sexta-feira, 28 de julho de 2023

World Wonders


Em World Wonders somos um dos grandes líderes do mundo antigo dispostos a gastar todo o nosso ouro para fazermos da nossa cidade a mais maravilhosa de todas e para isso investiremos em prédios, ruas pavimentadas, pontes e claro em monumentos!

Cada jogador vai começar sua partida com um tabuleiro onde temos o nosso terreno cortado por um rio (ou um lago) com nossa estradinha inicial e um tabuleiro de recursos, no centro da mesa é colocado o mercado de prédios onde são abertos os poliminós que serão colocados na nossa cidade além de 3 monumentos dentre os 21 disponíveis no jogo.

Uma partida de World Wonders dura no máximo 10 rodadas mas pode acabar antes se algum dos jogadores chegar ao máximo de pontuação na sua trilha população do tabuleiro de recursos e cada uma das rodadas é formada por uma série de turnos.


Sua cidade vai crescendo com prédios que lhe dão avanços nas trilhas de recursos.

No seu turno o jogador vai gastar ouro (que servem como pontos de ação) para realizar alguma compra para a sua cidade, cada prédio tem um valor e vem em uma das 5 cores que representam se é um prédio de Biblioteca, Fazenda, Habitação, Mercado ou Templo e essas denominações serão importantes tanto para a colocação dos prédios na cidade quanto para a os pré-requisitos dos monumentos.

Ao comprar um dos prédios disponíveis você gasta a quantidade de ouro pedida e precisa colocá-lo no seu tabuleiro, existem algumas regrinhas bastante importantes para a colocação, a primeira é que os prédios sempre precisam estar ortogonais a alguma das ruas caso você não consiga pode colocar um prédio de um tipo ortogonal a outro do mesmo tipo.


No mercado é onde vamos atrás dos prédios básicos para aumentarmos a cidade.

Toda vez que você constrói um prédio ele vai te dar algum avanço em uma das trilhas de recurso e conforme você vai avançando passa por marcadores de população que cresce conforme sua cidade evolui.

Mas o grande barato do jogo são os monumentos e o Zé Mendes (autor do jogo) teve uma sacada genial para o momento da construção do seu monumento, a ação de "maravilhar" vai consumir todo o ouro que você ainda tiver na sua rodada, isto é, você pode usar e abusar do seu ouro e deixar pra comprar sua maravilha mais pro final como pode também ser sua primeira ação da rodada para impedir que algum outro jogador pegue uma que vá lhe render muitos pontos.

Além do efeito prático no jogo, as 21 peças de madeira que virão no jogo são lindas e deixam a sua cidade realmente imponente conforme você vai construindo as maravilhas do jogo.


Conforme você vai construindo os monumentos, sua cidade vai ficando maravilhosa.

Mas não é só de maravilha que vive uma cidade que quer se destacar, o jogo é muito bem balanceadinho para que você não foque só na construção dos monumentos e você vai ganhar pontos também pela população, avanço equilibrado nas trilhas de recursos, recursos naturais que você alcança e peças de prédio totalmente cercadas e ao final da partida quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

World Wonders é o terceiro jogo do Zé Mendes (que já lançou os ótimos Futboard e Brazil) e entrega o seu melhor resultado tanto visualmente quanto em mecânicas e isso tem sido uma opinião quase geral entre quem já jogou, inclusive já recebendo o Seal of Excelence do canal Dice Tower do Tom Vasel que jogou ele durante o Diversão Offline e ficou maravilhado (hã-hã) com o jogo.

 
A Meeple BR caprichou na produção, o jogo está realmente de tirar o fôlego. Foto do amigo Romir.
 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Coleção Micro PAPER GAMES


Com a intenção de chegar a um número maior de jogadores a cada lançamento a Paper Games lançou durante o Diversão Offline desse ano sua Linha Micro de jogos e para abrir essa nova coleção trouxe 3 jogos exclusivos para o Brasil do grande Reiner Knizia e aqui vamos falar um pouquinho do que achamos deles.

