sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Oportunidades do Setor Criativo no Mercado de Jogos de Mesa


Ontem aconteceu aqui no Rio uma palestra/mesa redonda sobre Oportunidades do Setor Criativo no Mercado de Jogos de Tabuleiro, mas o que seria isso e por que é tão importante falarmos desse tema?

Hoje nós temos um mercado de jogos de tabuleiro no Brasil em franca ascensão, com editoras faturando em faturamento na casa dos milhões de reais mas ainda com a maioria do material sendo feito na China e trazido para cá, muito pelo preço oferecido, mas também pela falta de expertise das gráficas e fornecedores por aqui.

Foi mirando nessa lacuna que os amigos Léo Ramos, Cecília Dante e Leandro Nunes pensaram em chamar designers, ilustradores, autores, pessoas do mercado gráfico e trouxeram o pessoal da Conclave, Geeks'n Orcs, TGM e Imagine Jogos para contar um pouco das necessidades do mercado e como o pessoal pode começar a transformar uma "periferia" de pessoas que hoje tem em sua maioria contatos informais com as editoras, em profissionais para levarmos o mercado a outro patamar.

 A mesa contou com as editoras e mais nomes como
Daniel Lustosa (ilustrado) e Patrick Matheus (autor)

O evento aconteceu no CRAB - Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, um espaço no Centro do Rio que foi revitalizado pelo SEBRAE e recebeu mais de 80 pessoas para esse bate papo.

Durante duas horas os convidados falaram sobre as dificuldades de se produzir no Brasil, de contratar profissionais que atendam os requisitos básicos, como emissão de nota, além disso trouxeram portfólio de gráficas de fora do país para mostrar um caminho de como podemos alcançar esse nível de entrega aqui no Brasil.

O bate-papo foi super descontraído, com as pessoas interagindo, inclusive com o pessoal do SEBRAE dando dicas super valiosas para os profissionais conseguirem sair da informalidade tirando um CNPJ como MEI - Micro Empreendedor Individual.

 Ainda falta muito aqui, mas gráficas como a Panda da China
levam aos eventos, um portfólio de material de cair o queixo.

Mas o que mais valeu, foi saber que esse é um primeiro encontro de uma série que vai acontecer ao longo de 2020 e que culminará em um grande evento voltado para as editoras, profissionais e produtores para que possamos em breve conseguir uma produção com a qualidade que o público exige, mas também com um preço competitivo com o mercado chinês.

Foi dado o primeiro passo para que o nosso mercado, que a cada ano cresce ainda mais, possa finalmente começar a se profissionalizar para quem sabe no futuro começarmos a exportar tanto mão de obra, quanto jogos já prontos (quem sabe?).

A galera compareceu e foi uma noite muito
proveitosa para os presentes.

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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Bushido


Em Bushido, dois jogadores se enfrentam numa batalha para defender a honra do seu clã, para isso usam cartas num confronto de ataque contra defesa até que um dos dois saia vencedor.

Cada jogador recebe inicialmente três cartas de golpes básicos, então escolhem dentre um dentre cinco grupos de cartas especiais, mais duas cartas para formar a sua mão de cinco cartas para usar durante a partida.

Na rodada existe um jogador que será o atacante e o outro o defensor, as cartas básicas tem ações para ambos os lados, já as especiais podem ser mais específicas mas requerem um custo em energia, que no início do jogo é zerada.

 Um jogo de ataque contra defesa.

Então na rodada, cada jogador escolhe secretamente uma carta e coloca no dojo, abrem simultaneamente e é feita uma conferência da área atingida pelo atacante.

São três possibilidades, o ataque à cabeça, e aos flancos esquerdo e direito. Caso o jogador defensor jogue uma carta que consiga aparar o golpe, os jogadores recolhem suas cartas e invertem no campo quem ataca e quem defende.

Mas no caso do defensor não conseguir aparar o golpe, ele recebe dano e vira uma das suas seis fichas de vida para o lado de energia, podendo assim posteriormente usá-las nas cartas mais poderosas que às iniciais.

