

A segunda ação possível é demolir prédios de categorias inferiores para construir prédios mais modernos, mas você precisa para isso avançar bem na trilha de pontos para liberar as categorias prata e ouro, caso contrário só poderá construir prédios bronze.

 Conforme o jogo avança, os prédios vão preenchendo
a Manhattan do início do século XX.

Além disso existem três cartas de ação, iguais para cada jogador, que te ajudam na hora de comprar lotes, construir prédios ou para dar uma renovada no mercado de lotes.

O grande lance em New York 1901 é que ele é um jogo de muita visão espacial, e a você colocar bem seus trabalhadores para conseguir construir prédios com formatos diferentes é muito importante, senão corre o risco de você realmente ficar travado no jogo.

Aliás, isso é uma coisa que incomodou, existe realmente chances de você chegar a um ponto de não conseguir avançar com suas construções, e nem sempre por conta de decisões ruins de posicionamento, mas na maioria dos casos o que eu observei (depois de duas partidas) é que a pessoa geralmente fica travada por erros pessoais.

 Mais para o final do jogo, prédios "boladões" vão aparecendo.

As rodadas seguem até que um jogador fique somente com 4 prédios a serem construídos ou que o mercado de lotes não possa ser preenchido com uma quarta carta, nesse caso a rodada em questão é finalizada e contam-se os pontos das ruas, cartas de ação não utilizadas e a carta de desafio, dando a vitória ao empreendedor com mais pontos.

Curti muito o New York 1901, eu gosto muito de jogos tipo puzzle, e ele tem essa pegada, me incomodou o fato dos lotes de três espaços (que são poucos) não terem uma forma diferenciada de aparecer, acabando sendo uma opção "tenho que pegar" toda vez que aparecem no mercado.

Mas acaba sendo um jogo bacana, e acho que se todos ficarem ligados na forma com que os adversários estão entrando nos bairros e com a forma com que eles mesmos estão preparando seus terrenos, é um jogo de marcação bem amarradinho que a Paper Games trouxe para o Brasil.

https://www.gameofboards.com.br/

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Gizmos


 Sucesso durante a última GenCON, Gizmos é um jogo da Cool Mini or Not onde os jogadores precisam pegar cartas que juntas podem trabalhar em sintonia para que no final você tenha o mecanismo com mas pontos.

No setup cada jogador recebe uma "régua" que é onde vamos colocar as cartas de gizmos e o seu primeiro gizmo nível zero, além disso recebemos um anel que onde guardaremos as bolinhas de energia.

Além disso preparamos a área de compra com 9 gizmos (4 de nível 1, 3 de nível 2 e 2 de nível 3) e a traquitana que é o dispensador das bolinhas de energia.

 A traquitana que cospe bolinhas e o
mercado de gizmos.

Na sua rodada o jogador tem quatro opções de ação: pegar uma das bolinhas de energia visíveis, pegar uma carta de gizmo e colocar no seu arquivo, pesquisar cartas de gizmos fechadas e construir uma carta de gizmo do seu arquivo ou direto da área de exposição.

O jogo é basicamente isso, mas a grande graça do Gizmos é que conforme você vai construindo as catas, elas vão formando reações em cadeia para que a sua jogada se prolongue e você consiga otimizar as suas ações.

O jogo desenvolve de forma progressiva, até que um dos dois "triggers" de final de jogo é disparado, que são a construção do décimo sexto gizmo ou o quarto gizmo de nível 3 quando a rodada atual termina para que todos tenham a mesma quantidade de turnos.

 Você vai fazendo sua engenhoca funcionar conforme constrói.

Somam-se os pontos todos de todos os seus gizmos e dos pontinhos que você vai ganhando durante a partida e quem tiver o maior somatório é o vencedor.

Gizmos é um jogo pra quem curte "combar" as ações, é uma construção que leva a pegar uma bolinha que te dá o direito a construir outra parada, enfim, um jogo gostoso que diverte, tem uma duração muito boa e uma traquitana funcional pra deixar ainda mais bonito.

Esse é daqueles joguinhos que a gente espera que cheguem no Brasil, pois tem público pra ele.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Tzolk'in : O Calendário Maia


Acompanhando o ano de tribos Maias, em Tzolk'in temos cinco engrenagens que interagem e representam locais de desenvolvimento dessa civilização tão rica e nelas vamos com nossos trabalhadores para conseguir recursos, favores dos deuses entre outras coisas para que uma das tribos saia vencedora.