O Que O Quê é dos três o mais fraquinho na minha opinião, com uma pegada "tipo Dobble" nele vamos colocar as cartinhas na mesa e vamos abrindo uma por uma, caso a carta recém aberta tenha uma imagem que já apareceu em outra cartinha quem perceber primeiro fala e pega as duas cartas que formaram um par.


 
Já em Qui-Quitanda os jogadores tem cartas com três tipos de produtos de feira e precisam fechar a sua sacola com três cartas formando a melhor sequência de produtos.

Para isso vão abrindo cartas e colocando uma ao lado e uma em cima da outra até que a combinação seja satisfatória aos jogadores que separam aquele grupo para pontuar ao final do jogo, por ser um jogo cooperativo ele vai tentar fazer com que vocês tentem a cada partida aumentar sua pontuação.


 
E fechando esse primeiro trio de jogos o melhor deles, em Duo Regna dois jogadores disputam um "cabo de guerra" nos seus reinos na tentativa de conquistar poderosos dragões para seu reino.

Essa disputa é feita a cada turno baixando secretamente uma carta da mão, que vai de 0 a 6 e onde o maior valor é o vencedor e ganha uma puxada do dragão para o seu lado, mas com um molho à mais existem algumas combinações de valores que mudam a forma de ganhar o turno, então contar o que o adversário tem na mão pode ajudar a levar o dragão para seu reino.

Os três primeiros jogos da linha Micro trazem jogabilidades diferentes, um preço super convidativo e opções para joguinhos que você vai levar pra cima e pra baixo para as jogatinas, a Paper Games está acertando legal no público que ela quer atingir e só esperamos agora pelos próximos títulos.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Marvel Zombies : Heroes Resistence


Já falamos de assumir o lado dos zumbis atacando e devorando os inimigos em Marvel Zombies, mas pra você que é fã dos heróis da Marvel e gostaria de continuar na historinha de ser o salvador do planeta os designers do jogo não deixaram você na mão e trouxeram Heroes Resistence, que não é uma expansão do jogo anterior mas sim uma versão "redux" do Zombicide.

Usando e premissa do jogo clássico, aqui os jogadores vão controlar heróis da Marvel na sua luta contra a praga zumbi que assola o universo, mas além dos zumbis normais que estamos acostumados a ver por aí agora precisamos lidar com heróis que foram infectados e podem dar bastante trabalho aos jogadores.


Aqui voltamos a ser os heróis contra os zumbis.

Mesmo esquema de sempre, escolhemos um cenário do manual, montamos o setup que diz os objetivos a serem alcançados e começamos a série de rodadas do jogo.

A rodada é bem similar ao outro Marvel Zombies mas com os papeis invertidos, jogam os heróis com a ordem definida pelos jogadores, depois agem os inimigos e finalmente entram mais zumbis no tabuleiro.

As alterações ficam por conta das cartinhas de características dos heróis que dão uns poderes de uso único para eles e nessa versão nós salvamos os espectadores (ao invés de comê-los) para conseguir os efeitos que eles dão para melhorar os nossos heróis.


As alterações principais ficam por conta da produção que tenta atingir um novo público.

A grande alteração mesmo fica por conta da produção do jogo, feita aparentemente para chegar num público que ainda não tinha tido acesso ao Zombicide, o Heroes Resistence traz uma versão reduzida de caixa e componentes.

Os zumbis e os espectadores são cartonados, o marcador de avanço de experiência é um rondel e não um tabuleiro plástico como no Marvel Zombies e temos a possibilidade de jogo para até 4 jogadores e não 6 como na versão "full".

Eu particularmente acho que a grande graça do Marvel Zombies é jogar de zumbi, então prefiro a outra caixa, essa serviu mesmo só matar a curiosidade mas não me animou muito não, vou continuar investindo na brincadeira zumbi, mas quem sabe com regras de "time zumbi vs. time dos vivos" a coisa dê uma animada maior.


Os zumbis voltam a ser os antagonistas com os zumbi-heróis tomando a vez das abominações.
 

