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terça-feira, 14 de maio de 2024

Atiwa


Nesse jogo estamos na Cordilheira de Atiwa, sudoeste da Gana, onde seremos prefeitos de pequenos vilarejos que estão querendo prosperar e também cuidar da preservação ambiental utilizando os morceguinhos como forma de reflorestar a área com árvores frutíferas.

Cada jogador recebe inicialmente o seu tabuleiro de abastecimentos com os recursos que ele tem para o jogo, além de um primeiro tile do seu vilarejo e um de dormitório dos seus morceguinhos.

O tabuleiro central é composto por vários espaços de ações que serão realizadas pelos jogadores além dos mercados de tiles que aumentarão o nosso vilarejo durante o jogo.


  O tabuleiro de ações é pra onde vão seus trabalhadores.

Atiwa dura exatamente 7 rodadas onde teremos duas fases, uma em que enviamos os nossos trabalhadores ao tabuleiro central para realizarmos ações e uma fase de manutenção bem típica dos jogos do Uwe onde rolam os recebimentos de recursos e alimentação de trabalhadores.

Cada jogador tem 3 trabalhadores, na fase de ações você coloca um deles em um dos espaços do tabuleiro principal e realize a ação indicada geralmente relacionada a recebimento de recursos ou troca deles, além disso nessas ações também é possível conseguir novos terrenos para o seu vilarejo.

Ao final de cada um dos três turnos dos seus trabalhadores você pode realizar uma fase grátis de morcego, isso quer dizer que se você tiver pelo menos três morcegos, uma fruta e uma árvore no seu tabuleiro de recursos eles vão para o seu vilarejo como árvore frutífera.


O lance é trazer os recursos do seu tabuleiro pessoal para o vilarejo.

O grande lance em Atiwa é você conseguir levar os recursos do seu tabuleiro pessoal para o seus vilarejo, pois conforme você vai liberando esses espaços você vai conseguindo mais pontos para o final do jogo, então aqui é um grande jogo de fazer as ações se desdobrarem de forma que você consiga liberar sempre mais espaços.

Acabando os turnos de ação vem a fase de manutenção onde você vai receber recursos do seu tabuleiro mas precisa alocar nos tiles do vilarejo, caso não haja espaço eles permanecem onde estão, por isso é sempre importante conseguir novos tiles pois como eu já citei é só liberando os recursos que você vai conseguir boas pontuações ao final do jogo.


Os morceguinhos são parte importantíssima para a máquina do jogo.

Na fase de alimentação tem uma coisa curiosa, o seu vilarejo tem famílias que moram nele, elas podem ser treinadas ou destreinadas, as famílias treinadas te rendem ouro na fase de manutenção e precisam se alimentar direito, já as destreinadas causam poluição nos rios e podem se alimentar dos morcegos pois elas não sabem ainda o valor do bichinho.

Ao final das sete rodadas tem um monte de pontuações baseados em recursos, tiles, espaços vazios do seu tabuleiro e quem tiver o maior somatório é o vencedor.

Atiwa é mais um jogo bastante bom do meu designer preferido, o Uwe Rosenberg, apesar desse não ser dos mais pesados ainda assim te faz gastar uns bons neurônios para ver a melhor forma de fazer seus recursos saírem do seu tabuleiro e irem para o vilarejo, uma pena que não tenha nenhum sinal de que ele virá para o Brasil (mas nunca se sabe).

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Dissecando o Agricola 15


Está chegando nas prateleiras brasileiras a versão de 15 anos do maravilhoso Agricola, um clássico do Uwe Rosenberg e que não minha humilde opinião é um dos melhores jogos de todos os tempos tendo figurado no TOP1 do Board Game Geek por algum tempinho.

Recentemente fiz um comparativo da versão revisada lançada pela Galápagos com a primeira edição e nessa matéria agora pretendo falar do que vem nessa caixona que comemora os 15 anos de lançamento do Agricola.

A caixa em si já é um presentão, dividida em dois compartimentos vem com duas bandejas de papel cartão onde você pode colocar os componentes separadinhos facilitando o setup e o manuseio dos mesmos, além disso temos uma caixinha onde são colocadas as cartas do jogo separadinhas por divisórias e que cabem direitinho com sleeves.


As bandejas são uma boa adição a caixa (mas precisam de uma colinha).

Em relação a quantidade de cartas, a caixa de 15 anos vem com 430 divididas entre os já conhecidos decks A e B que vem com "apenas" 240 cartas à mais do que na versão revisada e conta com a chegada de três pequenas expansões que só haviam saído lá fora e estavam fora de catálogo há anos.