O jogo começa com cada tribo tendo disponível 3 trabalhadores, e cada um dos jogadores escolhe dentre 4 fichas de setup inicial, 2 para receber os recursos iniciais e assim começamos o jogo.

Na partida os jogadores se alternam em turnos onde eles podem fazer três ações que são : colocar trabalhadores nas engrenagens, tirar os trabalhadores de lá e realizar a ação correspondente do espaço onde eles estão ou mendigar por milho.

 Uma visão geral das cinco engrenagens e
todas as suas ações possíveis.

Na ação de colocar os trabalhadores você pode colocar quantos quiser, mas funciona da seguinte forma, o primeiro trabalhador é colocado gratuitamente, pagando apenas pelo espaço onde ele deseja entra em uma das cinco engrenagens do jogo, já para colocar um segundo trabalhador você paga mais milhos, e assim sucessivamente, fazendo com que essa seja uma ação bastante custosa caso você queira potencializa-la.

As cinco engrenagens são responsáveis por coisas distintas, em Palenque você consegue pegar milho e madeira (recursos básicos), em Yaxchilan, consegue-se recursos mais valiosos, em Tikal conseguimos avançar tecnologicamente para aumentar o poder de outras ações, Uxmal é onde realizamos trocas e conseguimos novos trabalhadores e finalmente em Chichen Itza é onde vamos para realizar oferendas que nos darão pontos.

 O avanço nos monumentos te garante pontos
e bens ao final de cada Era.

O grande lance do Tzolk'in é que você não realiza as ações quando entra em determinada engrenagem, e sim quando realiza a ação de recolher os seus trabalhadores.

Sempre que a rodada chega ao jogador inicial, a engrenagem principal avança uma casa, e com isso todas as outras andam, além do efeito prático da coisa, confere um fator estético ao jogo que na época do seu lançamento (em 2012) chamou muita atenção e ainda hoje atrai os novos interessados pelo jogo.

Então o grande lance aqui é esse planejamento futuro de ações, as vezes vale pagar mais para colocar seu trabalhador numa posição que vai se atingida logo, ou então colocar gratuitamente lá no comecinho e esquecer da existência dele, até quando lhe for conveniente.

 Ao avançar tecnologicamente, algumas ações
nas engrenagens são melhoradas.

O jogo tem quatro momentos em que a roda maior chega e que são de extrema importância. São dois onde você recebe recursos e dois onde você pontua, mas em todos eles você precisa alimentar sua tribo, e como milho é um recurso escasso, a coisa pode ser bem pesada se você não se planejar.

Ao final da segunda rodada de pontuação o jogo acaba, além dos pontos recebidos normalmente pelo final da Era, você ainda recebe pontos por peças de monumentos compradas e após converter todos os seus recursos em milho, também recebe pontos por eles, e quem tiver mais pontos ganha.

Tzolk'in é um euro "raiz", com muito planejamento, aquela vontade de fazer várias coisas e não poder por falta de recurso ou de tempo, e aquela curva de aprendizado que todos os grandes jogos te trazem, foi uma excelente adição ao catálogo da Devir Brasil e é daqueles jogos que você precisa jogar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Lords of Hellas


Baseado na mitologia Grega, mesclada a magia e tecnologia, em Lords of Hellas os jogadores assumem exércitos liderados por heróis míticos que lutam pela dominância de Hellas, mas que também podem ganhar matando monstros, controla territórios com magníficos monumentos ou tem cinco templos dominados.

Logo de cara, os jogadores precisam escolher a cor do seu exército, e um dos heróis disponíveis, além disso o setup inicial abre aventuras e monstros para esses heróis.

Na sua rodada o jogador tem ações regulares para realizar, entre essas ações estão mover seu herói, seus hoplitas, mandar seus prestos aos monumentos e usar artefatos.

 Territórios povoados, e muita pancada estancando.

Depois das ações básicas você tem direito a realizar uma ação especial, essas ações são bem mais fortes, dentre elas estão a compra de cartas de combate, recrutamento de novos hoplitas, construção de templos, marchar com seus exércitos, caçar monstros, ursurpar algum espaço caso você tenha o marcador de glória e a construção de um dos pedaços do monumento.