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Marvel Zombies - A Zombicide Game


Você, fã de jogos de zumbi, sempre esteve na caçada dessas criaturas de pouca inteligência e sedentas por carne humana, mas agora em Marvel Zombies mudamos de time e vamos controlar os maiores heróis da terra em suas versões zumbi que juntos precisam derrotar seus parceiros não infectados enquanto tentam manter um mínimo de sanidade.

Inicialmente os jogadores vão escolher uma das 10 missões disponíveis no manual e os heróis-zumbis que participarão dela, uma vez preparado o setup e os objetivos são passados aos jogadores começamos nossa carnificina.

Marvel Zombies é jogado em rodadas onde os jogadores escolhem a ordem em que os seus personagens vão agir e após todos eles fazerem suas ações os inimigos agem terminando assim a rodada.


Chega de herói bonzinho, agora o lance é devorar todo mundo!

Na fase dos jogadores a primeira coisa a fazer é aumentar o nível de fome do seu herói-zumbi, vale dizer que isso é uma adição muito maneira ao jogo, pois conforme a barra de fome aumenta, mais forte fica seu personagem, MAS se você atingir um nível muito alto você fica "voraz" o que quer dizer que você entra num frenesi onde consegue apenas pensar em comida e não consegue mais fazer as ações normais.

As ações do jogo são mover-se pelo cenário, abrir portas, interagir com objetos, atacar e adquirir uma carta de característica zumbi, essas são cartinhas que vão te dar algum poder de uso único bacana para momentos de tensão durante a partida.

O ataque em Marvel Zombies pode ser feito de duas formas, o normal onde você vai tirando os pontos de vigor dos seus inimigos e o ataque onde você devora seu inimigo, você pode fazer isso a qualquer momento mas uma vez em frenesi é a única maneira de voltar ao "normal" do jogo.


Mas os heróis não contaminados cismam em aparecer pra tentar estragar a festa.

Outra adição bacana aqui são os espectadores, que são na verdade personagens clássicos dos quadrinhos que geralmente são pessoas importantes aos heróis, como o Wong e a Tia May, e aqui são "comida de zumbi" e ao devorar esses espectadores os jogadores ganham poderes especiais para o seu herói zumbi.

Mas um jogo de zumbis super-heróis não teria graça se não houvessem suas contra-partes ainda não infectadas e aqui nós temos durante a ativação dos inimigos cartas que fazem entrar no cenário heróis sãos dispostos a acabar com a graça dos "comedores de gente".

Nessa caixa temos 6 heróis poderosos que servem de antagonistas aos nossos zumbis e que se não forem tratados com o devido respeito pelos jogadores podem acabar com a brincadeira, então sempre que um herói entra no jogo o melhor que os zumbis podem fazer é tentar eliminá-los o mais rápido possível.


Os heróis-zumbi precisam ficar ligados pro nível de fome não deixá-los em frenesi.

Os zumbis tem seus objetivos descritos no cenário e eles ganham a partida assim que são cumpridos e perdem caso algum dos personagens seja eliminado ou alguma condição do cenário seja atingida e com partidas que podem se desenrolar rapidinho (como a Missão 0 de introdução) ou durar algumas horas de diversão.

Marvel Zombies pegou um jogo que eu sou fã que é o Zombicide e levou para um patamar ainda mais legal que é o de jogar com os zumbis tendo que se preocupar em entrar em frenesi e tentando utilizar essa tênue linha entre estar poderoso e ficar faminto a seu favor e à favor de cumprir os objetivos do cenário.

A caixa trás também as fichas e cenários para jogar no "modo heroico" mas pra isso precisamos usar a caixa do Heroes Resistence mas esse é um papo para a próxima publicação.


Os espectadores são parte importante aqui, pois dão poderes aos zumbis.
 

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Verdant


Em Verdant os jogadores estão organizando sua casinha de forma a comportar lindos vasos de plantas em harmonia com os cômodos, mas cada plantinha necessita de um tipo de luz para crescer verdejante (e dar mais pontos de vitória) então a combinação certa precisa ser sempre observada.