O deck X traz 24 cartas que foram originalmente lançadas em 2008 e tem como tema contatos com criaturas extra terrestres que estão ajudando (na maioria dos casos) nesse nobre trabalho no campo.

Já o deck "das fadas" trazem 26 cartas que saíram em 2010 e coloca no jogo fadas, fantasmas, lobisomens e outras criaturas lendárias (inclusive a temida Inquisição Peruana).


O deck X há muito fora de catálogo finalmente revisado e disponível.

O deck L é formado por uma série de cartas que são homenagens a pessoas importantes no desenvolvimento e comercialização do jogo, essas cartas começaram a ser criadas e distribuídas gratuitamente durante a feira de Essen e existem muitas delas por aí, agora os brasileiros conseguiram botar as mãos em 20 delas.

Outra alteração interessante ficou com as Grandes Melhorias, elas que sempre foram cartas como as outras agora são tiles de papelão que ficam dentro do seu insert, mas o comprador mais desatento precisa tomar cuidado a borda onde as melhorias são encaixadas são bem fininhas e você pode até pensar que é para jogar fora.


Assim como o "deck das fadas" que desde 2010 não se via no mercado.

Eu particularmente não vou usar as Grandes Melhorias encaixadas nesse punch board pois acho que vai desgastar o material e não compensa ficar colocando e tirando o tempo todo, mas os tiles soltos ficam bacanas.

Outro presentinho que vem na caixa é o tabuleiro Através das Estações, esse foi lançado como cartão postal em 2008 e também distribuído em Essen é incrivelmente uma das melhores variantes que eu já joguei do Agricola.

Nele temos as quatro estações do ano representadas nesse tabuleirinho e que afetam tanto o setup do jogo como criam 4 novos espaços de ação (um para cada estação) e dão uma mexida muito interessante no jogo base sem precisar de muita coisa (na verdade só precisamos do tabuleirinho e de um marcador).


A mini-expansão Através das Estações ganhou um senhor upgrade.

Dos componentes básicos que vem na edição revisada os tabuleiros dos jogadores receberam versos que acompanham as estações do ano (gosto particularmente do tabuleiro do inverno) como finalmente colocaram ao lado dos dois primeiros cômodos um espacinho para o seu animal de casa (melhor do que deixar na sala, né?).

Alguns tiles como o de comida e o mendigo ficaram maior ou mais arrumadinhos, mas nada de extraordinário, assim como as cores dos quatro jogadores difere das 4 cores da versão revisada (mas não vejo razão para isso na real).

Mas como nem tudo são flores (e ovelhas) temos alguns pontos que precisam ser levantados caso você pretenda investir seu rico dinheirinho nessa caixa.


As grandes melhorias também melhoraram, embora prefira usar sem a moldura.

A bandeja onde são acomodadas as pecinhas é meio molenga e vem com as partes soltinhas, eu prontamente colei tudo para ficar mais firme o que resolveu pra mim um dos problemas, MAS nem pense em deixar os componentes soltos, apesar de terem seus espaços arrumadinhos eles não são espaços fechados então se não estiverem num ziplock a chance de zonear tudo no transporte é quase certa.

Outra coisa que eu achei é que poderiam ter já ter incluído o espaço para os componentes da Farmers of the Moor, única expansão grande do jogo e que traz novos componentes, pior é que eles pensaram nisso colocando a divisória para as cartas que vem nele, mas não o espaço nas bandejas.

Mas no final das contas a caixa de 15 anos do Agricola é lindona demais, eu como fã assumido do jogo (e do autor) fiquei bastante feliz com ela e já estou acomodando coisas que eu tinha na primeira versão nela para ficar só com essa caixa quando for puxar pra jogar, acho que como produto ela fica um pouco atrás de outras caixas comemorativas (como a do Ticket to Ride ou a do Puerto Rico), mas para quem curte o jogo ou para quem finalmente vai pegar uma edição, acho que vale o investimento.


Finalmente conseguimos tirar a vaca da sala (que ganhou um espacinho só dela).
 

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Caverna : Os Povos Esquecidos


Caverna é para mim um dos melhores jogos de todos os tempos, uma obra-prima do grande Uwe Rosenberg e que somente com o jogo base já traz para mesa uma complexidade e prazer que apenas um seleto grupo de jogo proporciona (tem resenha dele aqui).