Além disso o jogador que acerta o golpe fica com a carta que causou dano "travada", ficando assim com apenas quatro cartas na mão e dando uma pista ao jogador adversário o que pode vir pela frente.

 As cartas básicas você joga a qualquer momento,
mas as especiais, só com energia.

Assim que um dos jogadores perde todos seus pontos de vida, ele é derrotado e o samurai do outro clã é considerado o vencedor.

Bushido é um jogo extremamente simples, me incomodou o fato de você ter cartas especiais que só podem ser usadas depois que você toma algum dano, e grande parte delas requer que você perca pelo menos um terço da sua vida para que possam ser usadas fazendo com que em boa parte da partida, que é bem rapidinha, você só use as cartas básicas.

O jogo está em pré-venda pelo Catarse e vai sair pela estreante On the Table, e com a arte linda do André Teruya e criação do grande Sanderson Virgulino.

A arte caprichadíssima.
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terça-feira, 26 de novembro de 2019

La Viña


Lançado recentemente pela Devir aqui no Brasil, em La Viña os jogadores são herdeiros de um vinhedo e precisam mostrar o seu valor para voltar a produzir com qualidade e assim ficar com essa Vinha para você.

Inicialmente os jogadores recebem dois cestos para coleta das uvas, barris de entregas, além de uma das cartas dos apanhadores de uvas, que indicam a cor do jogador mas não tem poderes diferenciados.

um caminho do vinhedo é formado e são distribuídos duas cartas de cada lado, e no final temos as cartas de adegas definidos pela quantidade de jogadores e que são diferentes entre si.

 Os jogadores vão sempre pegar a primeira
uva, à menos que usem alguma ferramenta.

A rodada do La Viña funciona da seguinte forma, o jogador mais atrás na trilha é o jogador da vez, ele escolhe um dos espaços vagos no vinhedo e para ali e pode pegar uma das cartas de uvas disponíveis ao lado do caminho, ou pode esperar para esperar alguém pegar uma uva que esteja por cima e pegar a carta debaixo ao sair do espaço posteriormente.

Existem também ferramentas que você consegue durante a partida que te ajudam a pegar mais uvas, as uvas que ficam por baixo ou até mesmo uvas de espaços por onde você já passou.

Sempre o último jogador da fila é o da vez, então pode acontecer do mesmo jogador jogar mais de uma vez antes de passar para o próximo.

 Ao pegar a carta de uva você precisa colocar em uma
das suas cestas, mas uma vez lá elas só saem na entrega.

Ao chegar no fim do vinhedo, você pode entregar uma das suas cestas para as adegas disponíveism você sempre tem que esvaziar a cesta toda, mas só vai pontuar pelas uvas que a adega pede.

O lance do jogo são justamente as cartas de adega, existem quatro tipos diferentes de uvas, algumas adegas são especializadas, outras aceitam uvas de tipos variados e ainda tem a cooperativa, que paga pouco, mas acaba sendo uma forma de esvaziar a cesta ganhando uns pontinhos.

O jogo segue até que o primeiro jogador gaste todos os seus barris de entrega, o jogo prossegue até que a rodada seja completada, somam-se os pontos de cada um e quem tiver o maior somatório ganha.

La Viña acaba sendo um jogo levinho, gostoso, fácil de aprender, por ser pequeno e se jogar em no máximo uns 40 minutos, acaba sendo uma boa opção de jogo para se ter pra levar em viagens e reuniões de amigos.

 Ao fazer a entrega na adega você deixa um dos seus barris
e ganha os pontinhos referentes.

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sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Kingdom Builder


Em Kingdom Builder, os jogadores vão construir suas vilas de acordo com o terreno sorteado, e tentando sempre tirar melhor proveito das cartas de pontuação de final de jogo para conseguir ser o melhor construtor.

No setup inicial vamos sortear 4 seguimentos de tabuleiro para montar o terreno inicial, cada segmento tem um poder especial para ajudar aos jogadores, além disso são sorteadas três cartas de pontuação da final de jogo, cada jogador pega então 40 vilas e sorteia uma carta de terreno e a partida começa.