O setup inicial do jogo é super simples, cada jogador vai receber um cômodo e uma plantinha para começar o seu apartamento, é montando então um mercadinho central composto por 4 colunas com cartas de cômodo, plantas e um tile especial.

Serão exatamente 13 rodadas para os jogadores montarem uma grade de 5x3 com as cartas de cômodo e plantas se intercalando como num tabuleiro de xadrez.

 
No mercado você escolhe cômodos ou plantinhas pro seu apartamento.

Para montar essa grade o jogador na sua vez escolhe uma das colunas do mercado para pegar uma das cartas disponíveis de cômodo ou de planta para colocar no seu apartamento, além disso pela coluna que você escolheu recebe o tile que está disponível ali.

A sacadinha em Verdant é fazer com que as cartas de cômodo garantam que as suas plantinhas floresçam pois é dessa forma que elas lhe garantirão pontos de vitória, para isso você observa na lateral da carta que tipo de iluminação ela fornece e tenta ao colocar a carta na sua grade iluminar a plantinha certa.

O tile que você pega quando compra a carta vai ser colocado nas cartas de cômodo e serve como um set-collection para pontuação de final de jogo, além de atender as algumas cartinhas de objetivo na versão mais avançada do jogo.


Ao colocar cartas de cômodo, se a iluminação ajudar sua plantinha recebe pontos de verdor.

As cartas de planta por sua vez vem com as exigências de iluminação que eu já comentei e também com uma quantidade de verdor necessário para poder receber os pontos totais no final do jogo.

Para conseguir esse verdor os jogadores precisam ir colocando as cartas de iluminação correta durante a partida mas também existem alguns tiles especiais de uso único que ajudam nessa tarefa e uma vez que o verdor total da planta é atingido pegamos um vasinho especial para colocar nela.

Basicamente o jogo é esse quebra-cabeça de combinar cômodos e plantas na melhor forma de pontuação e ao final das 13 rodadas quem tiver mais ponto é o vencedor.

Verdant é um jogo leve mas inteligente e gostoso, tem regras simples arte bonitinha e atende bem aos jogadores principalmente iniciantes e casuais mas também os mais "parrudos" sem deixar de agradar.


Quando sua plantinha ficar completa, ganha um vasinho bonitinho (e dá bons pontos no fim do jogo).
 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Circadianos : Primeira Luz (segunda edição)


Em Circadianos : Primeira Luz os jogadores estão anos luz de seu planeta natal quando descobrem um outro planeta com formas de vida inteligentes e precisamos negociar com esses clãs para conseguir recursos e quem sabe termos um novo porto seguro para os Circadianos.

Os jogadores vão precisar liderar seus pesquisadores para obter recursos junto aos nativos e assim acumularmos pontos de vitória, ao final de sete rodadas o jogador com a maior pontuação é o vencedor.

Inicialmente cada jogador recebe o seu centro de pesquisa, cartas de contrato, um biombo dados (que são as suas tripulações) e a carta do seu líder (que dá um poderzinho bacana), além disso temos um espaçoporto, os tabuleiros de estações, o tabuleiro de negociações e o tabuleiro do planeta Ryh.


O seu líder dá algum bônus para seu jogo e a mecânica básica é a de alocação de dados.

O jogo usa como mecânica principal a alocação de dados para realizarmos as ações, serão 4 fases por rodada onde temos a fase de planejamento que abrimos uma carta de evento que dá uma mudada em alguma regra e rolamos os nossos dados disponíveis, a fase de execução que é o coração do jogo onde as ações acontecem, a fase de coleta de recursos e o descanso que uma fase de manutenção.

A rolagem de dados é feita atrás do biombo e vamos alocar primeiramente esses dados no nosso centro de pesquisa que tem a área das garagens e as fazendas, além de uma cantina mas que é um espaço que você só vai em último caso e uma vez que a fase de execução começa você levanta seu biombo para realizar as ações.


A fase de execução das ações se desenvolve mandando dados para muitos tabuleirinhos.

