quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Dissecando : Paper Dungeons


É muito legal quando você recebe um jogo de algum amigo, ainda mais se você viu ele praticamente desde os primeiros esboços, e esse é o caso do Paper Dungeons do parceiro de almoço, Leando Pires e que está chegando pela Meeple BR no mercado.

Em 2018 o Leandro embarcou na onda dos roll and write e me mostrou o que seria a versão de "rabiscar" do Rock'n'Roll Manager, a ideia central do jogo é que você iria rolar os dados e marcando na planilha para melhorar sua banda e de três em três rodadas haveriam os festivais.

Pois bem, pouco tempo depois saindo das bandas para grupos de aventureiros, o jogo começa a tomar uma cara muito própria com a adição da masmorra, monstros e das cartinhas de bônus e objetivos e assim nascia o Paper Dungeons (que deveria ter se chamado Dungeons & Drawnings) usando praticamente os mesmos mecanismos dos primeiros esboços, mas agora com uma identidade própria.

Versão de 2018 ainda com tema de rock
e já em 2019 com a masmorra.

Como dito anteriormente, no jogo somos grupos de aventureiros que entram em masmorras para conseguir tesouros, mas como é de costume, essas riquezas não são fáceis de conseguir então a cada avanço você vai topar com criaturas, armadilhas e os vilões mais bombadões que vão exigir que seu grupo esteja bem forte, ou sofrerão as consequências.

As regras do Paper Dungeons são de boas, sorteia-se uma carta de masmorra para todos os jogadores marcarem na sua folha as paredes e a localização dos três vilões que são também sorteados no início do jogo, depois disso cada jogador vai receber cartas de objetivos secretos e bônus, além disso três objetivos comuns a todos são deixados na mesa e a partida pode começar.

Os vilões, com ilustrações muito bacanas
são os "chefões" que devem ser derrotados.

O jogo terá exatamente 8 rodadas em que os jogadores vão ganhando experiência no seu grupo, pegando itens e explorando a masmorra enfrentando criaturas e coletando gemas para ao final da terceira, da sexta e da última rodadas enfrentarem os grandes vilões.

A cada rodada, um dos jogadores pegam os seis dados e rolam uma vez para servir à todos os jogadores, logo de cara podem acontecer problemas, pois a cada caveirinha que aparecer, os jogadores já tomam dano e já diminui a quantidade de dados que poderão ser usados.

Depois disso cada jogador pode escolher três faces para usar na sua planilha e aqui temos três dados pretos e três dados brancos com faces dos quatro personagens do jogo (mago, guerreiro, rogue e clérigo) além de faces especiais, o trevo que serve como coringa e as botinhas que servem para andar muito na masmorra.

A cada rolada, os jogadores escolhem três faces
para marcar na sua folha de aventura.

Com a seleção que você fez é possível marcar na sua planilha de muitas formas : aumentando atributos do seu grupo, transformando em poções (que vão evitar danos), usando para criar itens mágicos e andando na masmorra.

Aqui tá o grande diferencial do Paper Dungeons, a parte de andar na masmorra é muito divertida e crucial para suas pretenções de ganhar o jogo, a cada movimento dentro dela, você vai passando pelas criaturas menores, pegando itens e gemas e se aproximando dos vilões, para as fases de pontuação.

Nessas três fases de confrontamento com os vilões, os jogadores vão somar as forças do seu grupo de heróis para confrontar o vilão da vez, dependendo da sua força, ganham pontuações e o grupo que tirou mais pontos do vilão ganha presentinhos, mas isso só acontece se você passar pelo lugar da masmorra onde ele está, caso contrário só penalidade.

Passear pela masmorra é a parte do jogo
mais legal e importante.

O jogo segue até o enfrentamento do terceiro vilão, depois da oitava rodada, então os jogadores vão somar todos os pontinhos ganhos durante a partida e quem tiver a maior pontuação é o vencedor.

O Leandro é um cara que lapida muitos seus jogos (e pra gente que tá perto, sofre com isso), mas geralmente o resultado disso são jogos consistentes, criativos e de qualidade, e o Paper Dungeons não foge a essa "fórmula", ele conseguiu novamente fazer um jogo gostoso com o tema muito bem aplicado às mecânicas e que se destaca dentro até da enxurrada de "roll and write" do mercado, deixando ele e o Cartógrafos ali no topo dos jogos da categoria lançados no Brasil.

Os atributos do grupo e os itens vão
mostrar a força na hora dos enfrentamentos.

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