quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Com qual idade você vai colocar o primeiro cubo na mão do seu filho??


Outro dia um amigo me perguntou qual jogo apresentar para o sobrinho de 4 anos, discutimos algumas opções e tals, mas isso me fez pensar nas inúmeras vezes que pais chegam até mim ou nos grupos de jogos perguntando a mesma coisa, e aí resolvi escrever um pouco sobre isso até pela experiência de ter dois filhos e ambos terem crescido junto aos jogos de tabuleiro modernos.

Na minha vida os jogos sempre estiveram presentes a vida toda, mais do que isso, os brinquedos lúdicos estiveram na minha vida o tempo todo, e isso fez com que eu sempre estivesse jogando alguma coisa com irmãos e primos, e tivesse esse prazer até hoje.

Então, quando meu primeiro filhote nasceu em 2007 (mesmo ano em que criei o blog) a pergunta sempre foi, quando ele poderia começar a jogar meus jogos e até o que ir apresentando pra ele.

Os jogos da HABA seriam excelentes opções para os menores
mas são poucas as opções no Brasil.

Na verdade é que não vale à pena pular etapas, os primeiros anos da vida deles é de muitas descobertas, então os brinquedos são fundamentais no desenvolvimento cognitivo e motor, e existem muitas opções clássicas que atendem essa primeira fase, como blocos de empilhar, encaixe de formas, que não são necessariamente jogos, mas tem uma organização um pouco mais elaborada.

Aqui no Brasil poucas editoras tinham jogos para crianças ainda na pré alfabetização, eu tive sorte de conhecer amigos que deram de presente ao Arthur jogos da alemã Haba, que atendem bem aos pequenos com opções desafiadoras mas dentro de idades que variam dos 3 ou 4 anos em diante.

As opções de mercado hoje aqui ainda são escassas, então procurar alguns clássicos da Estrela ou Grow que sempre tiveram jogos/brinquedos muito bons que acabam ainda sendo boas referências antes de efetivamente colocá-los diante de coisas mais complexas para as cabecinhas deles.

Por mais que você queira, primeiro deixa eles
brincarem, com o tempo os jogos chegam.

Não estou querendo aqui dizer que uma criança de 5 ou 6 anos não vá entender determinada regra, mas possivelmente não vá entender as nuances do jogo, e isso talvez estrague a experiência para ele e pode afastá-lo dos jogos pela frustração de não ter curtido como deveria àquele jogo.

Tive sorte de com o Arthur crescendo e a chegada da Alice a gente ter já ficado escolado com o primeiro filho e então além de termos já jogos do irmão, sabermos quais jogos apresentar em cada idade, então hoje ele com 13 e ela com 7, são jogadores que já enfrentam um Carcassonne super tranquilamente.

Minha dica então é que você sinta o "terreno", veja os interesses, aqui a Alice jogou até desmanchar o Candyland, que ela ganhou com uns 4 anos e vê mesa ainda hoje mesmo com diversas opções mais modernas, já o Arthur sempre foi fã de jogos que pode ser mais demorados, pq ele curte ficar muito tempo na mesa, então hoje os jogos preferidos dele são o Manhattan Project e o Caçadores da Galáxia.

As opções vão crescer, conforme
eles também crescem.

Jogos com apelo visual também sempre vão ajudar, e nisso a Haba realmente é campeã, o Animal Upon Animal e o Rhino Hero estão aí esgotados que não nos deixam mentir, e aposto que se tivéssemos mais jogos deles no Brasil, seriam também campeões de venda.

O lance mesmo é não colocar o carro na frente dos bois, não adianta empurrar um jogo moderno para uma criança que não tem paciência nem pra jogo da memória, afinal não é uma opção de presente barata e você pode acabar mais frustrado do que a criança.

Afinal, criando a próxima geração de jogadores, trazendo essa mulecada que está sempre tão vidrada nos eletrônicos para a mesa, está garantindo que mais pra frente tenha companhia para quando as regras começarem a ser difíceis para você. 

Mas paciência, com o tempo você acaba tendo
parceiro de jogatina pra vida toda.

 

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