Os dados que foram alocados nas garagens podem ser enviados para os diversos espaços do centro do tabuleiro, a Base que é um espaço que tranca um dado mas que quebra a orem de turno da rodada posterior, o campo de mineração que é uma forma de conseguir gemas, o laboratório que te dá a oportunidade de melhorar suas fazendas, a fundição onde você vai comprar novas naves, o mercado que é usado para troca de recursos, a academia onde você consegue novos dados e a sala de controle que faz com que você mova seu coletor pelo planeta.

Além desses espaços você ainda pode mandar seus dados para o tabuleiro de negociação e para o repositório em ambos você vai gastar recursos para conseguir bastante pontos de vitória, mas são espaços que travam seus dados, então você precisa se planejar bem ao ir.


Explorar o planeta Ryh serve como fonte de recursos (e de pontos).

Acabada a fase de execução temos a coleta onde os dados que foram alocados nas fazendas do seu centro de pesquisa vão render recursos, e é muito importante que você tenha recursos SEMPRE porque basicamente todas as ações precisam ser pagas de alguma forma e aqui o jogo é super apertado.

Ao final de sete rodadas o jogo termina você vai contabilizando seus pontos dos espaços, contratos, gemas não usadas, pontos no centro de pesquisa entre outros e quem tiver a maior soma é o vencedor.

Eu gostei muito do Circadianos, entrou fácil na briga de melhor do ano, é um jogo pesadinho mas com uma duração bastante agradável, tem mecânicas bacanas e "cobertor curto" do jeito que eu gosto, eu não cheguei a jogar a primeira edição mas pelo que o manual diz a mudança foi basicamente estética.


Conforme seu jogo avança você consegue novas fazendas e naves.
 

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Projeto Fiat Ludens


Que jogo você criaria que coubesse uma caixa de fósforo e com poucos elementos?

Foi essa questão que André Teruya (Levitadores e Mix Tapes) desafiou Sérgio Halaban (Sheriff of Nothing e Isso é Meu!), Igor Knop (Gnomopolis e Ayie) e Robert Coelho (Comic Hunters e Shakespeare), que aceitaram embarcar nessa ideia e assim criaram a Fiat Ludens "coletivo de pessoas que compreendem essa essência e criam jogos de tabuleiro em formatos experimentais e minimalistas, explorando outras possibilidades lúdicas". A ideia, de acordo com o site, é se libertar das amarras impostas pelo mercado e deixar a criatividade lúdica fluir.

E foi nesse espírito que nos encontramos na fila do Movimento Labareda, no 1° dia do Diversão Offline às 14:00h; seriam distribuídos GRATUITAMENTE os três primeiros jogos do projeto, em quantidades "acima de 10, abaixo de mil" segundo o Robert Coelho. Lá estavam 3 dos 4 autores (Igor não pode vir). O evento foi um sucesso, com uma enorme fila já formada meia hora antes de começar a distribuição e na hora que liberou, já dava voltas no pavilhão. A ideia de "pegou, volta na fila pra pegar mais", só funcionou para alguns poucos; mesmo eu que fui a primeira na fila quase não consigo o 3º jogo que faltava. 

NUVENS (mínimo 3 pessoas)

Aquela nuvem no céu e um avião? Ou um cara com uma boca aberta? Essa é a ideia de Nuvens.  A caixinha traz 4 bolas de algodão e com o app (lá no site da Fiat Ludens) ativado, defina os jogadores e quem e o primeiro a jogar, que será o Escultor de Nuvens. O app fornecerá uma palavra secreta, que deverá ser moldada para que o Observador de Nuvens descubra qual era a palavra. Mas cuidado! A chuva tá vindo e ao primeiro trovão, a nuvem se desfaz e o observador agora e o Escultor, continuando assim a partida.

Como uma amante de Dixit e Abstratus, eu estava na expectativa por esse aqui, mas infelizmente percebi dois problemas que atrapalham o jogo; tive dificuldades usando o app direto pelo insta; precisava clicar algumas vezes no link porque não ia de primeira. Depois, mesmo incluindo 3 pessoas, ele não começava. 