As regras são extremamente simples, na sua vez você pode construir até três vilas no terreno da carta que você tem na mão, uma vez construído você compra outra carta e passa a vez.

 As cartas de objetivo vão te dar um norte de
como levar a partida.

Alguns detalhes devem ser observados, ao construir você deve sempre dar preferência na construção adjacente à vilas previamente colocadas no tabuleiro, no casa de não haver um terreno compatível obedecendo esse requisito, aí então você pode espalhar suas vilas.

Outra coisa é que construir ao lado dos castelos e dos locais especiais, vão te garantir pontos no final do jogo ou tiles para serem usados durante o seu turno para darem algum tipo de bonificação junto a construção das vilas.

 Cada segmento tem um tile de poder
especial para ajudar aos jogadores.

O jogo prossegue até que o primeiro jogador tenha colocado suas 40 vilas no tabuleiro, a rodada então deve ser terminada para que todos tenham a mesma quantidade de turnos e a pontuação é feita baseando-se nas três cartas sorteadas lá no início da partida.

Kingdom Builder é um jogo tático, você vai precisa se adaptar à carta da rodada tentando tirar o melhor proveito em relação a seu posicionamento e às cartas sorteadas para pontuação, acho ele um jogo simples, mas que funciona bem para mostrar a novos jogadores.

Ele chegou ao Brasil pelas meninas da Calamity Games na caixa básica ou na Big Box que vem com outras cinco expansões para deixar o jogo mais interessante e diferente a cada partida.

Ao ficar ao lado dos tiles especiais você pode
ganhar bônus ou pontos no fim do jogo.

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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Game Con Paraty


Nos últimos dias 15 a 17 rolou a primeira Game Con Paraty, organizada pela D20 Board Games foi um evento que reuniu jogatina, passeios e muita diversão em três dias inesquecíveis.

No primeiro dia a galera foi logo recepcionada por uma mesa cheia de jogos disponíveis para a jogatina, além de duas mesas super especiais, a da Galápagos Jogos e a da Conclave, com apresentações exclusivas de novidades que chegarão ao mercado em breve.

A Conclave estava lá com a sua "trilogia das máscaras" e como era de se esperar, a produção do Cuzco está primorosa, vale muito à pena ter os três na coleção, e em breve tem resenha desse (e do Mexica que eu estou devendo), para o povo conhecer mais o jogo.

 A estrutura da pousada foi ótima, excelente espaço,
acomodações e os drinks!

Além disso a ótima notícia da chegada do divertidíssimo Ice Cool ainda para esse ano e do DC Deckbuilding Game : Rebirth, outro que fez sucesso durante o evento, o Medium e o Arboretum.

A Galápagos trouxe além dos seus lançamentos mais recentes, o Azul Summer Pavilion que gastou mesa de tanto que foi jogado, o Obscurio, o divertido Match Madness. Era : Medieval Age, Exploding Kittens e o Bosk, além de organizar um selado de Keyforge com decks da expansão A Era da Ascensão e dando como prêmio os inéditos decks do Colisão Entre Mundos.

A galera jogou até umas 22h e depois um povo partiu para a loja D20 enquanto outros preferiram ficar em volta da piscina jogando umas coisinhas mais leves, já que o segundo dia prometia um passeio de escuna e tínhamos que acordar cedo.

 A galera compareceu, e jogou o quanto pode!

Confesso que quando vi na programação um passeio de cinco horas de escuna, eu torci o nariz, até porque estava com minha família e fiquei receoso dos filhotes enjoarem (em todos os sentidos) e o passeio se tornasse um programa furado, mas me enganei muito.

A primeira grande sacada do Carlos Etiene (organizador e dono da D20) foi fechar a escuna só para o evento, então éramos os reis da parada, e acho que a maior sacada dele foi "gamificar" o passeio, chamando a galera do Lord of the Quiz para deixar a gente sempre na atividade com o quiz de cultura nerd. Foi uma jogada de mestre!