Existem três grandes monumentos erguidos à Athenas, Zeus e Hermes, eles começam no nível um e cada um deles chega até o quinto nível, e sempre que os prestos vão pedir graças a um desses deuses, o que você ganha em troca vai melhorando conforme o nível que o monumento está.

Outra parada, você não tem um momento para usar a ação de subir os monumentos, o grande lance aqui é que ao usar essa ação você vai automaticamente disponibilizar para todos os jogadores, as ação especiais já utilizadas, mas terá a vantagem de colocar prestos que podem entrar no jogo pela ação de rezar além de usar o dado que faz os monstros agirem no jogo.

Zeus quase completo e os prestos rezando
pedindo graças
.

Lords of Hellas, é um jogo de controle com exércitos, então é natural que hajam conflitos. Aqui a porrada é muito bem resolvida, você tem cartas de combate e suas unidades no território, o defensor escolhe se usa cartas, soma aos seus hoplitas, o atacante tem a mesma opção, verifica-se casualidade, caso ainda hajam figuras em conflito, nova rodada, ou então a porrada acaba. Simples assim.

Mas o combate bacana nesse jogo é resultado da caça dos heróis aos monstros, ao usar essa ação o seu herói tenta aniquilar o monstro em questão, para isso ele recebe cartas de combate iguais a sua força, e somadas as cartas que ele já tem, tenta usar os símbolos delas para ferir os símbolos equivalentes dos monstros.

Ao conseguir você pega aquela figura para você, e ao somar três monstros derrotados, o jogador que fez essa proeza ganha o jogo automaticamente.

 Numa visão geral do tabuleiro, muita miniatura bonita.

Os heróis também podem ir atrás de aventuras que vão dar efeitos legais para o jogador, mas você fica privado de ter a miniatura dele no tabuleiro, o que as vezes pode ser bastante perigoso uma vez que eles são figuras bem importantes.

Além dos monstros o jogo pode acabar quando um dos jogadores dominar duas áreas do mapa totalmente, quando um deles conseguir cinco templos em territórios sob o seu domínio ou se passar três turnos dominando um território com um dos monumentos totalmente construído.

 Mais de perto, o Minotauro tocando o terror.

Lords of Hellas, é um jogo que tem semelhanças com grandes "eventos" como o Runewars, mas usando muito menos tempo de jogo, a produção dele é digno de nota, os monumentos são lindos, todos vem com uma "pintura" (tipo brush) que dá um aspecto envelhecido muito legal (exclusivo para quem pegou a versão do KickStarter).

O aspecto negativo dele fica por conta do setup inicial e a quantidade de jogadores, acredito que jogar com 2 ou 3 jogadores ele fique fácil para algumas condições de vitória e até com mais jogadores, dependendo do lugar em que cada um comece, fica fácil para um ou outro, seria uma coisa facilmente corrigida ao ter lugares fixos de começo de jogo, mas tirando esses detalhes, um grande jogo.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Everdell


Na liderança de um grupos de bichos bonitinhos, você precisa coletar recursos, para sua cidade crescer e no final do ano ser a mais próspera em Everdell.

No jogo, cada jogador comanda um grupo de criaturas que a cada rodada precisam realizar ações indo aos locais do tabuleiro ou acionando cartas da mão.

Começamos com dois trabalhadores, uma mão de cartas e temos um tabuleiro principal com espaços fixos e quatro espaços que são sorteados a cada partida, além disso existem outros espaços que são usado mais adiante no jogo, pois são espaços de pontuação e você só vai conseguir chegar neles com o jogo já avançado.

 O mercado de cartas que você vai adquirindo ou
construindo direto, sem precisar passar pela sua mão.

Na sua jogada, você pode colocar um dos seus bichinhos em um espaço à sua escolha e realiza a ação que está descrita nela, geralmente pegando recursos e cartas ou pode gastar recursos para descer cartas da sua mão e realizar suas ações.

As cartas tem uma importância enorme no jogo, elas vão montar a sua cidade, e você as dispões na sua frente formando um grid que pode ter no máximo 15 cartas divididas em cinco tipos diferentes (viajantes, produção, destino, governança e prosperidade).