Ao passar pro Chrome, isso se resolveu, mas então percebi que o tempo era MUITO curto pra formar a imagem, não dava nem 1 minuto quase. Também, com o sistema dando a palavra, sumindo e logo após usando o sistema para o observador confirmar acerto ou erro, me atrapalhava porque eu tinha que passar o celular enquanto já estava construindo a escultura. Tudo isso pode ser resolvido, mas hoje atrapalhou a jogatina.  

A ideia de usar algodão pra simular nuvens é incrível, mas não funciona de forma prática (ou eu não entendi plenamente o conceito, pode ser também). Minha palavra era "mula" e eu não consegui formar nem mesmo a cabeça. Como eu disse, talvez essa seja mesmo a ideia (a escultura ser mais abstrata do que uma imagem mais exata), mas particularmente não gostei da experiência. 


SCHRÖDINGER (2 a 4 pessoas)

Composto pela própria caixa, duas peças de água (azul), duas de radiação (amarela) e 1 gato, o jogo é extremamente simples. Escondido, retire duas peças de dentro da caixa e mostra apenas 1 delas para os demais jogadores. Então eles balançam a caixinha; o gato está vivo (duas águas), morto (duas radiações) ou morto-vivo (1 água e 1 radiação)?

Tá esperando na fila do banco com alguém? Tem um voo longo para enfrentar? Schrödinger é um jogo ótimo para esses momentos, pois as peças ficam seguras dentro da caixa (já joguei em avião, não é fácil). Joguinho ágil, rápido e cumpre sua missão de passar o tempo. 


VÁRZEA (2 pessoas)

A caixa traz o próprio campo em uma folha de papel, uma vaca, 2 meeples e uma bola (de alumínio, que poderia ser pesada) e como o nome diz, Várzea é um jogo que representa o futebol moleque, futebol de rua, com chinelo fazendo no lugar do gol e meia no lugar da bola. 

Aqui, a caixa interna é o gol e o "pé" são seus dedos. Quem defende, define onde a vaca começa (pontos pretos); quem ataca, tem direito a 3 "chutes". Mas atenção! Não vale gol acidental, tem que chamar gol. "5 vira, 10 fecha".

Quem gosta de futebol com certeza já jogou em um campo cheio de morrinho artilheiro, mato, esburacado, com cachorro (ou vaca) passando. Várzea é a representação PERFEITA desse sentimento. Uma folha amassada virou um campo minado onde a bola não parava onde você queria. A bola, voava longe. Bem na hora daquela jogada lendária, você acerta a vaca. 


Não é sobre jogar bem ou fazer lances dramáticos, é sobre jogar futebol com seu amigo até a mãe chamar pra "entrar pra denticasa"; é sobre a infância de 9 em 10 garotos e garotas pelo Brasil afora. E isso tá todo representado nesse jogo.

No geral, o primeiro capítulo dessa aventura lúdica foi muito bem conduzido, tanto pela ação no Diversão Offline, quanto pelos jogos iniciais. Agora, aproveitando o tema de Várzea, a bola tá no seu campo.

Após o sucesso da primeira coleção, Teruya lança o manifesto Fiat Ludens e convida todos os jogadores a criarem seus próprios coletivos e caixinhas, tendo apenas duas regras: ter ao menos 3 pessoas envolvidas no desenvolvimento do jogo e a primeira tiragem ser toda produzida pelo próprio coletivo; se vendido, o valor deve ser definido pelo próprio comprador. Quem sabe ano que vem não e você na frente do Movimento Labareda com uma mala contendo "mais de 10, menos de 1000"? 


Os responsáveis pela brincadeira : Sérgio Halaban, Robert Coelho e André Teruya (junto com a Bárbara do Movimento Labareda), só faltou o Igor Knop.
 
Essa postagem foi uma colaboração da grande Renata Gil, jogadora e amiga de longa data!

segunda-feira, 10 de julho de 2023

O Vale dos Monstros II - A Invasão da Cidade

 

Em O Vale dos Monstros II - A Invasão da Cidade os jogadores serão hordas de monstros que tem como propósito invadir um condomínio da cidade e assustar o máximo de pessoas possíveis e você como líder da sua horda será responsável por conseguir o máximo de sustos possíveis.

