quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

The Few and Cursed


Baseado no quadrinho homônimo criado pelo brasileiro Felipe Cagno, em The Few and Cursed o planeta perdeu praticamente toda sua água, que passa a ter um valor incomensurável e com a humanidade perecendo, os poucos que restam vivem com tecnologia remanescente do velho oeste, além de terem que lidar com criaturas nada amigáveis.

Os jogadores aqui lutam por fama no meio desse caos, eles atravessam o deserto onde um dia foi o Oceano Pacífico atrás de recompensas pela captura de foras da lei procurados tentando evitar também que a cidade de San Andreas seja invadida por monstros.

Toda a mecânica do jogo baseia-se em deck-building, assim que começa a partida cada jogador vai escolher um dos quatro personagens disponíveis e utilizar seu deck inicial, o tabuleiro é montado mostrando as várias localizações onde você poderá ir.

A partir de San Andreas os jogadores rodam
o mapa atrás de fama.

Você terá também trabalhos, que são pequenos objetivos pessoais, que vai resolvendo durante a partida e lhe dará pontos de fama.

Uma rodada de Few and Cursed é formada por várias fases, a primeira é a Fase de Improviso, onde os jogadores compram cartas de um deck comum e colocam na sua mão já podendo utilizá-la na rodada que está sendo começada, diferente da maioria dos deck-buildings onde as cartas compradas vão para o descarte para serem utilizadas posteriormente.

Depois tem a Fase de Encontros, que dependendo do local onde seu personagem está, são abertas cartas que podem lhe trazer vantagens ou não, e aqui tem uma pegada do tipo dos livros-jogos muito legal contando historinhas e te levando a decidir caminhos diferentes.

O jogo é todo baseado nas cartas e no que fazer
com elas na sua rodada.

A terceira fase é onde praticamente o jogo acontece, na Fase de Ação, os jogadores vão usar as suas cartas para andar pelo mapa, enfrentar os inimigos, realizar um novo encontro, acampar, entre outras coisas, mas cada jogador tem direito a apenas uma ação, então precisa se programar bem.

Os personagens tem três atributos na sua ficha, que são a sua quantidade de vida, seu cartucho de balas e seu nível de maldição, as cartas farão quase sempre referência a esses atributos, além de aparecerem também ícones de dinheiro, fama e movimento.

Você pode para realizar as ações jogar quantas cartas quiser da sua mão, e usar os ícones todos que forem aparecendo para conseguir ter êxito na sua rodada.

A ideia das cartas de encontros é muito bacana.

Mas precisa ficar ligado em duas coisas, a primeira é o nível de maldição, que se chegar ao limite faz com que seu personagem fique amaldiçoado, mudando o poder especial dele e fazendo com que você comece a perder pontos de vida.

A outra é com a quantidade de cartas que você gasta versus a quantidade que tem para comprar, pois como o jogo tem muito essa pegada de exploração do mapa, é necessário que você se programe para ter sempre cartas para repor sua mão, se em algum momento você precisar repor e não tiver cartas, ganha uma passagem direta de volta a San Andreas.

Você pode usar isso a seu favor, até porque apenas em San Andreas você consegue comprar novos itens ou melhorias nos seus atributos, mas é muito frustrante você estar longe no mapa e por ter se programado mal precisar começar sua jornada toda novamente.

O tabuleiro é grandão e você pode explorar ele bem
atrás das recompensas.

Depois da Fase de Ação, os jogadores descartam quantas cartas quiserem da mão (ou guardam para a rodada seguinte) e repõe para 4, se algum dos quatro monstros do jogo estiverem no tabuleiro eles se movem em direção a San Andreas e uma nova rodada se inicia.

O jogo pode acabar de algumas formas : com a morte de três dos quatro monstros, se um deles chegar a San Andreas ou se as cartas de artefatos especiais forem todas compradas e quando um desses disparos de final de jogo for dado, contam-se pontos de cartas compradas e trabalhos com pontos de final de jogo e o jogador com mais fama é o vencedor.

The Few and Cursed traz vários elementos de jogos que eu gosto muito, como o Clank! e o Thunderstone, mas com uma personalidade bem única e um tema bastante bacana de "velho oeste apocalíptico" e com o único problema de ter um manual bastante confuso, ele deixou uma impressão bastante positiva em mim e vontade de jogar mais vezes.

Servindo como "trigger" de fim de jogo,
os monstros também dão muita fama.
 

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