As cinco horas de passeio passaram voando, muito mergulho, galera rindo e trocando ideias, um dia de sol lindo demais, e todo mundo aproveitou ao máximo, foi muito legal ver que geral estava brincando no quiz e realmente curtindo.

 O passeio de escuna foi um diferencial
super positivo do feriadão.

Voltando pra pousada, mais jogatina no mesmo esquema de ficar até 22h por lá e depois ir para a loja, e aqui pra mim foi a única coisa que precisa mudar para a próxima edição, conseguir fazer com que toda a estrutura de jogos e mesas para jogar fique disponível o tempo todo na pousada, aí aposto que a jogatina não ia parar.

No domingo foi mais um encerramento, a galera tomou café da manhã, aproveitou um pouco da piscina, jogou mais um bocadinho e partiram para as suas casas levando uma ótima recordação do fim de semana da Game Con Paraty.

Deixo aqui meu agradecimento ao Carlos pelo convite, e pode ter certeza que estaremos na segunda edição, e para os que não puderam ir, já vão se organizando para a segunda edição em 2020, será no segundo semestre e vale cada momento.

O "capitão" Carlos que juntou a galera pra uns
dias inesquecíveis.

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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Villagers


A Peste Negra devastou a Europa da Idade Média, em pouco tempo as pessoas se viram com escassez de praticamente tudo, e os anos que se seguiram foram de reconstrução, mas você precisa escolher bem quem vai fazer parte do seu novo vilarejo para que ele cresça e prospere.

Com essa premissa, Villagers é um card-game onde à partir da sua carta de fundador, você precisa a cada rodada escolher pessoas capacitadas para fazer a sua vila funcionar e assim no final do jogo ter mais ouro que seus adversários.

A partida de Villagers tem várias rodadas, e cada uma delas é dividida em duas fases distintas, a primeira onde vamos escolher cartas que virão para nossa mão, e posteriormente a segunda fase, onde vamos baixar essas cartas na nossa vila e assim ativar o poder delas.

 Você vai contratar pessoas que ajudem
a sua vila a prosperar.

Um aspecto que eu curti muito foi a progressão do jogo, nas cartas temos profissões e algumas precisam de pré-requisitos, então você precisa ter na sua vila um minerador, pra pode posteriormente ter um ferreiro, para pode ter então um joalheiro e por aí vai.

Esse efeito "cascata" das profissões é a grande sacada do jogo, e é nela que você vai precisar ficar de olho na fase de ofertas de cartas. para mesmo que você não consiga baixar logo determinada carta, você fique com ela na mão para baixá-la no momento certo.

Os efeitos em "cascata" das profissões, são
a grande sacada do jogo.

As rodadas seguem nesse fluxo e em dois momentos distintos temos uma conferência de pontos, no primeiro apenas determinadas cartas vão contar, mas a última contagem também fecha o jogo, nesse momento tudo que pode ter dar pontuação, vale, e aí temos as profissões que na verdade são "combinhos" de pontos, então é importante ler o jogo para não ficar com essas cartas na mão.

Feita a contagem o jogador com a maior quantidade de pontos é o vencedor.

Villagers é um jogo simples, mas impressionante estruturalmente, você passa a partida toda de olho na melhor combinação das profissões e até em não deixar boas oportunidades passarem para a vila dos amiguinhos, ele é um jogo que ainda não saiu no Brasil, mas pela produção relativamente tranquila, poderia ser uma excelente pedida.

Guardar as cartas e baixá-las de forma a tirar
o melhor delas, é uma das sacadas.

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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Santo Domingo


Em Santo Domingo, recém lançado pela Paper Games no Brasil, os jogadores serão importantes mercadores tentando tirar lucro dessa que foi uma das mais importantes cidades mercantes do "novo mundo" durante o século XVI.

No setup inicial cada jogador receberá um baralho de oito cartas, e com elas todo o seu jogo é resolvido, além disso duas cartas para marcarmos as nossas mercadorias e os pontos de vitória e finalmente montamos no centro da mesa um tabuleirinho onde serão marcadas as trilhas de comércio, mercado e pontos.