No jogo temos 6 hordas para os jogadores escolherem, são lobisomens, múmias, esqueletos, vampiros, bruxas e fantasmas cada um com um poderzinho especial para dar uma apimentada na sua escolha.

Uma vez que os jogadores escolhem sua legião, recebem os marcadores e um biombo onde vamos guardar informações dos amiguinhos, além disso temos um tabuleiro principal que mostra o condomínio com casas e claro pessoas que levam suas vidas de boa até que chegam os monstros.


Você anda com a sua horda pelo condomínio invadindo as casas e assustando as pessoas.

O jogo funciona em uma série de rodadas onde cada jogador terá a oportunidade de realizar 3 entre seis ações possíveis que são mover-se pelo condomínio, assustar os moradores, capturar um morador para transformar em mais um para sua horda, colocar novos meeples no jogo, invadir as casas para tirar os moradores lá de dentro e dominar o espaço da casa para que ninguém mais volte pra lá.

Você precisa mover seus meeples pelo tabuleiro para encontrar os moradores que estão passeando de bobeira e assim conseguir fichas de susto que são como se fossem o recurso do jogo e servem principalmente na hora de dominar os espaços das casas e também para "comprar" ações extras.


Você tem direito a três ações por rodada, mas pode gastar fichas de susto para conseguir mais uma.

Os jogadores também pode enfrentar hordas inimigas, cercando os meeples de outras legiões com meeples seus, isso faz com que você ganhe pontinhos e/ou fichas de susto.

Cada horda tem poderes especiais que vão influenciar nas ações, como as múmias que usa as cartas de ação extra sem gastar fichas de susto ou os vampiros que ao capturar novos meeples para sua horda já os colocam direto no tabuleiro.

O jogo prossegue até que todas as casas tenham sido invadidas disparando assim o final do jogo que dará pontinhos por meeples na entrada e dentro do tabuleiro, fichas de susto restantes e quem tiver mais invadido mais casinhas vai ganhar mais pontos.


Você vai guardando suas informações atrás do biombo que serve também como player-aid.

O Vale dos Monstros II é um jogo bem família com regras simples e que consegue colocar até 6 jogadores na mesa, essa nova versão conta ainda com alguns módulos que entram no jogo e dão uma graça à mais para as partidas uma vez que você já está familiarizado com a versão básica.

Lançado inicialmente em 2011 pela ainda iniciante Galápagos Jogos, foi um dos primeiros jogos também do Marcos Macri que mais tarde opta por lançar seus jogos pela MS Jogos em tiragens menores com bastante sucesso até que chegamos agora em 2023 com essa nova versão muito bonita e que mais uma vez inova sendo o primeiro projeto da nova plataforma de financiamento coletivo a Meeple Starter.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Dissecando o Agricola 15


Está chegando nas prateleiras brasileiras a versão de 15 anos do maravilhoso Agricola, um clássico do Uwe Rosenberg e que não minha humilde opinião é um dos melhores jogos de todos os tempos tendo figurado no TOP1 do Board Game Geek por algum tempinho.

Recentemente fiz um comparativo da versão revisada lançada pela Galápagos com a primeira edição e nessa matéria agora pretendo falar do que vem nessa caixona que comemora os 15 anos de lançamento do Agricola.

A caixa em si já é um presentão, dividida em dois compartimentos vem com duas bandejas de papel cartão onde você pode colocar os componentes separadinhos facilitando o setup e o manuseio dos mesmos, além disso temos uma caixinha onde são colocadas as cartas do jogo separadinhas por divisórias e que cabem direitinho com sleeves.


As bandejas são uma boa adição a caixa (mas precisam de uma colinha).

Em relação a quantidade de cartas, a caixa de 15 anos vem com 430 divididas entre os já conhecidos decks A e B que vem com "apenas" 240 cartas à mais do que na versão revisada e conta com a chegada de três pequenas expansões que só haviam saído lá fora e estavam fora de catálogo há anos.

