sexta-feira, 18 de maio de 2018

The Mind


Essa semana quando saíram os indicados ao Spiel des Jahres desse ano, com o Azul no páreo achei que ia ser uma barbada, mas assim que comecei a "cantar a pedra", dois amigos falaram pra mim que esse ano ganhava o The Mind.

O autor, o austríaco Wolfgang Warsch, impressionou com 3 indicações, mas seria o jogo realmente isso tudo? Fui atrás das regras para ver como essa "maravilha" poderia desbancar o meu queridinho desse ano.

Bem, o jogo é composto por um deck de cem cartas, numeradas de 1 a 100, além disso temos marcadores de vida e de estrelas e um deck com a numeração das fases, indo de primeira até a décima segunda.

 O lance é baixar as cartas na ordem,
sem se comunicar com os outros. Foto BGG.

As regras do jogo são simples, na fase 1 cada jogador vai receber UMA carta, de posse dela, existe um momento de concentração, onde os jogadores põe a mão na mesa indicando assim que o jogo está no modo pausado, quando todos tirarem a mão da mesa, o jogo prossegue.

Os jogadores então precisam colocar as cartas que tem na mão em ordem crescente, só que não pode haver nenhum tipo de comunicação entre os jogadores, tipo, NADA.

Se um jogador baixar a carta, e esse for a menor entre todas, o jogo continua, caso alguém tenha uma carta menor que a jogada, perde-se uma vida, e continuamos a fase à partir da carta jogada até que todos tenham baixado sua mão e assim passamos para a próxima fase.

 Se fizer certinho, passa de fase.
Se errar, perde vida e tenta de novo. Foto BGG.

O número da fase, determina a quantidade de cartas que cada jogador irá receber, com isso na fase 2 cada um recebe duas cartas, na fase 3, três cartas e assim por diante, até a fase final, que vai depender do número de jogadores.

Bem o jogo é só isso, tentar adivinhar a ordem das cartas, mitigando a sorte com as estrelas e as vidas para tentar ir mais longe, mas agora vamos conversar sobre a experiência The Mind.

O que tá chamando atenção do jogo, e fazendo com que ele esteja dividindo tanto as opiniões assim, é que ele acaba sendo mais que um jogo, ele funciona como uma dinâmica de grupo.

Na minha primeira partida (em três jogadores), nenhum de nós estava muito afim de dar uma chance pra ele, jogados usando as regras ao pé da letra, e mal olhávamos uns para os outros, chegamos na terceira fase mas a experiência foi muito ruim.

É um jogo que tá dividindo opiniões, com certa razão. BGG.

Já hoje joguei com um outro grupo, dentre eles um dos amigos que defende o brilhantismo do jogo, e foram duas partidas seguidas muito mais engajadas, com tensão na hora de quem baixar a carta, muitas pausadas, gastando as estrelas de forma estratégica.

Enfim, o jogo melhorou consideravelmente, você tem que adaptar um pouco a regra de "silêncio absoluto", aí o jogo fica muito mais interessante, mas não é um jogo que mereça estar concorrendo ao Spiel des Jahres (se ele ganhar do Azul, eu vou fazer piquete em Essen).

The Mind é daqueles jogos que vão dividir (muito) as opiniões, mas se você estiver no espírito, com uma mesa na mesma sintonia, vale testar, e pelo preço que ele está lá fora (menos de 10 euros), vai ser um dos jogos mais falados do ano com certeza.

 Caixa pequena, regras simples e "buzz" :
Pode ser o grande azarão no Spiel des Jahres. Foto BGG.

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