Nucleum

Em Nucleum os jogadores serão industrialistas em plena Saxônia do século XIX tentando se aproveitar da grande novidade do momento que é a utilização de usinas para transformar urânio em energia e energizar as cidades.

Contando com um tabuleirão no centro da mesa com as cidades e suas ferrovias à serem expandidas, temos ainda um tabuleiro secundário com contratos, fichas de ação e a trilha de progresso.

Cada jogador vai ter um tabuleiro pessoal com suas construções, turbinas e minas de urânio para serem construídas durante o jogo além de um tabuleiro de experimentos, aqui já uma parada bacana do jogo por serem assimétricos e cada jogador começar com um setup diferente de ações e bônus por experimentos por conta disso.

O tabuleiro individual de cada jogador com seus prédios e seu laboratório.

Por incrível que possa parecer o jogo tem regras básicas até bem simples, você escolhe uma entre três possibilidades de ação no seu turno : usar um tile de ação e resolvê-lo deixando ele separado até que resolva recarregar, usar um tile como trilho com a possibilidade de também usar as ações dele e recarregar que é o seu momento de receber dinheiro, seus tiles de ação e novos trabalhadores.

Você começa com 5 tiles de ação e pode ir comprando mais durante o jogo, cada tiles te dá a possibilidade de fazer até duas ações (exceto um coringa que você só faz uma ação), as ações possíveis são desenvolver (para comprar novos tiles de ação), pegar contratos, urbanizar o tabuleiro principal com seus prédios, industrializar construindo minas de urânio ou turbinas e energizar os prédios das cidades.

O grande barato do jogo é que o mesmo tile que você usa para fazer as ações é o que você vai precisar "queimar" para transformar em trilhos das ferrovias para ter acesso às cidades pois você só pode construir em uma cidade que faça parte da sua rede e essa rede é definida por pelo menos um trilho seu na ferrovia que leve à ela.

Algumas usinas começam desativadas só esperando chegar seu nucleum.

Só que tem uma brincadeira aí muito legal, existem 4 cores de cidade e os tiles de ação também tem cores nas duas pontas (tipo dominó) então se você na ação de ferrovia colocar um tile que seja da mesma cor da cidade e até mesmo de um tile previamente colocado (que ainda não tenha virado linha de trem) você executa aquela ação.

Essa é uma grande sacadinha pois no momento em que um trecho de ferrovia é completo ele vira pro lado do trilho do trem e aquelas ações são perdidas pra sempre, mas enquanto isso não acontece tem sempre a chance do amiguinho dar "match" na cor do seu tile e você conseguir uma ação bônus de bobeira.

A parte de energizar os prédios é a mais burocrática, pois você precisa ficar fazendo continhas, vendo de onde vem o carvão ou o urânio, ver se precisa pagar a alguém, conferir se tá chegando energia suficiente pro prédio que você quer energizar e aí sim ganhar os pontos de façanha que são importantíssimos no jogo e também deixar o prédio energizado pra te dar pontos ao final do jogo.

Aí quando elas começam a funcionar já podem energizar os prédios das cidades.

Mas é uma parte fundamental do jogo e você vai fazer muitas vezes pois você precisa de muitos pontos de façanha para a ação de recebimento que é a recarregar.

É como se fosse um final de turno só seu, você pega de volta as ações que ainda não foram queimadas como trilho para usar de novo, chegam novos trabalhadores para usar nos trilhos, grana para tudo que você precisa pagar durante a partida e o mais importante, gasta os pontos de façanha para colocar um dos seus marcadores na trilha de progresso.

Essa trilha vai definir qual o multiplicador que você vai usar nos três objetivos de final de jogo, além de liberar novos nucleums para as fazer com que as usinas que ainda não estão funcionando comecem a trabalhar.

A grande sacada pra mim são os tiles de ação que são usados de várias formas no jogo.

Por não ter uma quantidade de rodadas fixa o jogo tem alguns gatilhos de fim de jogo e assim que dois deles são alcançados os jogadores terminam a rodada atual, jogam mais um turno cada, contam pontos de progresso, tecnologia, recursos que sobraram e prédios e quem tiver mais pontos é o grande vencedor.

Nucleum é uma saladinha de mecânicas que você com certeza já viu por aí, mas ainda assim tem uma identidade própria, tem decisões apertadas, momentos em que você acaba precisando fazer uma ação ruim para alavancar outra e pra quem curte jogo em que tudo precisa ser observado é um prato cheio.

O mais legal é que ele está chegando ao mercado praticamente ao mesmo tempo que a produção internacional, tanto que essa versão que a Mosaico nos disponibilizou pra jogar ainda é uma das poucas disponíveis para produção de conteúdo.

No final do jogo, a trilha de progresso vai te render muitos pontos, mas você precisa se ajudar.