terça-feira, 27 de outubro de 2020

Impressões sobre a SPIEL.digital


Aconteceu nos dias 22 a 25 de outubro a SPIEL.digital, que foi a versão "pandêmica" da maior feira de jogos de tabuleiro do mundo, a SPIEL em Essen, e como aconteceu na GenCON desse ano, os organizadores precisaram dar uns pulos para fazer a feira acontecer, e apesar da cara organizada, o resultado ficou aquém do esperado.

Quando recebi o convite para participar como criador de conteúdo, o material que me foi enviado era de encher os olhos, a feira ficou dividida em "mundos", que eram basicamente a área de interesse dos jogos, então havia a área para jogos família, jogos de cartas, jogos expert entre outros.

Mais uma vez a Business 2 Board conseguiu junto à organização alemã, um espaço brasileiro ENORME, que ficou chamado de SPIEL Brazilian Pavilion e estava em todos esses mundos, o que teoricamente daria uma visibilidade muito grande para nós.

 A feira era divida em "mundos" e
Brazilian Pavilion estava em todos eles.

As editoras nacionais também estavam presentes com estandes e eventos de apresentação dos seus lançamentos, para tentar alcançar parcerias com as editoras no resto do mundo e também os autores independes entraram com seus protótipos, e bem, aqui começamos a esbarrar em problemas.

A plataforma criada para "business" dentro da feira era muito confusa, e apesar do alto custo de inscrição para o visitante leigo, era quase impossível chegar nesses protótipos, e mesmo para as editoras, era complicado, tanto que os autores se viram precisando criar formas alternativas de conseguir fazer com que sua apresentação chegasse a quem eles desejavam.

De positivo tivemos a parceria do Tabletopia que liberou a assinatura "premium" para todos os visitantes, que puderam criar mesas e conhecer os jogos mesmo sem a apresentação "formal" das editoras, e isso vai se estender até o final do ano, então ainda dá pra testar em jogos pela plataforma (caso você tenha uma conta por lá).


As palestras dentro do Educator's Day foram em sua

maioria feita por brasileiros.

Na participação brazuca, como reflexo da GenCON, tivemos palestras super interessantes sobre Eduação e Representatividade, dentro do Educator's Day, que foi um dia dedicado e que segundo o Arnaldo Carvalho (um dos organizadores dessa parte), das 29 atividades 18 foram apresentadas dentro do Brazilian Pavilion.

Mas dentro de uma feira de jogos, o que esperamos é conhecê-los, nesse intuito tentei dar uma passeada tanto pelo que estava sendo apresentado lá fora, quanto com o que estava chegando no Brasil.

O Board Game Geek mais uma vez pra mim foi o destaque com o seu canal no twitch apresentando os jogos como eles geralmente fazem na feira física, com hora certinha, um overview bem explicado e com transmissões quase que no decorrer do dia todo, foi como sempre, o lugar mais organizado para se encontrar os lançamentos. 

Como sempre o "espaço" do Board Game Geek foi 
o mais interessante a ser visitado.

Por aqui muita coisa foi apresentada de jogos de autores brasileiros para tentar beliscar o mercado lá de fora, os destaques para mim ficaram principalmente pela parceria da Marvel com a Bucaneiros, na expansão do Gnomópolis da Conclave, e nos anúncios do Brazil: Mundus Imperialis e do 1890 (o primeiro 18XX brazuca) que sairão pela Meeple BR.

Mas editoras como Mitra, Galbs Games, TGM e Funbox também trouxeram jogos interessantes de autores brazucas mostrando que temos já muito coisa boa à caminho sendo trabalhada e finalizada.

O grande lance é que depois de uma GenCON muito mais participativa, o saldo da SPIEL.digital foi inferior (para mim pelo menos), mesmo com uma cara mais organizada, tudo era muito difícil de ser encontrado, apesar dos esforços do Brazilian Pavilion, quem criou conteúdo exclusivo, ficou com o material "jogado" num repositório onde é muito difícil para encontrar as coisas e os critérios de busca deles é horrível.

 O Tabletopia foi a ferramenta mais utilizada para
apresentação dos jogos.

Em se valendo do fato dessa ter sido a primeira edição online e de tudo ter precisado ser pensando em muito pouco tempo, o resultado acho que não foi muito o esperado, para nós que com um pavilhão em todos os "mundos" poderíamos ter uma grande visibilidade, acho que no final ficou sendo algo que as pessoas de fora passavam e não entendiam muito o que estava acontecendo e saiam sem "consumir" nada que era apresentado.

Não deixou de ser um pontapé inicial numa participação mais forte nos próximos anos, e isso se deve muito ao empenho da Business 2 Board em levar a "marca" Brasil para a feira, além é claro das editoras e autores que correram atrás para mostrar ao mundo que o mercado de jogos de tabuleiro por aqui está crescendo e que pode ser muito explorado.


A experiência não foi o que se esperava,
 
mas foi um primeiro passo.
 

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