As regras são super simples, durante a rodada todos os jogadores escolherão secretamente uma das suas oito cartas e colocarão à sua frente, uma vez que todos tenham feito a sua escolha, abrimos as cartas e pela ordem numérica das cartas resolvemos as suas ações.

 As cartinhas são a alma do jogo, e saber
o momento de jogá-las é crucial.

O grande barato do Santo Domingo é justamente aqui, as cartas geralmente são variações entre pegar coisas, sejam pontos ou mercadorias, ou trocar coisas, mercadorias por pontos e até cartas por mercadorias.

Mas como o jogo é resolvido na ordem, cartas melhores serão resolvidas depois, então pode acontecer de os jogadores irem de olho grande e acabarem conseguindo menos coisas se tivessem sido mais humildes, então o jogo precisa ter uma leitura de mesa muito grande.

Além disso outra coisa bem interessante do jogo é o tabuleirinho central, como alguns elementos são retirados diretamente desse mercado, é preciso ficar de olho nele para tentar explorá-lo da melhor forma.

 O mercadinho central precisa sempre ser
observado para melhor aproveitamento.

A rodada termina depois de todas as cartas terem sido resolvidas, então o mercado anda conforme o número de jogadores e verifica-se se nenhum jogador atingiu 30 pontos de vitória, caso ainda ninguém tenha chegado a essa pontuação, o jogo segue para uma nova rodada.

Santo Domingo é um jogo bem apertadinho, inteligente e que requer muita observação das cartas jogadas pelos outros jogadores para saber o melhor momento de descer às suas, e como são apenas oito cartas, a marcação é sempre cerrada deixando um joguinho rápido bem tenso.

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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Calavera


Do mesmo criador do Carcassonne, Calavera é um roll-and-write com uma pegada diferentinha, onde os jogadores precisam ir longe nas suas trilhas para tentar pontuar, mas se forem longe demais começa a não valer à pena.

Os jogadores recebem sua ficha para marcação, que consiste em quatro linha e várias colunas, o jogador da vez rola seis dadinhos para a sua rodada, os dados tem as quatro cores indicadas na ficha, além de uma face com uma caveirinha e uma face com uma rosa.

Você tem direito a duas re-rolagens, o lance aqui é o seguinte, se não sair nenhuma caveirinha ao final das rolagens, o jogador da vez escolhe uma das cores ou a rosa (que serve como coringa) e marca na sua ficha a quantidade total de faces que saíram.

Se não saírem caveirinhas, o jogador da vez
se dá bem, caso contrário é bom pra todos.

O barato no Calavera é que se por acaso sair alguma caveirinha em qualquer momento da sua rolagem, o dado fica travado, e os outros jogadores vão poder usufruir dos dados não utilizados pelo jogador da vez, escolhendo também uma cor ou a rosa para marcar na sua trilha.

Mas não para aí, se na rolagem saírem três caveirinhas o jogador da vez não pode marcar nada, então as vezes vale a pena se contentar com uma rolagem meia boca para não ajudar demais os amiguinhos e pior, acabar não marcando nada.

Outra coisa bem legal do jogo, é que conforme você vai avançando nas colunas, elas vão valendo mais pontos, até um momento em que atingem seu ápice (com 10 pontos), e à partir daí vai decrescendo podendo até tirar pontos ao final do jogo.

Você vai marcando e tentando não passar das
colunas amarelas, para não perder pontos.

Mas como então você se livra dessa penalidade? Bem, você precisa "travar" as cores, para isso ao entrar nos espaços amarelos da ficha, você gasta duas ou três flores para travar aquela linha e não correr o risco de ser obrigado a marcar mais vezes nela e acabar perdendo pontos.

O jogo termina quando o primeiro jogador travar as quatro linhas, somam-se os pontos das linhas e pontos pelos quadrantes da ficha que forem fechados (o primeiro jogador a fechar um quadrante tem vantagem aqui) e quem tiver o maior somatório leva a partida.

Calavera não traz nada de muito novo, mas é muito gostoso de jogar, tem um viés de ficar marcando o amiguinho pra tentar fazer com que ele marque em linhas que ele acabará perdendo pontos que faz o jogo acabar tendo uma interação bem legal.

