segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Deception : Murder in Hong Kong


A postagem de hoje é uma colaboração do Romulo Marques, autor dos jogos Gekido e Die die DIE, além de ser meu vizinho de prédio e um grande amigo.

Após um assassinato brutal em Hong Kong, um time de investigadores é reunido na cena do crime para solucionar o caso. Através das pistas dadas pelo cientista forense, os investigadores devem descobrir como o crime ocorreu, qual a pista chave e quem é o assassino. PLOT TWIST: o assassino é um dos investigadores! Rá!

Deception: Murder in Hong Kong reorganiza bem vários elementos conhecidos de jogos de dedução social. Começa com elementos do clássico Lobisomem: papéis antagônicos que devem se reconhecer sem dar bandeira e adiciona uma charada a ser desvendada a partir de dicas dadas por alguém como no Concept. Isso ocorre ao longo de 3 rodadas de intenso debate e não raro acaba de maneira surpreendente.

Interessou? Então vem comigo conhecer esse jogo lançado pela Across the Board que caiu nas graças do Dice Tower. 

 Na mesa, as informações estão todas ali
para serem descobertas.
Foto BGG.

Como se joga o jogo:

Cada jogador tem na sua frente 8 cartas de dois tipos diferentes: 4 de meio do crime (tem pistola, arsênico, atirador de elite, muita coisa) e 4 de pistas (esse aqui tem de tudo mesmo, vai de máquina de fax até resto de unha). Vale falar: a quantidade de cartas de meio do crime e pistas é gigantesca! Combinando com as diferentes peças de cena do crime, tem muita partida diferente para jogar.

As cartas de personagem são distribuídas e todos descobrem seu papel na partida. O cientista forense se apresenta para conduzir a brincadeira, os outros personagens ficam em segredo. A maioria das pessoas será um Investigador interessado na solução do caso e alguém será o temível assassino. Existem outros dois papéis no jogo que comento mais adiante.

A partida começa com o cientista forense pedindo aos jogadores que fechem os olhos. O assassino é chamado e este jogador deve apontar uma carta de meio de crime e uma de pista à sua frente. Os jogadores então voltam a abrir os olhos sem saber quem é o assassino ou suas cartas.

 As cartas tem muita informação e são muitas,
garantindo uma rejogabilidade enorme ao jogo.
Foto BGG.

Na primeira rodada, o cientista forense deve colocar a peça de Causa da Morte na mesa e em seguida escolher entre 4 opções de peças de Local do Crime. Mais 4 peças de Cena do Crime são abertas da mesa completando 6 peças diferentes.

Essas peças que formam as informações sobre o crime são o centro do jogo. Cada uma das peças tem 6 opções diferentes de informação. O cientista forense começa colocando um dos seus simpáticos marcadores de Bala em alguma das informações disponíveis nas peças para tentar conduzir os investigadores na conclusão do crime. É aqui que o jogo brilha muito no Corinthians.

A conversa é livre e estamos num jogo de eliminação de hipóteses. O cientista forense pode ir marcando suas 6 informações pouco a pouco enquanto acompanha em silêncio (e agonia) o debate na mesa. A estrutura da rodada é bem solta, o manual aconselha um certo controle de tempo, mas na real o cientista forense consegue organizar a bagunça sem falar nada que possa servir de pista adicional. Apenas uma coisa é exigida: cada pessoa por vez, a partir da esquerda do cientista forense, deve poder falar suas hipóteses claramente para as demais. Depois disso, começa a próxima rodada.

As marcações durante o jogo,
feitas por pequenos projéteis.
Foto BGG.

A cada nova rodada, o cientista forense sorteia uma nova peça de cena do crime que substitui uma na mesa, colocando o marcador em uma nova informação. A conversa prossegue, dedo na cara e acusações, ilações absurdas que levam o cientista forense à loucura querendo esganar os demais jogadores. Lembrei da minha infância.

O interessante aqui é que tão importante quanto as informações escolhidas pelo cientista forense são as opções que não foram escolhidas ou descartadas! A qualquer momento os jogadores podem fazer uma acusação. Cada jogador só pode fazer uma acusação por partida e para isso o jogo acompanha marcadores de distintivo que devem ser entregues ao cientista forense para "formalizar a denúncia".

O fim do jogo você já deve ter sacado: no fim de 3 rodadas os investigadores devem denunciar corretamente o assassino apontando sua carta de meio do crime e pista. Se os investigadores não conseguirem, o assassino escapa impune.

 Todos na mesa ficam concentrados tentando
descobrir o assassino.
Foto BGG.

Aí entra o lance dos outros dois papéis que entram com 6 ou mais jogadores. A testemunha é um Investigador que, na abertura da partida, recebe a informação de quem é o assassino, mas não das suas cartas. Se o assassino é capturado ele tem uma chance de apontar a Testemunha. Se a aposta foi certeira, rola uma queima de arquivo e o assassino acaba vencedor criando uma reviravolta no jogo. O assassino ainda pode ganhar um cúmplice para ajudá-lo tentando atrair a atenção para si, desviando o foco dos investigadores.

O que eu achei do jogo:

Excelente para jogar com sua galera mais casual. Aquele grupo de pessoas que já tem expectativa sobre qual jogo maluco você vai levar para a festinha. A mesma turma com quem você já jogou dezenas de partidas de Dixit, Resistance, Concept, Imagem & Ação, Codenames, Coup, Pablo, entre outros.

O próprio manual do jogo sugere jogar com 6 cartas (3 de modo do crime e 3 evidência) para jogos mais leves. Joguei dessa forma e foi extremamente satisfatório. Eu só usaria todas as cartas em partidas com menos jogadores (4 ou 5).

Eu aconselho o/a "dono/a do jogo" ficar com o cientista forense na primeira partida para ditar um pouco o ritmo e as práticas do jogo, mas já na segunda vez dá para sortear os papéis normalmente. É divertido ser o cientista forense e é muito tranquilo jogar várias partidas seguidas.

https://www.clubebg.com.br/

2 comentários:

Filipe Cunha disse...

DECEPTIONante...

Victor Albuquerque disse...

Comprei e aprovei! Agradou demais! A rejogabilidade é muuuuito alta! É sensacional ver as teorias de crime que saem pela análise das cartas! Que jogo!