Ao colocar uma carta na sua área de jogo, você pode executar a ação dela, e muitas cartas te dão direito a construir outras gratuitamente (como no 7 Wonders por exemplo), e isso cria uma forma bacana de aproveitamento de ações.

 Além das ações fixas, temos sempre ações diferentes
sorteadas a cada partida, pra dar uma rejogabilidade enorme.

Um lance muito legal do Everdell é a questão da preparação entre as estações. No jogo temos três preparações, e cada jogador pode escolher o melhor momento para fazê-las, a única restrição é que você precisa já ter usado todas as suas peças de trabalhador antes, pois nessa preparação, você vai recolher todos os trabalhadores, receber novos e sempre tem uma ação junto, como ativar todas as cartas de produção ou comprar cartas.

O jogo se desenvolve até que você não consiga fazer mais ação nenhuma e passe, quando todos os jogadores tiverem passado contam-se os pontos baseados nas cartas da cidade, bônus conquistados, cartas de prosperidade entre outros, quem tiver mais pontos é o vencedor.

 A árvore é só firula, mas vale tirar foto.

Everdell chama a atenção primeiramente pela sua beleza, o jogo é visualmente deslumbrante, com uma arte lindíssima e a sua árvore central bacanuda (que não serve pra nada no fim das contas), mas ao esmiuçar o jogo, você tem um euro muito bem amarradinho, com mecânicas sólidas, boas tiradas estratégicas e que tem seu momentos "queima mufa" na hora de fazer as cartas combinarem.

Não se deixem levar apenas pelo rostinho bonito do jogo, ele é um daqueles jogos que surpreendem e você vai querer jogar muitas e muitas vezes.

No final, a cidade pontua e você vê o quanto conseguiu
fazer ela prosperar!

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Dragon Castle


Dragon Castle é um jogo livremente inspirado no Mahjong, onde os jogadores precisam tirar pedras de um tabuleiro central, colocá-las no seu tabuleiro e ao consolidar um grupo dessas pedras você vai ganhando pontos de vitória.

No setup básico temos no tabuleiro central com 116 pedras divididas em peças de facção e peças especiais, e temos também uma formação que chega a uma pilha com 3 peças de altura, além disso sorteamos cartas de Espírito e Dragão que são outras formas de pontuar dentro do jogo.

Na sua jogada você pode tirar um par de peças (a primeira sempre sendo do pavimento mais alto), tirar uma peça e um santuário ou jogar uma peça fora para pegar um ponto.

 As peças são tiradas do tabuleiro central.

Nas opções onde você não joga a peça fora, você precisa coloca-la(s) no seu tabuleiro.

O grande lance do Dragon Castle é nessa fase de colocação, pois ao colocar um mínimo de 4 peças da mesma cor juntas, você faz com seja disparada a consolidação dessas peças, que vão dar pontos e colocam os santuários no jogo (que darão pontos ao final da partida).

O que você precisa ficar ligado então, é para ver na hora de colocar as peças, conseguir arrumá-las de forma a consolidar o maior número de peças possíveis para conseguir mais pontos.

 Ao colocar no seu tabuleiro, você prepara para consolidá-las.

Outra sacada da colocação, é que uma vez consolidadas, elas são viradas ao contrário e você pode começar a colocar novas peças em cima dessas, para quando for a hora de colocar seus santuários, conseguir colocá-los os mais alto possível para garantir mais pontos.

Outra coisa que dá uma movimentada interessante na partida, são as cartas de Espírito e Dragão. Uma sempre vai dar pontos no decorrer da partida, enquanto a outra traz para a o final do jogo uma nova forma de pontuação, e é mais uma coisa para ficar ligado.

 Ao consolidar as peças, essas são viradas e
novos andares aparecem.

Dragon Castle é um jogo de observação, onde você precisa ficar sempre ligado se está deixando uma boa peça solta para os adversários, se é interessante consolidar pouco para subir mais suas peças, enfim, muita estratégia e visão de jogo.

Não bastasse todos os fatores positivos já citados, o jogo é LINDO, as peças gravadas dão uma aspecto que realmente faz você querer jogar mais e mais, ele junto com o Azul foram certamente os jogos abstratos que mais me impressionaram nos últimos anos.

No final, quanto mais alto seus santuários,
mais pontos você consegue.