sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Pensando fora do tabuleiro


Eu hoje recebi o Stuffed Fables, uma das novidades desse início de ano da Galapagos Jogos, e o que chama mais atenção são os mapas/fases, feitos através de um livro que ao passar as páginas vai contando a história do jogo de um lado e do outro usa a página como mapa.

Não é a primeira vez que vemos algo do gênero, mas me deu a ideia de falar um pouco sobre jogos que usam elementos velhos conhecidos, como o manual e cartas de formas criativas e acabam fazendo com que o jogo chame a atenção.

Pra mim um dos primeiros exemplos foi o Glory to Rome, quando joguei ele pela primeira vez, minha cabeça explodiu, a forma como o Carl Chudyk usa as cartas fazendo com que elas sirvam de várias maneiras dentro do jogo, acaba sendo uma forma super criativa e funcional.

 Glory to Rome : Um dos primeiros a desconstruir
a utilização das cartas no jogo.

Outros jogos que são super criativos na forma de usar as cartas, são o Kodama, que foge totalmente do "lado a lado" para que os jogadores façam a sua árvore, dando um visual muito legal a mesa de jogo e fugindo totalmente do lugar comum.

Outros que eu gosto muito de como trabalham as cartas são o Honshu que empilha as cartinhas para montar os mapas, e a dupla Rhino Hero e Macacos me Mordam que vão subindo com as cartas de forma a montarem estruturas.

 Stuffed Fables : "bebendo" da ideia do Near & Far.

O primeiro a chamar atenção nessa pegada de "livro jogo" foi o excelente Near & Far, do Ryan Laukat, que fugindo do lugar comum, trouxe essa ideia de fazer com que o livro que acompanha o jogo também sirva de mapa para as partidas.

Antes dele eu só tinha visto isso uma vez, no manual do Krosmaster Arena, mas era só pra ensinar determinados aspectos do jogo, e não necessariamente ficava integrado às partidas como foi o caso do Near & Far.

Essa fórmula parece ter dado certo, tanto que o Stuffed Fables usou algo semelhante e o Alexander Pfister, já anunciou também para o seu vindouro Newdale, um livro que segue os mesmos caminhos dos jogos já citados.

Masmorra de Dados : Mostrando que os brasileiro
também sabem ser criativos.

Um nacional que quando eu vi a primeira vez me encantou por conta dessa forma diferenciada de usar os componentes, foi o Masmorra de Dados, que utiliza, na versão brasileira, os dadinhos como contadores de vida e como personagem, uma coisa que poderia parecer trivial até, mas que eu ainda não tinha visto em nenhum jogo é um dos motivos dele ter me encantado tanto na época.

Acho muito interessante quando os autores conseguem fazer coisas desse tipo, sendo criativos com os elementos do jogo, sem a necessidade de traquinatas que chamem atenção (já falamos disso aqui), mas trazendo para o jogo coisas que chamem atenção e que acabem tornando diferente de tudo o que o mercado lança de igual sempre.

Newdale : Mais um a utilizar a ideia de
"livro jogo".

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