O jogo saiu lá fora com uma produção bem bonitinha
e bem que podia vir para o Brasil também.

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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Essen : A primeira vez a gente não esquece!


Como todo jogador envolvido no hobby, ir a SPIEL  é uma meta que a gente sempre quer atingir quando descobre do que se trata. Já estava me programando para tentar ir há algum tempo, mas devido principalmente aos custos, tudo precisa ser bem pensado e planejado.
Esse ano consegui ajustar as coisas e ainda tive uma motivação extra, o fato de ter a editora, que aumentou a vontade (e de certa forma a necessidade) de ir para o paraíso dos amantes do tabuleiro.

Planejamento

Comecei meu planejamento em abril, assim que comprei as passagens. Como a minha viagem não era apenas pra Essen (aproveitei pra esticar as férias na Europa), tive que estudar bem as opções, e acabei enquadrando a viagem de forma que a feira encaixasse no final dela. Pensei nisso principalmente pelas malas que eu possivelmente teria que carregar se eu fosse viajar depois, então decidi passar pelos outros lugares antes. Foi uma boa escolha, apesar de nem ter comprado tanto. Como tive bastante antecedência também consegui comprar Euros com uma taxa melhor e fiquei também ligado no site oficial da feira para comprar os ingressos assim que a venda iniciou.


Aqui vale uma informação para os que tem interesses comerciais na feira: existem tickets por dia e um passaporte para os 4 dias (que sai mais em conta do que comprar 4 diários). Além desses, para quem vai fazer negócios, existe o Trade Visitor Ticket. Ele é vendido em passaportes de 2 dias, e tem a opção de incluir estacionamento. A grande diferença dele é que ele contempla acesso ao Business Lounge, que nada mais é do que um restaurante no pavilhão 3 que fica completamente reservado para quem comprou este tipo de ticket. Além de ter sido bem prático pra fazer algumas reuniões, ajudou na hora de almoçar – momento em que tudo fica bem lotado – pois comer lá dentro foi super tranquilo e confortável.

Hospedagem

Outra decisão a ser tomada - e dúvida de muitos - foi ficar em Essen ou em cidades periféricas a ela. Ficar em Essen é ótimo por motivos óbvios, porém, pode ser mais caro, além do fato de que os principais hotéis já são reservados logo após o término da feira para o ano seguinte (já tentei fazer reserva para 2020 em 2 hotéis recomendados por amigos e não tem mais vagas). É fato que se pode conseguir um Airbnb, mas nesse ponto, recomendo começar a ver já para não ter que ficar apertado lutando por opções ruins. Eu acabei ficando em Düsseldorf, também porque minha esposa estava comigo e para ela seria mais interessante ficar por lá enquanto eu estivesse na feira. O transporte que utilizei de Düsseldorf para a feira foi o trem, ida e volta por 4 dias custa em torno de 80 euros, portanto vale levar isso em conta na hora de decidir ficar mais distante. O trajeto varia entre 40 e 60 minutos, e é relativamente simples. A partir da estação central (Essen Hauptbahnhof), tudo é bem sinalizado para a feira, então é muito tranquilo. São 4 estações até a entrada da feira (Messe Ost/Gruga). A saída da estação é na cara da feira.


Estrutura

A feira é composta de 6 pavilhões e a Galeria, que é um grande corredor entre elas e se torna o elo de acesso entre os pavilhões 2 e 3 até os pavilhões 4 e 5. Existem 3 entradas: a do metro que eu citei é pelo pavilhão 8 (me parece que foi uma novidade dessa edição) e outras duas pelos pavilhões 1 e 3. Na ilustração dá para se ter uma ideia da disposição dos pavilhões (1 a 6 compõem a área da feira em si).

De modo geral, apesar de não ser algo claramente definido, percebi algumas características entre os pavilhões: as maiores empresas e seus super stands estavam majoritariamente nos pavilhões 1, 2 e 3. Os pavilhões 4, 5 e 6 eram cheios de stands menores, e com mais diversidade entre editoras, fábricas, acessórios, etc. O 6 tinha ainda alguns stands de jogos usados, com uma grande oferta de jogos para garimpar.

