Ontem joguei finalmente um dos grandes clássicos dos jogos de tabuleiro, trata-se do Acquire, um jogo de 1964 do mestre Sid Sackson e que de lá pra cá teve poucos ajustes de regras, umas versões lindas e até as indefectíveis versões "pirata" nos anos 70/80 no Brasil.
No jogo somos especuladores imobiliários vendo empresas construindo redes de hotéis, especulando com as suas ações e vendo as maiores "comerem" as menores no grande "ciclo da vida" das empresas.
O tabuleiro é uma matriz com letras e números, os jogadores recebem inicialmente uma quantidade em dinheiro e 5 peças referentes a espaços no tabuleiro, na sua vez você deve colocar uma dessas peças no tabuleiro e se duas ou mais estiverem adjacentes você funda uma empresa.
A sacada do jogo está no fato que se por acaso uma peça a ser colocada junta duas empresas a maior absorve a menor que deixa de existir (por enquanto) e os acionistas vão ganhar dinheiro com as ações que tem dela.
Ao final do jogo quem for o investidor com mais dinheiro é o vencedor, simples assim.
E é nessa simplicidade que o jogo com mais de 40 anos se mantém no mercado não só recebendo sempre versões atualizadas (algumas com componentes lindíssimos) como também serve de inspiração para mecânicas de jogos mais atuais como o Foundations of Rome.
Nesse ponto vale ressaltar que não é porque o jogo tem certa rodagem que ele envelheceu mal, ontem na jogatina que rolou o Acquire jogamos ainda o El Grande (de 1995) que é outro excelente exemplo de jogo que continua lindo de jogar, mesmo caso do Catan (também de 1995) que foi o grande responsável pela retomada dos jogos de tabuleiro e que ainda é referência.
Obviamente existem os casos de jogos que já foram febre e que envelheceram igual leite como Monopoly e RISK, embora esse segundo tenha recebido updates e novas versões durante os anos para corrigir coisas (como no ótimo RISK 2210).
Acquire chega então na sua versão mais atual no Brasil com uma edição super caprichada e que torço para que chegue na mesa de muitos jogadores para que possam ter acesso a um jogão de regras simples, gostoso de jogar e que se provou capaz de atravessar gerações.
Um comentário:
Participei da première da Galápagos e gostei muito do jogo, comprei mas não tenho pessoas para jogar ainda. Mas o jogo me conquistou demais, apesar da precariedade dos componentes. Mas não estamos no mundo de jujubas e jogamos mesmo que seja num papel a4.
El grande nunca vi e nem joguei, aliás tu deveria fazer uma postagem estilo sarcófago, desenterrar um jogo antigo para nos brindar com algo que talvez ninguém consiga ver ou jogar.
Adorei suas considerações. Obrigado por compartilhar sua visão.
SRN Carlos Aramis
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