O deck X traz 24 cartas que foram originalmente lançadas em 2008 e tem como tema contatos com criaturas extra terrestres que estão ajudando (na maioria dos casos) nesse nobre trabalho no campo.

Já o deck "das fadas" trazem 26 cartas que saíram em 2010 e coloca no jogo fadas, fantasmas, lobisomens e outras criaturas lendárias (inclusive a temida Inquisição Peruana).


O deck X há muito fora de catálogo finalmente revisado e disponível.

O deck L é formado por uma série de cartas que são homenagens a pessoas importantes no desenvolvimento e comercialização do jogo, essas cartas começaram a ser criadas e distribuídas gratuitamente durante a feira de Essen e existem muitas delas por aí, agora os brasileiros conseguiram botar as mãos em 20 delas.

Outra alteração interessante ficou com as Grandes Melhorias, elas que sempre foram cartas como as outras agora são tiles de papelão que ficam dentro do seu insert, mas o comprador mais desatento precisa tomar cuidado a borda onde as melhorias são encaixadas são bem fininhas e você pode até pensar que é para jogar fora.


Assim como o "deck das fadas" que desde 2010 não se via no mercado.

Eu particularmente não vou usar as Grandes Melhorias encaixadas nesse punch board pois acho que vai desgastar o material e não compensa ficar colocando e tirando o tempo todo, mas os tiles soltos ficam bacanas.

Outro presentinho que vem na caixa é o tabuleiro Através das Estações, esse foi lançado como cartão postal em 2008 e também distribuído em Essen é incrivelmente uma das melhores variantes que eu já joguei do Agricola.

Nele temos as quatro estações do ano representadas nesse tabuleirinho e que afetam tanto o setup do jogo como criam 4 novos espaços de ação (um para cada estação) e dão uma mexida muito interessante no jogo base sem precisar de muita coisa (na verdade só precisamos do tabuleirinho e de um marcador).


A mini-expansão Através das Estações ganhou um senhor upgrade.

Dos componentes básicos que vem na edição revisada os tabuleiros dos jogadores receberam versos que acompanham as estações do ano (gosto particularmente do tabuleiro do inverno) como finalmente colocaram ao lado dos dois primeiros cômodos um espacinho para o seu animal de casa (melhor do que deixar na sala, né?).

Alguns tiles como o de comida e o mendigo ficaram maior ou mais arrumadinhos, mas nada de extraordinário, assim como as cores dos quatro jogadores difere das 4 cores da versão revisada (mas não vejo razão para isso na real).

Mas como nem tudo são flores (e ovelhas) temos alguns pontos que precisam ser levantados caso você pretenda investir seu rico dinheirinho nessa caixa.


As grandes melhorias também melhoraram, embora prefira usar sem a moldura.

A bandeja onde são acomodadas as pecinhas é meio molenga e vem com as partes soltinhas, eu prontamente colei tudo para ficar mais firme o que resolveu pra mim um dos problemas, MAS nem pense em deixar os componentes soltos, apesar de terem seus espaços arrumadinhos eles não são espaços fechados então se não estiverem num ziplock a chance de zonear tudo no transporte é quase certa.

Outra coisa que eu achei é que poderiam ter já ter incluído o espaço para os componentes da Farmers of the Moor, única expansão grande do jogo e que traz novos componentes, pior é que eles pensaram nisso colocando a divisória para as cartas que vem nele, mas não o espaço nas bandejas.

Mas no final das contas a caixa de 15 anos do Agricola é lindona demais, eu como fã assumido do jogo (e do autor) fiquei bastante feliz com ela e já estou acomodando coisas que eu tinha na primeira versão nela para ficar só com essa caixa quando for puxar pra jogar, acho que como produto ela fica um pouco atrás de outras caixas comemorativas (como a do Ticket to Ride ou a do Puerto Rico), mas para quem curte o jogo ou para quem finalmente vai pegar uma edição, acho que vale o investimento.


Finalmente conseguimos tirar a vaca da sala (que ganhou um espacinho só dela).