Existem diversas opções de alimentação, como restaurantes, food trucks e cafés, que ficam geralmente em extremidades e alguns deles na Galeria (que além destes, também hospeda stands com atividades para crianças, Carcassonne gigante, etc). Achei tudo bem organizado e relativamente fácil de se localizar e locomover. A organização disponibiliza em pdf um guia completo da feira em formato de revista no site algum tempo antes da feira, e também disponibiliza essa mesma revista fisicamente na entrada (https://www.spiel-messe.com/en/spiel-guide/).


A feira para o jogador

Já tinha ouvido bastante sobre a SPIEL ser uma feira muito mais pra negócios do que pro publico em geral, e apesar de não ter ido à GenCon ainda – que é o principal parâmetro de comparação – vi muita oferta de mesa pra todos os gostos. Logicamente que em sua maioria, versões de avaliação, mas no geral, quem quer ir a Essen para jogar, vai ter muita opção.

Como fiquei em Düsseldorf não tive a oportunidade de participar das atividades pós-feira que o pessoal costuma ir, como eventos de editoras, Unperfekthaus ou mesmo as jogas nos hotéis, mas certamente se eu for à feira ano que vem, volto para contar sobre isso.

Uma coisa interessante que eu não sabia e acabei descobrindo sem querer: o pavilhão 7, que é uma das portas de entrada e fica completamente sem stands, apenas uma área vazia, se torna durante a feira um grande “mercadão” de trocas e vendas. Estava saindo num dos dias e quando entrei nesse pavilhão tinha um monte de gente com plaquinhas levantadas. Achei bastante curioso e já sei que posso aproveitar esse “mercadão” numa próxima oportunidade!


A feira para compradores

No quesito compras, opções não faltam. Editoras vendem seus lançamentos, promos e exclusividades em seus stands, diversas lojas se posicionam perifericamente nos pavilhões e ainda existem as opções já comentadas dos stands de usados e do “mercadão” informal. Tirando os jogos, que logicamente são o carro chefe dos compradores fervorosos, existe uma infinidade de opções de acessórios pra jogos como inserts, dados, cenários, miniaturas, camisas e roupas para cosplay, enfim, dá pra comprar de tudo, porém eu não achei que os preços eram tão convidativos. Não vi nada muito em promoção, e o fato de estarmos tudo ser em Euros, piora bastante pra gente. Apesar de tudo existem boas opções se você andar com calma e procurar (só não pense que por ser feira vai ter saldão).


A feira para negócios

Como em diversos ramos de negócio, esse tipo de grande feira é um momento pra se encontrar com muita gente que normalmente só temos contato por e-mail ou Skype. E como em quase tudo, networking é importantíssimo. Consegui marcar algumas reuniões com antecedência - o que é essencial porque na hora é bem difícil se conseguir um tempo do pessoal que está expondo – e foi muito legal ter esse contato pessoal com os parceiros já estabelecidos e fechar novas parcerias. Algumas reuniões foram nos próprios stands, em salas reservadas, outras consegui fazer no Business Lounge (que salvou a pátria!) e outras foram menos formais, meio que fora da feira. Acho que de forma geral, a feira abraça esse lado “business” com bastante louvor. O mercado internacional já é muito maduro e é bastante perceptível o preparo das empresas para este momento. Muito legal e importante o contato com as fábricas (em sua maioria chinesas) e ter a oportunidade de trazer pra casa o material promocional que várias delas oferecem para que a gente possa ter ideia do que cada uma produz e da qualidade do material.

Minha conclusão: se tiver a oportunidade vá, sem pestanejar. O ambiente é super legal, você certamente vai poder se divertir muito, jogar muito, encontrar seus designers e produtores de conteúdo preferidos para tirar aquela foto marota e participar dessa suntuosa celebração ao nosso tão amado hobby.

Espero poder repetir a dose em 2020!