Dito isso lembro que quando a expansão d'Os Povos Esquecidos saiu na Essen de 2018 eu fiquei bastante animado com as possibilidades e depois do Fel Barros (outro grande fã do jogo) me falar que depois dela nunca mais jogaria somente com o base eu fiquei ainda mais pilhado pra tê-la e depois de anos sem consegui-la finalmente ela chega ao Brasil.

Nessa expansão temos 8 raças assimétricas para os jogadores começarem as partidas, cada raça escolhida no setup inicial traz novas peças de mobília que substituem alguma do jogo base fazendo com que o mercado fique bem diferente a cada partida.

Oito raças que dão um "sabor" todo novo ao Caverna.

Além disso são introduzidos dois novos recursos, os cogumelos que podem ser trocados por legumes a qualquer momento e valem como dois alimentos e as frutas-joia que podem ser trocadas por rubis e também valem como dois alimentos caso você precise.

Mas o mais legal são realmente as novas raças e o que cada uma traz de novidade tanto no setup quanto na forma de jogar com por exemplo os Elfos que são criaturas da floresta então você pode construir peças de mobília livremente fora das cavernas.

Dependendo da raça na hora da construção você pode construir mobílias fora da caverna.

Outra raça bem legal são os Silicoides, criaturas que parecem feitas de rochas e que tem como fonte principal de alimentação as pedras e também acabam tendo desconto nas construções que necessitem pedras como custo.

Completando as novidades temos a adição dos Goblins que funcionam como os anões adicionais do jogo base, mas são preguiçosos e desastrados, então toda vem que você escolher um Goblin para realizar uma das ações de colheita, ele vai acabar deixando cair alguma coisa pelo caminho além de precisar ser usado por último na hora da escolha dos trabalhadores.

Todas essas novidades realmente dão um novo vigor ao Caverna original e fazem de cada nova partida uma experiência bem diferente da anterior pela combinação de raças que podem aparecer e mobílias que entrarão no setup e se o jogo já era maravilhoso realmente com Os Povos Esquecidos fica ainda melhor.

Além de novas raças, novos recursos como as fruta-joia.
 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Nova Luna


Um dos candidatos ao Spiel des Jahres desse ano, Nova Luna é um abstrato de colocação de tiles do grande Uwe Rosenberg em parceria com outro grande designer, o Corné van Moorsel, onde os jogadores compram tiles de um mercado central e vão colocando montando um mosaico de cores, e cumprindo os objetivos dos tiles.

O mercado central é formado por 11 espaços, nele são colocados tiles coloridos que tem um valor e de zero a três objetivos para serem cumpridos pelo jogador.

Na sua vez você pega a lua, anda de um a três espaços e pega o tile, o valor mostrado nesse tile vai indicar quantas casas você anda na trilha de turno, isso lembra muito o Patchwork, pois quanto mais você andar nessa trilha, mais tempo fica pra jogar, pois o jogador da vez é sempre o último nessa trilha.

Você compra um tile no mercado central,
e adiciona ao seus tentando cumprir os objetivos.

O grande lance aqui em Nova Luna é essa colocação de tiles para cumprir os objetivos, em cada objetivo temos que fazer uma cadeia de adjacência com as cores pedidas, então se um tile pede que você esteja adjacente a outro tile azul, ao cumprir essa exigência você coloca um dos seus marcadores e fica mais perto da vitória.

Pra mim a genialidade desse jogo está no aproveitamento da colocação dos tiles em cadeia, pois uma vez que você consiga colocar mais de um tile da mesma cor adjacente, ele começa a contar como uma grande cadeia, então você pode posteriormente já comprar um tile praticamente resolvido.

Cada tile tem a quantidade de casa que você anda,
e os objetivos de cores à serem cumpridos.

O jogo prossegue até que o primeiro jogador consiga colocar todos os seus marcadores nos objetivos dos tiles, o jogo também acaba se algum jogador precisar comprar um tile e não conseguir, e aí quem tiver menos marcadores sobrando no seu estoque é o vencedor.

O Uwe aqui com o Corné, fazem essa dobradinha que pega muito bem o que cada um tem de melhor em designer de jogos, as sacadas de aproveitar bem os tiles que já estão no tabuleiro, como no Factory Fun, com a questão do tiles que te fazem ficar mais pra trás mas te dão mais possibilidades como tem no Patchwork.

Por enquanto ninguém falou nada de trazê-lo para o Brasil, mas fica a torcida, pois é um jogo muito bacana e que tem muito o perfil do público brasileiro.


A grande sacana, é tentar criar as cadeias de cores para
 
conseguir colocar tiles já praticamente cumpridos.