quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Hokusai



Criado pelo casal Bianca Melyna e Moisés Pacheco, em Hokusai somos aprendizes da milenar técnica de pintura ukiyo-e, cujo maior artista dá nome ao jogo e para isso vamos precisar da ajuda de sábios mestres e artesãos e ir em busca dos pigmentos certos para podermos completar as nossas obras.

No setup inicial do jogo recebemos um saquinho onde colocaremos os pigmentos que serão utilizados durante a partida numa mecânica de bag-building, além disso temos o nosso player board onde ficarão as obras que estamos trabalhando, o mestre (que é um poderzinho individual) e os artesãos que nos auxiliam.

O rondel com a sua parte estática e uma parte móvel é um dos destaques do jogo.

No centro temos um rondel onde são selecionados cinco tokens de ação (que mudam a cada partida) além dos espaços onde ficarão disponíveis para compra os pigmentos, artesãos e as obras.

A primeira coisa à fazer é comprar do seu saquinho seis tintas, aqui vale colocar que no jogo nós temos as três cores básicas (que posteriormente podem ser misturadas) além da cor preta, que vai servir para movimentarmos o aprendiz pelo rondel e que são repostas sempre para seis ao final da sua rodada.

No seu board você coloca seus quadros, artesãos e os pigmentos, além dos tokens para o set-collection.

Na sua rodada você pode escolher uma dentre quatro ações possíveis que são misturar as cores (gastando duas bases para transformar em uma composta e colocar no seu saquinho), finalizar um dos seus quadros, mover-se no rondel (onde podemos pegar novas gotas, artesãos ou quadros ou ativar um dos tokens de ação) ou passar.

Além disso temos duas ações extras que são ativar os mestres artesãos (que tiram tokens dos quadros, para podermos começar a pintá-los) e/ou colocar pigmentos nos nossos quadros para posteriormente completá-lo.

A grande "engenhoca" do jogo está no funcionamento do rondel, que além de ter a parte estática onde ficam as cartas e os tokens, tem a parte que se move toda vez que algum jogador mistura pigmentos ou termina uma obra.

Ao ir no tabuleiro central você vai conseguir ajudantes e tokens para fazer sua pintura mais rapidamente.

Quando isso acontece, o jogador que realizou a ação escolhe a forma com que o rondel de pigmentos irá mover, ao parar ele realiza como bônus a ação do token indicado pela seta e os outros jogadores ganham um pigmento de lambuja.

Outra coisa muito bacana dentro do jogo é quando terminamos o quadro, que acontece ao colocarmos todos os pigmentos necessários nele e gastamos uma ação de finalizar nossa obra.

Ao finalizarmos um quadro, vamos colocá-lo numa "exposição" que ao ser encaixado faz com que você possa disparar uma série de outros bônus, mas isso vai depender da melhor forma com que você faça isso, podendo te dar pigmentos compostos, artesãos e/ou outras obras para serem pintadas.

Ao finalizar uma obra, ela vai pra "exposição" onde você pode ganhar uns bônus ao encaixá-la.

O jogo segue nesse fluxo até que tenhamos 11 quadros na exposição e quando isso acontece contamos os pontos dos quadros, objetivos pessoais e objetivos comuns, além dos set-collections dos tokens que retiramos dos quadros, no somatório final quem tem mais pontos se torna um grande artesão.

Hokusai vai entrar em financiamento coletivo no segundo semestre de 2021 em uma parceria da Ludens Spirit com a Moby Studios, essa versão que eu joguei ainda está sendo lapidada, mas já se apresenta como sério candidato a um dos melhores jogos de autores nacionais, a Bianca e o Moisés mais uma vez fazem um trabalho super competente e inteligente em um jogo visualmente cativante (com destaque pro design gráfico do André Teruya) e com mecânicas muito bem encaixadas.

 

2 comentários:

Daniel Nadi disse...

Eu não sou designer de jogos e nem sommelier. Sou apenas um graffiteiro que acompanha o seu site e curte o hobby. Não é uma crítica ao jogo, estou sendo apresentado á ele agora. Uma coisa que eu gostaria muito é ver menos essa questão da mistura de cores primárias para gerar novas cores e desenvolver uma pintura. Foi e é muito usada, o graffito tem essa questão também. Gostaria de ver novas soluções para essa questão. Talvez isso só sinta quem trabalha com algo nessa linha ou viva isso na rotina. Foi só um desabafo mesmo.
De qualquer forma, fiquei bastante interessado no tema e em como o Rondel e o encaixe das peças funcionam. Um abraço.

Daniel Nadi disse...

Eu não sou designer de jogos e nem sommelier. Sou apenas um graffiteiro que acompanha o seu site e curte o hobby. Não é uma crítica ao jogo, estou sendo apresentado á ele agora. Uma coisa que eu gostaria muito é ver menos essa questão da mistura de cores primárias para gerar novas cores e desenvolver uma pintura. Foi e é muito usada, o graffito tem essa questão também. Gostaria de ver novas soluções para essa questão. Talvez isso só sinta quem trabalha com algo nessa linha ou viva isso na rotina. Foi só um desabafo mesmo.
De qualquer forma, fiquei bastante interessado no tema e em como o Rondel e o encaixe das peças funcionam. Um abraço.