 Um agradecimento especial ao amigo Leandro Nunes (da Imagine Jogos) que gentilmente escreveu essa postagem para nós com a sua experiência durante a feira.

https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.bucaneirosjogos.com.br%2Fbuscar%3Fq%3Dteotihuacan%26utm_campaign%3DeaitemjogoTeoti%26utm_source%3Deaitemjogo%26fbclid%3DIwAR3UQWrGiiuohOzmYawjeR6Sk8xXckiYTgsjbo05fZ4m2lPmHGT2WeJ9zkk&h=AT3KeiVfXrSEJzLgt__c4CU1UeR2WWSlHrzmmr11DeXefv97E6_qKDbcv1ryXCzPRDZjJETz2cV-cZQXEhrW6rzixnw0zk3RzThQnT1q9wWGjf1nsKD-NqYo3f34MHYLPTE

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Ex Libris


Você é um colecionador de livros, e o Grão Bibliotecário da cidade resolveu fazer um concurso para premiar a coleção mais completa e linda de todas, mas alguns livros terão destaque e outros serão proibidos, então buscar o equilíbrio e se sobressair diante das outras coleções é a grande sacada em Ex Libris, lançado recentemente pela Galápagos Jogos.

No setup inicial, os jogadores escolhem a sua biblioteca utilizando o lado básico ou a forma mais bacana com bibliotecas diferentes para cada jogador, depois disso sortearemos as categorias de livros que ficarão em destaque e as que deverão ser banidas das coleções e danos uma quantidade de livros para cada jogador iniciar sua biblioteca.

Depois disso, já preparados com seus trabalhadores, sortearemos localidades para serem visitadas de acordo com o número de jogadores e assim começamos a partida.

 Nas cartas temos os livros que precisam ser catalogados
e arrumados na nossa estante.

A partida de Ex Libris dura várias rodadas, cada rodada é dividida em quatro fases. A primeira onde a gente abre novas localidades, a segunda onde efetivamente realizamos ações, a terceira onde se resolvem ações não imediatas e por fim a fase onde as localidades saem do jogo (deixando sempre a menor para ser usada sempre) e inicia-se uma nova rodada.

A fase de ações é super simples, você pega um dos seus três trabalhadores e aloca nos espaços disponíveis dos locais abertos ou em sua própria biblioteca fazendo assim as ações imediatas ou esperando para a fase de resolução mais pra frente.

Tudo no jogo gira em torno da criação e arrumação da sua biblioteca, então a maioria das ações será de pegar livros (que vão para a sua mão) ou catalogar livros formando assim sua estante.

 Você precisa ir nas localidades para conseguir ações
que te ajudam durante a partida.

O que me chamou atenção no jogo foi a parte da arrumação dos livros, as cartas geralmente tem de 2 a 4 livros impressos e sempre vem com a informação da letra da lombada dos livros e a categoria deles, e a sua responsabilidade enquanto bibliotecário, e arrumar tudo certinho.

Ao catalogar um livro você precisa ter em mente que ele sempre será colocado adjacente a alguma carta de livros previamente colocada, então ficar de olho na primeira carta a ser baixada e a forma de baixar as seguintes é muito importante, mesmo que ao final do jogo você possa virar cartas que não obedeçam a regra de colocação.

 Você também tem sua biblioteca e as sua estante
para ser arrumada.

O jogo prossegue até que uma quantidade de cartas na estante seja colocada, quando essa quantidade é atingida, jogamos uma rodada à mais e o jogo termina.

A pontuação é muito interessante, você vai ganhar pontos pela estruturação da sua estante, quantidade de livros raros, diversidade de livros, uma pontuação especial pela categoria que você sorteou lá no setup e finalmente perder pontos pelos livros banidos que tiver na coleção, o jogador com a maior pontuação é o vencedor.

Ex Libris é um jogo muito interessante visualmente, apesar de mecânicas já super conhecidas, consegue fazer a utilização de uma forma diferente em um jogo muito gostoso de jogar.

 Você começa com uma cartinha de estante, e para arrumar
o resto precisa prestar atenção na organização.

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